sensações novas.

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melina viana's point of view.

— Mano, não! — neguei com a cabeça mais uma vez.

— Vai ser legal, Mel. Eu vou estar o tempo todo com você e a hora que cê quiser ir embora é só me falar.

— Vai tá cheio de gente que eu nem conheço lá. Não quero, Apollo. — cruzei os braços enquanto eu sentava na cama.

— Se quiser vir embora eu venho com você, Morena. A gente vai se divertir. — o japonês tentou mais uma vez. Seus olhinhos brilhando me convenceram.

— Ahh, tá bom, Apollo. — virei de costas pra ele disfarçando o sorriso.

— Amo você, Mel. — o mais velho me envolveu com firmeza entre seus braços.

— Também, Japinha. Agora tchau, vou começar a me arrumar. — o mesmo se afastou sorrindo.

— Desculpa aí, Madame. — deu risada. — Avisa seus pais, em. Vou dormir uns quinze minutos lá no sofá, qualquer coisa grita. — balancei a cabeça dizendo que sim.

Peguei minhas coisas pra tomar um banho. Escolhi uma calça wide leg preta, mas não consegui achar nada de bom pra combinar em cima. Fui revirar meu closet e achei um corset branco meio rendado, é da Amanda, mas acho que ela não vai se incomodar se eu usar. Resolvi testar o look.

Lavei meu cabelo com calma, fiz uma hidratação e aproveitei para fazer minhas higienes enquanto a máscara agia no cabelo. Quando finalmente acabei testei a roupa e achei boa.

Eu ainda me sinto meio desconfortável com roupas justas ou curtas, mas eu vou estar com o Apollo e vai ter tanta gente lá que ninguém vai prestar atenção em mim.

Passei uma maquiagem bem levinha, quase nada, e terminei de secar meu cabelo agora.

Apollo bateu na porta, entrando no quarto logo em seguida. O mais velho teve o rosto iluminado quando viu minha roupa, me mostrou um sorriso de orelha a orelha.

— Uau, que linda! — Apollo passou as mãos na minha cintura.

Eu sempre tive uma quedinha pelo Apollo. A gente obviamente nunca falou sobre isso, até porque ele nunca me veria da mesma forma. Além de tudo, ele merece alguém bem melhor que eu.

De qualquer forma, eu me sinto do mesmo jeito em relação a ele desde sempre. Ele acelera meu coração, me faz errar as palavras e é capaz de me acalmar com um olhar. É uma paixão adolescente bem típica.

— Valeu, Japinha. — deixei um selar no seu pescoço.

— Tem certeza que quer sair assim mesmo? Tipo, tá se sentindo bem de verdade? — o cuidado dele me encanta.

— Eu vou estar com você. Sei que nada ruim vai acontecer. — o mais velho me abraçou, afundando o rosto na curva do meu pescoço.

— Nunca. — sussurrou, acho que mais pra ele do que pra mim. — Bom, vamo então?

— Vamos, eu ligo pra minha mãe no caminho. — peguei minha bolsa em cima da cama antes de sair.

O carro do Apollo tá sempre estacionado em frente ao meu portão, já tô até acostumada com ele. Rogério comprou esse carro com muito esforço, é o xodó da vida dele.

Como sempre, Apollo abriu a porta do passageiro pra mim e logo depois entrou no banco do motorista. Liguei o rádio na maior altura e coloquei a música nova dele. Melhor amiga e maior fã.

A praça onde rola a Batalha da Aldeia não fica tão longe assim de onde eu moro, nós também não pegamos transito, foi bem rápido chegar. De dentro do carro eu já consigo ver a imensidão de gente ali, que horror.

— Fica tranquila, vamos ficar ali, olha. — ele apontou para um lugar onde tinham bem menos pessoas, eu até reconheci alguns rostos.

— Ok. — senti minha respiração bem pesada.

Fui andando ao lado do Apollo até esse lugarzinho escondido onde os mc's estavam. De cara vi o Barreto e o Brennuz, conheço ele dos videos que eu assisto as vezes. O Barreto veio abraçar Apollo assim que nos viu.

— Eai, Filho do Kant? — Apollo revira os olhos pra como foi chamado, ele detesta isso. — Oi, Moça bonita. — ele estava sendo gentil, apenas.

— Oi, tudo bem? — o garoto abriu os braços para me abraçar, Apollo ficou me encarando.

— Que foi, Gente? — Barreto perguntou meio confuso e eu apenas neguei, o abraçando.

Ficamos um tempinho ali com ele, só conversando mesmo. Depois o Jotapê chegou perto da gente também, junto com a Kakau, namorada dele. Os três são bem legais.

Apollo não saiu de perto de mim em nenhum momento. Ficou o tempo todo abraçado em mim e atento em volta. Ás vezes me sinto um pouco mal por ele se cobrar tanto em relação a mim. Quando a gente tá na rua e ele me abraça porque viu algo que achou estranho, eu posso até sentir o peso da culpa que ele carrega. Culpa de uma coisa que ele me salvou. É uma pena eu nunca ter tido coragem de falar disso pra ele.

As batalhas estavam legais, mas eu tava focada em tudo que acontecia em volta.

Maria tinha acabado de levar um 2x0, ainda não tínhamos falado com ela hoje. Assim que nos viu veio nos cumprimentar.

— Oi, Casal. — revirei os olhos.

— Oi, Amiga. Tá bem? — ela concordou com a cabeça enquanto abraçava Apollo.

— Rimou chato hoje, Neguinha. — a preta sorriu como resposta.

— Vamo comer uma pizza depois daqui. Querem colar? — o japonês olhou pra mim.

— Eu tô um pouco cansada, mas você pode ir, Japinha.

— Vou deixar pra próxima também. Preciso descansar. — ele não ia só porque eu não vou, certeza.

— Se mudarem de ideia me liguem. — olhou em volta, procurando alguém. — Viram o Brennuz?

— Ele ia na tia das bebidas com o Barreto. — Apollo respondeu.

— Jae. Vou lá achar eles, até qualquer hora. — a preta deixou um beijo na minha bochecha e saiu.

— Vamos, Mel? Tô ficando cansado já.

— Você pode ir na pizzaria se quiser, sabe?

— E jogar fora a oportunidade de dormir com você? — ok, isso me causou uma sensação estranha na barriga. — Isso soou estranho, mas você me entendeu.

— Entendi. —sorri sem graça. — Vamo então.

A praça parecia bem menos cheia agora, mas ainda tinha bastante gente. Apollo saiu cumprimentando várias pessoas de longe, mas acabaram parando ele pra tirar foto. Como sempre, ele é muito atencioso com os fãs e acabamos ficando um bom tempo ali.

O caminho de volta pra casa foi bem mais rápido do que a ida, não tinha praticamente carro nenhum circulando.

Cheguei super cansada, fui direto tomar uma ducha e dormir. Apollo fez o mesmo que eu. Assim que deitei ele já me puxou pra deitar no peito dele. Eu sempre tive costume de dormir com música, mas quando tô com Apollo, ele sempre canta pra mim.

— Você quer qual hoje? — resmunguei, indicando que ele poderia escolher. — Hum, ok então. — o japonês afundou seus dedos no meu cabelo, começando um carinho.

Ele levou a outra mão pra minha cintura e me colocou completamente deitada em cima dele. Deixei um beijinho no seu pescoço.

Quando Apollo começou a cantar "Meu novo mundo" não pude deixar de sorrir. Essa é nossa música preferida de todas.

O cafuné em minha cabeça mal me deixava lutar contra o sono para ouvir ele cantando, mas consegui ficar acordada até o final.

— Dorme, Pequena. Tô aqui. — beijou minha testa.

— Amo você, Japinha! — eu ouvi o coração dele bater mais forte.

— Eu também, Mel. Você não sabe o quanto...

O Apollo é quase meu oxigênio, e sem ele eu não posso viver.

cicatrizes⚡️- apollo.Onde histórias criam vida. Descubra agora