confissões de adolescente?

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apollo's point of view.

Sexta-feira teve uma festa na mansão da aldeida. Por algum milagre, consegui convencer a Melina a ir comigo, a Amanda também foi.

Já é domingo e eu ainda não superei a Amanda beijando o Doprê. Eu tava conversando com ela e do nada ele chegou, começaram na maior pegação. Eu e a Mel nos divertimos bastante nessa hora.

A Lina foi com um vestido justo, mas sem nenhum decote e de manga comprida, ela comprou novo. Ela parece cada dia melhor.

Terça temos um jantar na casa dos pais dela. No caso, a ideia era ela ir sozinha, mas a bonita faltou só implorar pra eu ir junto com ela. Infelizmente os pais dela tem mania de tocar em assuntos desagradáveis.

Dormi aqui anteontem, mas fui pra casa, tinha umas coisas pra ver de uns lançamentos. A Mel me avisou que a Amanda tava aqui também, então não me surpreendi quando encontrei a sala vazia.

Trouxe umas coisas pra fazer hambúrguer, pensei em chamar a Maria e o Otávio, a Melina tem se dado bem com eles. Guardei as compras no lugar certo antes de ir no quarto da Melina.

Quando cheguei na porta do cômodo estava fechada, isso nunca acontece, ainda mais quando ela sabe que eu vou chegar. Me aproximando da porta consegui ouvir elas conversando.

Mas não conta isso pro Apollo de jeito nenhum, Amanda! Pelo amor de Deus. — a Melina me escondendo alguma coisa?

Tá bom, Amiga. Pode ficar de boa. — a Amanda ainda acoberta, eu mereço. — Mas assim, eu ainda acho que você devia conversar com o Tavin pra ver. Essas coisas de sentimentos a gente não controla.

Sentimentos? Tavin? A Melina tá afim do Otávio? Que porra é essa?

Não sei. Só queria que essa sensação estranha acabasse, ultimamente é torturante ficar tão perto dele. — porra, ela tá apaixonada.

Decidi abrir a porta antes que eu ouvisse mais alguma coisa que eu não queria. As duas estavam sentadas na cama comendo brigadeiro em uma panela.

— Porra, Garoto. Sabe bater na porta não? — Amanda logo reclamou.

— Eu nunca precisei bater. — dei de ombros, sendo meio seco.

— Caiu da cama, Otário? — Amanda retrucou.

— Ih, meu Deus. Para os dois. — Mel veio até mim, me abraçando.

— Trouxe coisas pra fazer hambúrguer. — avisei antes de deixar um beijo na testa dela.

— Hum, que delicia. Vou chamar o Tavin pra vir também. — travei meu maxilar na hora. — Quer que eu chame o Doprê, Amanda? — a morena deu de ombros como se não ligasse.

Melina foi na cômoda pegar o celular e eu me sentei na cadeira que fica aqui no quarto dela. Minha cabeça não sai do que elas estavam falando. Como assim a Melina tá afim do Otávio? E porque ela não me falou nada?

Eu fico com raiva só de imaginar ele com as mãos nela. Sei lá se essa porra é ser possessivo, mas eu amo tanto a Melina que ciúmes é quase uma dor física.

Não que eu esteja com ciúmes. E também ele é meu melhor amigo e sabe dos meus sentimentos com ela, ele não faria isso. Né?

— Japinha? — Melina balançava as mãos para me tirar do transe. — Dormiu sentado aí?

— Foi mal. O que cê precisa? — eu tava tentando não soar rude, mas tô estressado.

— Você tá bem? Tá estranho. — ela arqueou as sobrancelhas, como se me analisasse.

— Tô ótimo. Já ligou pro Tavin? — se acalma, Apollo.

— Aham, ele tá vindo. — disse sorrindo. Porque ela sorriu tanto por isso? — Certeza que você tá bem? Tá com uma cara de bravo.

— Tô, Melina. — ela fez uma cara desentendida e foi no closet pegar roupas limpas.

— Vou me arrumar. — disse, passando reto pro banheiro.

Liberei o peso do meu corpo assim que a porta fechou. Amanda me deu um tapão no braço.

— Ai, Amanda! — passei a mão no lugar do tapa. — Pra que?

— Você foi grosso com ela. Sem motivo nenhum. — respirei fundo.

— Me deixa quieto, Amanda! — levantei pra ir na varanda.

É esquisito ficar reprimindo o que eu sinto pela Melina. É tão sufocante e insuportável. Mas eu tenho medo de machucá-la. Também tem aquele dia que tá sempre me azucrinando, acho que ela nunca vai confiar em mim pra isso.

A buzina do Otávio me arrancou do transe. Isso me fez notar que fiquei mais tempo do que achei na varanda. Voltando pra dentro o quarto tava vazio.

Na sala já encontrei o loiro cumprimentando as garotas. A Mel tava usando um vestido verde que roubou completamente a minha atenção.

— Eae, Viado? — Tavin veio na minha direção. — Tá quase babando aí, Parça. Dá uma disfarçada. — completou baixinho no meu ouvido.

— Oi, Mano. — ignorei a segunda parte.

— Oxi, tá puto?

— Esse ai caiu da cama hoje, nem esquenta. — Amanda comentou. — Vamo lá comigo fazer os negócios, Apollo.

— Porque eu? — ela apenas me repreendeu com o olhar e eu nem falei mais nada.

Lógico que ela quer deixar os dois sozinhos.

— Eu tenho a capacidade de fazer sozinho, Amanda.

— Nossa, como tá chato hoje. — revirou os olhos. — Começo com o que?

— Dispensa. Deixei tudo lá. — respondi simples, vendo a garota caminhar em direção a porta do armarinho.

Cheguei na porta da cozinha e vi a Melina sentada no sofá ao lado do Otávio. Ela tava falando sobre algo, seus olhos tavam brilhando tanto que eu via daqui.

— Ei, Apollo! — Amanda me chamou, pousando a mão no meu ombro. — Tá bem, Cara? — fiz que sim com a cabeça.

Amanda provavelmente não acreditou, mas ela não é muito de insistir comigo, ela entende meu temperamento bem.

Fui ajudar ela com a comida, mas minha mente não saia da sala.

Minha mente não saia de Melina e de como eu estava perdendo ela.

cicatrizes⚡️- apollo.Onde histórias criam vida. Descubra agora