cicatrizes⚡️- apollo.

20 de janeiro.

melina viana's point of view.

Exatamente hoje faz uma semana da minha conversa com Apollo. Eu diria que estamos muito bem. É estranhamente natural ficar com ele e fazer tudo junto, é como se agora sim nós estivéssemos fazendo as coisas do jeito certo.

Acabamos de chegar na praça, hoje a Amanda não veio. O Apollo vai batalhar de novo e dessa vez o Tavin também, então tô meio que sozinha. Eu vi a Maria com o Brennuz aqui já, mas sei que eles dois não batalham hoje.

Apollo deu atenção aos fãs, conversou com alguns mc's, tudo igual sempre.

Decidi ficar com Maria e Brennuz, porque a praça tá cheia e é nada a ver eu ficar sozinha ali. Dessa vez eles não tavam na parte reservada, mas sim na praça mesmo.

A batalha ainda ia demorar um pouco pra começar, mas o Apollo disse que ia falar com o Tavin antes deles rimarem. Na verdade eu achei até bom, o Apollo precisa se cobrar menos em relação a mim, se não esse nosso rolo vai acabar com ele.

O Brennuz comprou um energético pra mim e pra Maria. Ele é bem maneiro até, pena que não se toca que tem que namorar a Maria, né? Mas todo mundo erra. Ele foi ao banheiro antes que começassem as batalhas.

Olhei em volta na praça pra ver se achava mais algum rosto conhecido, mas fui pega de surpresa quando vi um rosto que eu realmente gostaria de esquecer.

Gustavo.

Meu estômago embrulhou e eu senti minha respiração ficar pesada no mesmo minuto. É como se eu tivesse dezesseis anos de novo. Ao mesmo tempo que eu queria parar de olhar pra ele, não queria perdê-lo de vista por medo.

Infelizmente, o maldito fez contato visual comigo e esboçou um sorriso na mesma hora.

Maria percebeu que tinha algo errado e entrou na minha frente, provavelmente fazendo perguntas.

— O que? — perguntei meio aérea e já sentindo meus olhos cheios d'água.

— O que aconteceu, Mel? Você ficou estranha do nada, olhando fixo pra frente. — eu mal conseguia responder algo.

— O Gustavo, Maria! Preciso do Apollo. — ela me olhou meio confusa, mas fez menção em ir atrás dele. — Não me deixa sozinha, se não ele vai vir aqui.

— Quem é Gustavo, Melina? — eu senti um nó na minha garganta. — Tudo bem, olha pra mim. — tentei focar nela, mas eu ainda conseguia ver ele me encarando de longe. — Precisa se acalmar, não tem como eu chamar o Apollo e cuidar de você ao mesmo tempo.

Vi o Brennuz chegando perto da gente, a cara dele era meio confusa, tanto quanto a da Maria.

— O que tá pegando?

— Fica aqui com ela, eu... — interrompi a preta.

— Você pode ficar aqui e ele vai lá? — perguntei baixo, em meio ao choro.

— Tudo bem. — a mais velha sorriu pra mim. — Brenno, acha o Apollo tipo pra ontem. Fala que a Melina tá mal, ele vai vir.

— Tá bem. — o mesmo saiu correndo dali.

Olhei mais uma vez, mas tinha perdido ele de vista. Isso só me deixou mais desesperada ainda. Maria tava ficando nervosa comigo, mas eu não conseguia controlar o pavor nem as lembranças.

Quando o achei novamente, percebi que ele estava vindo em minha direção.

— Maria, ele tá vindo aqui! — levantei desesperada, eu precisava ir embora.

Ela olhou em volta, mas não pareceu achar o loiro. Eu tentei respirar fundo pra me acalmar, mas não deu certo. Em fração de segundos o Apollo estava na minha frente com um olhar assustado tentando entender a situação, e eu finalmente consegui respirar de novo.