27. "Alguém me diga que isso é um pesadelo" - Lauren.

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Olá pessoas
Aqui está o capitulo

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Eu fiquei muda durante o caminho todo, não estava a fim de conversar, ainda mais com a minha mãe. E sinceramente ela nem estava tentando conversar. Melhor assim.

Nunca uma viagem de carro durou tanto e assim que chegamos em casa, corri até meu quarto e bati a porta com força. Eu não queria ouvir o que ela tinha para me falar, não mesmo.

Eu só havia aceitado voltar para casa porque Ally me pediu, mas sinceramente o arrependimento chegou e pular a janela do meu quarto parecia tentador.

Minha mãe andava de um lado para o outro na casa, eu sabia disso porque podia ouvir o barulho dos seus saltos pelo o chão. Não sabia o motivo de ela estar caminhando pela casa, mas contando que ela não entre no meu quarto, não estava dando a mínima para o que ela fazia ou pretendia fazer.

Eu pretendia dormir porque apesar de ter feito isso durante a tarde, ainda estava um pouco cansada. Pretendia, pois assim que me ajeitei na cama, minha mãe invadiu o quarto.

- Precisamos conversar – falou.

- Eu tenho escolha?

- Não.

- Ótimo – bufei – não sei o que você pretende falar, mas seja rápida porque estou com sono.

Minha mãe sentou na cama e me encarou antes de começar a falar.

- Eu sei que talvez você não entenda isso, mas eu quero o teu bem, filha – pausa – quando eu digo que esse seu "namoro" não tem futuro é porque realmente não tem.

- O que a senhora quer que eu faça? – tentei me controlar para não gritar – termine com Ally e passe uma borracha no que eu sinto por ela? Acha que é simples assim?

- Não, mas não é impossível – disse – terminar seria o primeiro passo. Você é jovem, Lauren. Tem toda uma vida pela frente, pessoas iram entrar e sair da sua vida. Ally é só uma queda momentânea que você teve e acha que está apaixonada – fez uma pausa – nem gay você deve ser, só está confusa.

- O que? – disse alto – você tem noção do que está falando? Mãe, Ally não é só uma "queda momentânea", eu a amo e esse amor não é como o de uma amiga – falei – agora era só o que me faltava você querer decidir por quem me apaixono ou não, se eu sou ou não gay – alterei o tom de voz – eu não vou terminar com a Ally só porque a senhora não tem mente aberta para aceitar que sua filha é gay e ama uma garota.

- Você sabe que eu posso te obrigar a isso – disse.

- E você sabe que me obrigar não vai me impedir de ficar com a Ally – disse desafiadora – nós estudamos na mesma escola e cidade – fiz uma pausa – mesmo que tente, não vai conseguir nos separar.

Minha mãe pareceu não ter resposta para isso, simplesmente saiu do meu quarto sem dizer um "A" sequer. Estranhei isso, mas também não reclamei, finalmente eu teria um pouco de paz e poderia tentar dormir um pouco.

Deitei-me novamente na cama, não me cobri porque não estava tão quente.

-

Não tenho ideia de quanto tempo dormi, só sei que acordei com minha mãe me cutucando e chamando meu nome sem parar.

- O que foi? – perguntei sonolenta.

- Eu preciso dizer uma coisa – falou – nós vamos embora.

- Embora? Vamos mudar de casa? – perguntei confusa.

- Não, nós vamos embora para outro lugar – disse – vamos nos mudar para Nova Iorque.

- O que? Você só pode estar tirando uma com a minha cara, não pode estar falando sério.

- Nunca falei tão sério em toda a minha vida – disse – pensei no que você disse e concluí que a única maneira de acabar com esse teu namoro é te levando para o mais longe que puder.

- Não – gritei – você não pode me forçar a isso. Não.

- Posso e vou fazer – disse firme – você ainda é menor de idade, não tem escolha.

- Não, não, não e não – eu repetia isso sem parar – você não quer me ver feliz.

- Não diga isso, filha – tentou colocar a mão em meu rosto, mas eu não permiti – no futuro você vai entender.

- Não, mãe – gritei – não vou entender nunca, aliás, eu entendo que você não passa de uma preconceituosa nojenta.

- Diga o que quiser, mas a decisão está tomada – falou – sugiro que comece arrumar logo sua mala, vamos embora em dois ou três dias.

- Eu odeio você – gritei o mais forte que consegui – sai de perto de mim, eu não quero te ver.

- Lauren...

- Sai do meu quarto.

Ela saiu me deixando sozinha. Finalmente comecei a chorar.

Por favor, alguém me diga que isso é um pesadelo, que eu vou acordar ao lado de Ally e suspirar aliviada porque nada disso foi real.

Só que era real, realmente estava acontecendo.

Eu queria gritar até dizer chega, chorar até secar todas as minhas lágrimas, socar a parede até meus punhos sangrarem. Queria poder aliviar essa dor que sentia, mas sabia que isso não era possível.

Em poucos dias eu iria embora daqui. Iria deixar Ally, a garota que eu amava.

Por deus, por que eu não poderia simplesmente deitar a cabeça no travesseiro e nunca mais acordar?

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Faltam dois capítulos para a fanfic acabar :( (fora o epilogo)
Isso é triste, mas vamos seguir em frente lol
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