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Era ela

Era aquela garota, ela me mandou um "oi" e me perguntou se estava tudo bem, provavelmente minha mãe deve ter contado a ela sobre minha crise.

Fazia exatos 2 meses desde que nos conhecemos, nesse tempo, ela visitou minha casa várias vezes, e obviamente conheceu a minha família.

Minha família adorou ela pois depois de meses sozinha e sem amigos eu finalmente tinha uma amiga.

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Depois que eu respondi sua mensagem dizendo que eu me sentia ótima, ela me chamou para um passeio no parque, eu aceitei, eu queria colocar a minha mente no lugar, pensar sobre tudo que aconteceu naquele início de tarde, e talvez contar a ela tudo que aconteceu comigo, eu quero desabafar com a minha amiga, sei que ela provavelmente tem algum conselho sobre oque eu posso fazer de agora e diante, e eu quero ouvi-la.

Enquanto caminhávamos pelo parque, ela sorria e me contava algumas histórias de sua infância, eu estava decidida que iria contar tudo a ela também.

Chamei sua atenção, quando ela virou-se em minha direção, falei que queria contar algo a ela, nos sentamos em um banco próximo, comecei a contar tudo a ela, ela tinha um misto de expressões e emoções e no final ela me abraçou.

Ela disse que nada do que tinha acontecido era minha culpa e apresentou repulsa em relação a aquele  ser.

E novamente eu me sentia leve, eu não podia estar mais aliviada, esse tempo todo eu não contei nada por medo, esse tempo todo eu guardei minhas dores por puro medo...

E agora eu percebi que eu deveria ter confiado mais nas pessoa que continuaram comigo, me sinto idiota por ter tido medo, mas me sinto acolhida por terem acreditado em mim.

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Nos caminhamos por mais algumas horas, quando cheguei em casa já estava na hora do jantar, corri para o banheiro tomei um banho, coloquei uma roupa confortável e desci para jantar com aminha família, naquele momento meu irmão mais velho já sabia do que tinha acontecido.

Todos me acolheram, minha mãe disse que eu deveria prestar queixa na polícia, e meu pai concordou com ela e disse que logo de manhã iríamos na delegacia.

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Quando eu me deitei para dormir ouvi batidas na porta, era a minha mãe, ela disse que iria dormir ao meu lado, logo ela se deitou comigo e me abraçou.

E eu dormi ali naquele abraço quente e apertado, ao lado da minha mãe...

O Suicídio das Borboletas Onde histórias criam vida. Descubra agora