Cap 22

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POV ROBERTA

Estávamos na limousine da minha mãe, o motorista nos levava pra minha casa. Mia se sentou ao meu lado.

Roberta: você tá linda de mamãe Noel. – ela entrelaçou nossas mãos e deu um beijo no dorso da minha.

Mia: obrigada, bebe! Você também está linda!

Roberta: e o seu pai?

Mia: o que tem?

Roberta: ele permitiu assim fácil você passar o Natal com a gente?

Mia: lógico que não né, darling! Ele disse que mandaria a polícia me buscar,  e eu respondi que adoraria contar pra imprensa que meu pai  me mantém em cárcere privado por homofobia. Virei as costas e saí. – ela sorriu triunfante.

Roberta: pois eu duvido que ele deixe as coisas assim barato. Certeza batera lá em casa.

Mia: não importa! Quero ver ele me tirar a força... - respirou cansada - O importante é que você está aqui pra passar o Natal comigo. – beijou minha bochecha, meu pescoço, subiu em direção a minha boca e iniciamos um beijo que começou lento e se transformou em intenso. Tive que para-la.

Roberta: Mia, o motorista – sussurrei

Mia: qual o problema? Ele tá longe, e é só fechar a janelinha. - apertou o botão pra fechar a janela pro motorista.

Roberta: em que momento eu virei a pessoa, da relação, com vergonha na cara?

Mia: também não sei. Então por favor volte ao seu normal. – Ela praticamente subiu no meu colo e voltou a me beijar, parando o beijo pra falar. – eu tô com saudades. E você me deve uma. - eu subi seu vestido vermelho pousando minhas mãos nas suas coxas.

Roberta: e seu marido, o Noel, sabe o que você faz na véspera de Natal?

Mia: ele anda muito ocupado entregando presentes. – voltamos a nos beijar com intensidade enquanto Mia se movimentava no meu colo. As coisas já estavam demasiadamente quentes quando o carro parou. Havíamos chegado! QUE ÓDIO!

...

Arrastei minhas malas pro meu quarto e quando voltei pra sala, Mia estava gravando um vídeo usando o Ring light da minha mãe.

Roberta: sério que você vai gravar vídeo agora? – abracei beijando seu pescoço.

Mia: perai, Roberta! Rapidinho! – se desvencilhou do meu abraço. – na correria acabei esquecendo, não tirei UMA foto, não gravei nenhum vídeo com essa roupa. Vi o ring light da sua mãe, agora, e lembrei. Preciso postar minha fantasia no tiktok.

Sentei no sofá e passei uns minutos observando.

Mais uns minutos depois e eu já estava deitada quase dormindo.

Roberta: mamãe Noel, quando você vai largar esse celular e me dar atenção?

Mia: você tem um trenó que voa com renas mágicas? – me olhou levantando a sobrancelha por cima do ring light.

Roberta: não, mas tenho dedos mágicos! – sorri maliciosamente.

Mia: é pouco! – me olhou com desdém. E eu fiz cara de ofendida.

Roberta: não é essa cara que você faz quando eu te... – ela me interrompeu

Mia: quieta! Podemos negociar?

Roberta: o que? – levantei uma sobrancelha interrogativa.

Mia: me espera lá no quarto, que em 5 minutos termino de editar esse vídeo. –

Roberta: ok! - levantei pra ir em direção ao quarto, e parei na frente de um enfeite de papai Noel posto sobre a mesa.

Roberta: perdeu, velho babão!!

Mia: sai daqui, Roberta! – ameaçou jogar o celular em mim. E eu sai correndo.

Achei que ela fosse me deixar esperando por horas. Mas em 7 minutos apareceu.

Roberta: hei! Você disse 5 minutos e já se passaram 7. Eu contei!  - a loira me empurrou pra deitar na cama e montou sobre mim.

Mia: só 7 minutos? Isso é pouco pro que você me fez passar a semana TODA sem falar direito comigo.

Roberta: então tudo isso é vingança?

Mia: sim!! Disse enquanto beijava meu pescoço.

Roberta: você sabia que a vingança nunca é plena mata a alma e a envenena? – Ela parou de me Beijar, e levantou um pouco o tronco olhando nos meus olhos.

Mia: é só você me prometer que controlará sua impulsividade e nunca mais vai me bloquear antes de esclarecer as coisas entre a gente! Se não conversamos e não tivermos confiança uma na outra, isso aqui- apontou pra nós duas - nunca dará certo! – ficou me olhando um tempo e eu seguía em silêncio. – e então? Promete?

Roberta: Mia, isso é jogo baixo! Como eu vou te negar qualquer coisa com você montada, em cima de mim, com roupa de mamãe Noel?

Mia: você que sabe! – deu de ombro se afastando um pouco mais. E eu a puxei pra perto de novo.

Roberta: eu prometo! Faço tudo o que você quiser. Agora me beija! – coloquei minhas mãos em sua nuca e a puxei pra mim. Iniciamos um beijo com a intensidade guardada por um mês. Sim, eu sei que foi só uma semana, mas pareceu ser um mês. Não resisti por muito tempo em em tirar seu vestido vermelho.  E ela também em tirar a minha roupa. Precisávamos nos sentir com urgência. Brigamos pelo comando por um tempo, mas dessa vez ela não iria me ganhar. Deslizei meus dedos pra sua intimidade e fiz a loira desistir de me dominar, mas por vingança  me arranhava a cada toque preciso meu. Éramos assim, como cão e gato, até na cama. E eu a amava por isso, e amava mais ainda ao sentia-la se desmanchar e depois se aninhar em meus braços com uma boa gatinha. Minha gatinha!

...

Sentia a Mia abraçada em minhas costas com o queixo em meu ombro. Ainda estávamos desnudas. Ouvia ao fundo a porta bater e aos poucos comecei a identificar a voz da minha mãe dizendo.
“crianças, voltei! Saiam do quarto e venham ajudar com os preparativos pra ceia!. Vamos!” . Olhei a tela do celular e o relógio marcava 17h20.

Dormimos a tarde toda!

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