Bela adormecida

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Beap...beap...beap.... Helô ouvia esse barulho ao fundo enquanto ia recobrando a consciência. Ela apertou os olhos algumas vezes até abri-los. Tentou se mexer mas era como se o corpo dela não respondesse, tentou falar mas não consegui.

— Hoje serei sua companhia no banho...— Uma mulher que ela não conhecia falava enquanto mexia em algumas coisas. — Tá um dia horrível lá fora, uma tempestade, muita chuva, acredito que.... —  A mulher olhou pra Helô e viu que ela estava com os olhos abertos e seguindo ela com olhar enquanto lágrimas caiam. — Você... você pode me ouvir?

Helô tentou falar, mas o tubo em sua garganta impedia que qualquer som saísse e ela nem conseguia movimentar os lábios.

— Oh meu Deus....— A mulher apertou o alarme e logo dois médicos e mais uma enfermeira entraram no quarto.

— Deve ser como das outras vezes....— Um médico disse tacando uma luz forte nos olhos de Helô.

— Não, eu tenho certeza que ela está me ouvindo. — A mulher disse.

— Senhora Heloísa, por favor, se tiver nos ouvindo, pisque duas vezes!!!— Um dos médicos pediu e assim ela fez.

(.....)

Stenio chegou ao prédio para o horário de visitas como todos os dias desde que tudo aconteceu. Ele foi à recepção para pegar o crachá de visitante, mas para sua surpresa, naquele dia ele foi direcionado para outro lugar do hospital. Logo em seguida a mulher jovem que aparentava ter no máximo 30 anos o encaminhou até uma outra sala.

— O médico já vem atender o senhor. — A recepcionista disse.

— O que está acontecendo? Alguém pode me explicar???? — Ele perguntou aflito, claramente isso não indicava boas coisas.

— Lamento, só o médico sabe, eu só sou recepcionista. — Ela o informou, Stenio assentiu e sentou na pequena pré-sala esperando ser chamado.

Como numa espécie de Dejavú, ele relembrou todas as vazes que esteve ali sentado, sem saber o que iria acontecer, exatamente como agora e um nó atravessou sua garganta, ele já imaginava o pior.

— Senhor Stenio, é bom vê-lo novamente! — Falou o homem ao abrir a porta.

— O que aconteceu? Ela piorou...ela... – Stenio não deu tempo nem do médico entrar direito. — Por favor me diga... — Os olhos dele estavam marejados, não queria ouvir, mas precisava saber de uma vez.

— Ela acordou, ainda estamos terminando alguns exames, mas tudo indica que ela acordou do coma. — O médico falou alegre.

O coração de Stenio acelerou, sua boca ficou seca e suas mãos trêmulas. —  Será que o senhor poderia repetir?

— Eu imagino o choque que  o senhor deve estar sentido..... —  Disse o médico bonachão.

— Eu quero vê-la! — Disse ele quase gritando.

— Como eu disse, estamos terminando alguns exames, assim que terminamos, eu libero sua visita para ela. — O médico falou. Stenio abraçou o médico chorando, mas dessa vez era de alegria.

Horas mais tarde quando Stenio já estava quase entrando em colapso, uma enfermeira veio chama-lo para ver Helô, ela explicou que pela série de exames, Helô estava dormindo, mas para ele não importava, ele só queria vê-la.

Depois de um tempo segurando e beijando a mão dela, Helô abriu os olhos e os olhos deles se encontraram, ele sorriu com os olhos cheios de lágrimas, porém, ela começou a ficar agitada, os monitores começaram a apitar, logo uma equipe médica entrou no quarto e o retirou de lá.

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