Lembranças do Amor

O castigo

Anos atrás

— Tu mora aqui??? — Ela perguntou quando ele estacionou na garagem.

— Não, aluguei só pra te impressionar. — Ele disse.

— Grosso. — Ela disse.

— Desculpa... — Ele disse.

— Você tá nervoso.... — Ela percebeu. — Tua mãe sabe mesmo que a gente vinha? Ou melhor que eu vinha?

— Sabe, ela que pediu. — Ele falou. — Vem, vamos entrar...

— Stenio, finalmente, já estava mandando a polícia atrás de você. — A mãe dele disse.

— Oi mamãe, desculpa eu... — Ele não sabia o que dizer.

— A culpa foi minha, demorei pra me arrumar. — Helô disse.

— Você deve ser a Heloísa, o Stenio não para de falar de você... — A mãe do Stenio disse sorrindo.

— Ele fala é? — Helô perguntou em tom divertido vendo ele morrendo de vergonha.

— O tempo todo, mas ele tinha razão, você é linda! — A mãe dele disse e eles ficaram constrangidos.

— Mamãe... — Stenio falou.

— É verdade! — A mãe dele disse. — E sua tia não quis vir?

— Hoje não deu, mas outro dia ela vem... — Helô respondeu.

— Diga a ela que estou esperando! — A mãe dele disse. — Pois vamos almoçar, vou pedir pra servir, fique a vontade!

— Obrigada! — Helô disse vendo aquela senhora simpática sair da sala. — Você é adotado né? Não tem como tu ser filho dela não...

— Sou, fui abandonado na porta deles quando era um bebê, eles não tinham filhos e ficaram comigo. — Stenio disse triste.

— Stenio, desculpa, eu estava brincando eu não.... — Ela falou toda nervosa mas então ele começou a rir. — Ai como você é idiota.

— É uma boa história vai... — Ele falou brincando.

— Você deveria procurar um médico, sua compulsão por mentir deve ser alguma patologia. — Helô disse.

— Pronto crianças, podemos almoçar! — A mãe do Stenio disse.

Eles foram pra mesa, era um verdadeiro banquete como Heloísa só tinha visto na televisão. No início ela ficou tímida, mas a mãe de Stenio era tão agradável que as coisas fluíram.

— E você sempre quis fazer direito? — A mãe do Stenio perguntou.

— Eu... — Ela olhou pra Stenio que olhava pra ela com expectativas, mas antes que ela pudesse responder alguém entrou na sala e a atmosfera de alegria se esvaiu.

— Oi, Dante, não sabia que você vinha almoçar em casa. — A mãe do Stenio disse tensa.

Helô viu todo corpo de Stenio ficar tensionado.

— Como sempre né Ana, você nunca presta atenção nas coisas que eu falo. — Ele disse. — Pode me servir.

— Você pode fazer isso, a gente tá comendo e você tem mãos. — Stenio falou.

— Em primeiro lugar, quem você pensa que é pra falar assim comigo seu moleque insolente. — O pai de Stenio disse e Stenio se calou e abaixo a cabeça. — Bora Ana, ao contrário de você que não faz nada da vida e só fica gastando meu dinheiro, eu tenho que trabalhar. — O pai do Stenio gritou danado um soco na mesa.