Lembranças do Amor

A vida continua

— Ra-tim-bum, ANA JÚLIA, ANA JÚLIA, ANA JÚLIA....— Todos gritavam e aplaudiam.

— Jujuba esquece do pedido....— Stenio cochichou no ouvido da menina que sorriu pra ele com o sorriso faltando dentes.

— Eeeeeeh... — Todo mundo gritou.

— Juju, pra quem vai o primeiro pedaço??? — Maitê perguntou.

— Óbvio que é meu.... — Stenio disse convencido.

— Desculpa pai, mas o primeiro pedaço é da mamãe....— Ana Júlia disse entregando o pedaço de bolo pra Helô.

— Obrigada meu amor, te amo muito!!! — Helô disse beijando a filha.

— Puxa saco, puxa saco, puxa saco... — Drika puxou junto com os demais convidados, na sequência a música começou a tocar.

A adaptação deles com Ana Júlia foi algo assustadoramente rápida, quem não soubesse diria que a menina sempre viveu com eles. Creusa brincava frequentemente dizendo que eles deveriam fazer um exame de DNA, pois tinha certeza que de alguma forma, a menina também era biologicamente deles.

Outra surpresa foi a relação da Drika com a menina, início eles estavam temerosos pois conheciam bem a filha que tinham, mas pra surpresa deles, Drika acolheu a menina como uma verdadeira irmã, para alegria de todos, principalmente de Helô.

Era comum Helô se emocionar em algum almoço em família, ou mesmo um simples jantar com as duas filhas.

— Stenio, para de comer, é pras crianças....— Helô brigou com ele.

— Ah, tem um monte aí vai, unzinho não vai fazer falta...— Ele disse.

— Unzinho, unzinho, você fica nessa de unzinho e já comeu quase dez. — Ela disse rindo. — Você tem que lembrar que é velho, não pode ficar comendo essas coisas não....

— Velho, que velho o que Helô, eu tô na flor da idade! — Ele disse.  — Essa noite vou te mostrar quem é velho....

— Isso é uma promessa é....— Ela disse puxando ele pra um beijo.

— Vô, vô, vem jogar bola com a gente...— João Pedro veio correndo segurando a bola, interrompendo eles.

— Agora? — Stenio perguntou.

— É vovô, só tá faltando um pra completar o time....— João Pedro pediu.

— Tá....— Stenio disse suspirando indo com o neto e enquanto Helô apenas ria.

(....)

—  Ariel, o príncipe e a filha deles viveram muito felizes em grande harmonia com o povo do mar e da terra...— Helô disse.

— Vamos ler de novo?— Ana Júlia pediu, ela era fascinada pela pequena sereia.

— Filha, já está tarde, amanhã a gente lê mais tudo bem? — Helô falou levantando da cama e arrumando a coberta na menina. — Sem falar que amanhã vai ser um dia longo....

— Mas é que eu tô muito feliz, eu nunca tinha tido uma festa só pra mim antes! — Ana Júlia disse.

— Você gostou? — Helô perguntou tirando o cabelo do rosto da menina.

— Muito, muito, muito...— ela disse feliz. — Será que...

— O que? — Helô perguntou.

— Nada... — A menina ficou nervosa.

— Fala, eu quero saber....— Helô pediu.

— Você não vai ficar chateada? — Ana Júlia perguntou com os olhinhos preocupados.