Sheilla Castro
As lagrimas escorrem pelo meu rosto enquanto observo atentamente a foto que a minha prima tinha postado onde toda a minha família se encontrava reunidas para o tradicional almoço de comemoração da minha tia avó. Mamãe tinha um sorriso enorme no seu rosto, papai estava com a sua expressão fechada como geralmente acontecida em toda foto, mas ele estava muito confortável e os dois pareciam estar vivendo muito bem sem que eu estivesse em suas vidas.
Será que eles não estavam sofrendo como eu estava? Eu poderia me fingir de forte na presença de Gabriela para que ela acabasse não se preocupando comigo ou no Victor para evitar alguma briga entre ele com os nossos pais. Mas na realidade eu estava totalmente quebrada por dentro por ter que deixar os meus pais por eles não me aceitarem amando a mulher com quem eu estou praticamente casada.
Desde que eu tinha chegado do hospital que se tornou uma rotina me esconder no banheiro da chorar no banho por saudade das mensagens que trocava durante todos os dias com a minha mãe a enviando no Instagram algumas receitas que apareciam ou enviando links de receitinhas do TikTok e em troca ela me mandava vários vídeos fofinhos de animais ou de coisas que ela sabia que acharia engraçado. Porém não tinha recebido dela nenhum vídeo ou pelo menos uma mensagem me perguntando como estava depois do acidente.
Perdi a noção do meu tempo chorando encostada na parede do banheiro até que escutei a voz de Gabriela me chamando, respondo que estou no banheiro e não escuto mais nada vindo dela. Retiro o pijama que estava usando, ligo o chuveiro sem olhar a temperatura e mordo meu lábio inferior ao sentir a água gelada contra o meu corpo. Fico uns minutos embaixo da água, tomo o meu banho e finalmente saiu do boxer já colocando o roupão que pertence ao hotel. Paro na pia para fazer a minha skin care matinal e depois me retiro do banheiro.
Gabriela se encontrava abraçada ao travesseiro que eu tinha usado durante a noite, seus olhos estavam abertos e nos seus lábios um bico de bebezinha chorona que somente ela tinha. Me aproximei da cama sorrindo para a mulher que eu estou completamente apaixonada, me deito ao seu lado e selo os meus lábios aos seus em um selinho demorado. O meu coração se encontrava completamente em paz olhando em seus olhos
- Os seus olhos estão vermelhos – comentou sem desviar os olhos dos meus então eu acabei virando o rosto um pouco de lado – andou chorando?
- Acordei com os olhos irritados – falei a primeira coisa que acabou vindo a minha mente e ela me olhou sem acreditar muito – eu acho que já chegou o tempo de trocar minhas lentes novamente
- Quando chegarmos a BH irei marcar um oftalmologista para você – Gabriela disse tirando uns cabelos que estavam caindo sobre o meu rosto – quer pedir o café da manhã no quarto ou tomamos em outro local?
- Você quem decidi – falei selando os nossos lábios novamente em um selinho demorado – eu vou começar a me arrumar e você se levanta dessa cama pra se ajeitar – disse sorrindo para ela ao me levantar da cama – temos a visita a obra em uma hora
- Vamos tomar o café da manhã em algum restaurante próximo a obra – respondeu se levantando da cama e deixando seu corpo nu completamente amostra para mim – o que acha de voltar para o banheiro comigo?
- Não temos tempo para isso, amor – disse cruzando os meus braços enquanto admirava a sua beleza – por favor, não enrole no banho que temos um horário apertado
Ela apenas me deu uma piscadinha enquanto mexia na sua "juba" que se encontrava completamente bagunçada por causa da noite que tínhamos tido, a acompanhei com o olhar até que entrasse no banheiro e mordi o meu próprio lábio sabendo o quanto eu era sortuda por poder a chamar de namorada. Caminhei calmamente para o pequeno closet onde estavam as nossas roupas, coloquei algo simples já que estava um calor absurdo. Deixei os meus cabelos soltos e ondulados já que precisaria usar o capacete de segurança na obra e odiava o colocar quando os meus cabelos estavam amarrados por incomodar bastante.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Stay - Sheibi
FanficQuando ainda somos muito novos aprendemos a não mentir ou esconder algo da nossa família, mas o que fazer quando nos vemos obrigados a fazer isso? Sheilla Castro viveu por toda a sua vida no interior até se mudar para Belo Horizonte para cursar a s...