𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑫𝒐𝒛𝒆

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Se eu fosse um carpinteiro, eu construiria para você uma janela para minha alma. Mas eu deixaria a janela fechada e trancada. Assim, toda vez que você tentasse olhar por ela, tudo que veria seria seu próprio reflexo. Você veria que minha alma é um reflexo de você.

-Colleen Hoover.


















Amélie Sanchez Point of view

Estava andando calmamente pela praça, a procura de silêncio, de calmaria, de paz, de serenidade, tranquilidade, equilíbrio. Coisas que claramente não estava sentindo nesse momento. Queria somente descansar, descansar e descansar. Acordar desse pesadelo que eu chamo de realidade e ver que tudo não passou de um sonho ruim, que tudo não passou da imaginação fértil em minha cabeça.

A brisa leve batia forte contra o meu rosto e fazia o vento bagunçar levemente meu cabelo. O clima gélido da maioria dos fins de tarde em São Paulo já se faziam presente, me fazendo repensar o motivo que eu decidi deixar o calor e o verão do Rio de janeiro para viver e reviver os meus piores dias possíveis nessa cidade fria e gélida, lotada de memórias boas e as piores que já vivi nesse lugar.

Não somente a cidade como também as pessoas que habitam nela também eram frias. Era um vai e vem sem parar de pessoas caminhando apressadamente para lá e para cá, agitadas e nenhum pouco dócil, educadas e bom humoradas. Às vezes focamos tanto na vida monótona, com a rotina de sempre, trabalho, trabalho e mais trabalho que esquecemos de viver a vida real.

Focamos tanto nos problemas, que a vida vai passando sobre nossos próprios olhos sem que conseguimos enxergar. Há tanta beleza nas simples coisas da vida, no ar, no vento, num simples balanço de árvore, num simples cantar dos pássaros, nos detalhes mais pequenos do nosso dia, deixamos passar sem que possamos apreciar que a beleza está nos olhos de quem vê.

Devemos esquecer as coisas ruins e tentar focar nas boas. Por quê o mundo tem que ser tão complicado!? Ou por que a gente complica tanto a vida!? Por que a vida não pode ser um morango? As pessoas falam tanto sobre ter empatia, sobre ter liberdade, sobre ser livre. Mais por que quando decidimos expor as nossas opiniões somos tão atacados, por que amar está sendo tão complicado nos dias de hoje?. São tantos porque's sem respostas que a minha cabeça fica inteiramente confusa.

A praça estava vazia, as folhas das árvores caiam e voavam com o vento indo embora para longe. Minha cabeça estava um turbilhão de coisas, não conseguia focar na beleza que estava sobre os meus olhos, meus pensamentos estavam me deixando extremamente 'louca' e sentia que estava próxima a explodir.

Ando calmamente tentando prestar a atenção nos detalhes e esquecer nem que seja por breves segundos a confusão que deixei para trás. Ou melhor, esquecer por alguns segundos e tentar tirar a mulher de cabelos longos e ruivos que estava alugando uma boa parte de meus pensamentos ultimamente.

Sento embaixo de uma grande árvore e retiro o meu livro da bolsa. Tentava me concentrar nas palavras da história e não conseguia. Era como se eu estivesse lendo com os olhos, mais quando iria para a próxima página não sabia exatamente nada do que eu tinha lido na página anterior. Lia e relia várias vezes, mas não entrava na minha cabeça de jeito nenhum. Bufo pesadamente fechando o livro com força deixando de lado, ler seria uma perda de tempo nesse momento. Me levanto e vou andando calmamente observando a natureza e o quanto o céu estava carregado de nuvens cinzas, o que denunciava que logo choveria e não demoraria muito.

𝑭𝒂𝒗𝒐𝒓𝒊𝒕𝒂 - 𝑷𝒓𝒊𝒔𝒄𝒊𝒍𝒂 𝑪𝒂𝒍𝒊𝒂𝒓𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora