𝑪𝒂𝒑𝒊𝒕𝒖𝒍𝒐 𝑶𝒏𝒛𝒆

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Sinto saudades do que passou,
Do que nao deu certo,
Do que vira,
De quem se foi,
De quem nunca veio,
Do que acabou antes da hora,
Do que esta inacabado.

-Sandro Furtado.





































Amelie Sanchez Point of view

Sentia um aperto enorme no peito, algo como se fosse um aviso, algo que eu não parava de pensar desde a 'encomenda' recebida a minha ex-namorada. As palavras que estavam gravadas sobre o papel da carta me faziam passar a noite em claro, enquanto tinha a ruiva dormindo serenamente como se nada tivesse acontecido ou acontecendo ao meu lado.

Esses dias tem sido um completo de uma tortura psicologica, estar ao lado da pessoa que me fez a mulher mais feliz desse mundo e ao mesmo tempo quebrou meu coração aos pedaços é literalmente uma tortura. Flashs e memórias assolavam em meus pensamentos me trazendo a tona vários momentos especiais que passei ao lado da ruiva.






♫︎Flashback♫︎

Estava deitada entre diversas cobertas na cama que minha namorada estava dormindo na casa chango. O dia havia amanhecido escuro, nuvens acizentadas se misturavam com algumas nuvens carregadas dando sinal que não demoraria a começar uma tempestade daquelas.

Minha namorada estava gravando uma publicidade e nem fazia ideia que eu estava aqui, eu não era uma das agenciadas então teria que passar esse tempo todo sozinha em nossa grande casa. A mansão da Chango não ficava muito longe, no começo do namora a Amanda queria me agenciar, porém, como já estava em outra agência eu ainda não conseguia entrar para a dela.

Priscila Caliari não queria ir de jeito algum, alegando que não conseguia passar mais de uma vinte e quatro horas longe de mim. Confesso também não conseguir passar tanto tempo longe de minha namorada, mais como não posso fazer muita coisa e é o trabalho da mais alta, não tinha o que opinar sobre.

Tinha conversado mais cedo com a minha cunhada, perguntando se poderia fazer uma surpresa a minha ruiva. Rapidamente Amanda respondeu que abriria uma exceção para a minha pessoa, o que me fez pular por dentro em uma animação e empolgação sem igual.

Pedi para a minha assessora e melhor amiga para que fosse atrás de um buquê de rosas vermelhas, o maior buquê que ela encontrasse na floricultura, enquanto eu iria correndo ao mercado para comprar tudo o quanto tipo de doce que estivesse, por que segundo Amanda, minha ruiva estava de TPM e com um mau humor sem igual por estar longe de mim. Sou tirada dos meus devaneios com Clara Garcia entrando correndo ao quarto como se estivesse fugindo de alguém, me fazendo saltar na cama em susto.

-Que susto!-Exclamo levemente alterada e a mulher respira fundo antes de se explicar.

-Desculpa, Sanchez!-A morena exclama enquanto recuperava o fôlego. -A Priscila chegou, queria te avisar antes para que você possa se preparar, ela está conversando com Amanda e já vai subir!-Completa se explicando e eu assinto em concordância me levantando da cama.

Vou até a escrivaninha e pego as sacolas com os doces e o buquê delicado que continha cinquenta rosa vermelhas sobre ele. Estava morrendo de saudades da minha mulher, só queria estar aconchegada em seus braços e não sair por nada nesse mundo.

Clara logo saí do quarto me deixando sozinha e eu volto para a cama com os presentes da mais alta. Em cerca de dez minutos a porta é aberta devagar e a luz é acessa. A mulher de cabelos ruivos ao menos nota minha presença na grande cama de casal, ela retira seus sapatos os deuxando em um cantinho perto da porta, retira sua blusa grossa de frio e quando ia se virar para caminhar até a cama, leva um pequeno grande susto ao notar a minha presença com o buquê enorme em mãos.

-Caralho, Amor!-Ela exclama chorosa enquanto corria em minha direção com os braços abertos. -Estava morendo de saudades!-Completa se aconchegando em meus braços levemente sem destruir o buquê.

-Eu também estava, meu bem!-Digo deixando um singelo beijo em sua testa. -Pra você, tudo bem que nenhum buquê de flores nesse mundo poderia descrever o amor que eu sinto por você, mais não poderia perder o costume de te presentear com as melhores rosas de São Paulo!-Exclamo com o sorriso imenso nos lábios enquanto fitava os olhos castanhos de minha namorada que agora brilhavam em emoção. -Uma flor para outra flor!-Digo por fim vendo os olhos da ruiva lacrimejar em sinal que ela logo se derramaria em lágrimas.

-Não acredito que está me fazendo chorar em plena dez horas da manhã!-Ela diz com o tom de voz choroso e eu gargalho tombando levemente a cabeça para trás. -Não ri amor, estou sensível ao extremo hoje com saudades de você misturado com a TPM! -Ela diz em tom de resmungo e eu selo nossos lábios em um simples encostar deles.

-Eu sei disso, meu bem!-Digo sorrindo fraco em direção a ruiva. -Por isso também te trouxe isso, já que as floses são só uma decoração e não são comestíveis!-Brinco com a mulher que sorri animada quando estendo uma grande sacola com doces de variadas formas.

-Meu amor, eu te amo, muito, muito, muito, muito!-Ela exclama em um tom de voz em choramingo enquanto selava nossos lábios em um selinho a cada palavra.

-Eu também te amo, meu bem!-Exclamo selando nossos lábios novamente.

De princípio era somente um selar, mais a ruiva me pede passagem com a língua e eu rapidamente cedo, seguro firmamente seu rosto com as mãos enquanto ela aperta de leve a minha cintura, nossas língua travavam uma batalha silenciosa por espaço, como se o mundo fosse acabar nesse exato momento, aproveitando cada segundo ao lado da minha mulher de cabelos ruivos, a mulher na qual quero passar o resto de meus dias ao lado, até depois deles se assim possível.


♫︎Off♫︎







Sem ao menos notar, lágrimas silenciosas caiam sobre meus olhos sem conseguir conter. A imensa vontade de sair correndo e gritar até não tiver mais força me atingia em cheio, me fazendo repensar diversas vezes sobre como a vida é totalmente imprevisível. Mesmo que a gente se esforce para a vida sair como o planejado, nunca saí, não importa o quanto tentamos. Sempre tem algo, alguém, o destino, o acaso, o futuro ou o presente, para estragar algo.

Suspiro pesadamente enquanto colocava meu rosto entre as mãos levemente para não machucar o braço da ruiva que ainda estava algemado sobre o meu.








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𝑭𝒂𝒗𝒐𝒓𝒊𝒕𝒂 - 𝑷𝒓𝒊𝒔𝒄𝒊𝒍𝒂 𝑪𝒂𝒍𝒊𝒂𝒓𝒊Onde histórias criam vida. Descubra agora