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As ruas estavam escorregadias e cobertas pela neve branquinha, por isso, eu dirigia a cerca de vinte quilômetros por hora

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As ruas estavam escorregadias e cobertas pela neve branquinha, por isso, eu dirigia a cerca de vinte quilômetros por hora. O silêncio era quebrado apenas pela música que tocava baixinho no rádio.

Olho pelo retrovisor e vejo que Jiwoo ainda dormia como uma anjinho em sua cadeirinha.

Minha filha tem cinco anos, embora seja muito inteligente para sua idade.

Ela é uma mistura perfeita de Sunghoon e eu.

Seus fios são tão escuros quando os meus, mas seu sorriso é tão bonito e vibrante quanto o do Park, talvez seja por isso que sempre que olho para ela, eu o vejo.

Nós nunca mais nos falamos e tudo o que eu sei sobre ele é que se formou em psicologia.

Mesmo depois do que ele fez, eu continuo sendo grato a ele, porque me deu a coisa mais importante que tenho na vida. Minha filha.

Ela é fruto do amor incondicional que senti por Sunghoon e, quando a segurei nos braços pela primeira vez, entendi o real significado desse sentimento tão puro.

Ela sempre amou passar as férias de inverno no chalé de Sunoo, que para ela é como um segundo pai, então é isso que faremos esse ano.

Sunoo e Niki estão em lua de mel em Jeju, mesmo assim, ele insistiu para que eu viesse. Segundo ele, o lugar está abandonado e precisa de alguma vida e, já que Jiwoo ama tanto o lugar, não há motivos para não aproveitar.

Quando a pequena me olhou esperançosa, não tive como negar.

O chalé fica em Aspen, cidade turística nas montanhas rochosas do Colorado e, já que viemos até aqui de avião, precisei alugar um carro para me locomover pela cidade.

Depois de meia hora dirigindo, finalmente estaciono em frente a pequena casa feita de madeira e com telhado de duas águas de forte caimento e beirais avançados.

Seu entorno estava todo coberto pela neve, o que tornava o lugar ainda mais mágico.

Saio do carro e abraço meu próprio corpo na tentativa de me esquentar. Dou a volta no veículo e abro a porta traseira, beijando delicadamente a bochecha gordinha de Jiwoo.

─ amor ─ chamo por ela com a voz suave ─ já chegamos ─ sorrio ao vê-la abrir os olhinhos rapidamente.

─ mesmo? ─ pergunta sorrindo e eu concordo a desvencilhando do cinto ─ não vejo a hora de fazer um boneco de neve igualzinho ao Olaf ─ faz uma referência ao seu filme preferido e não pude evitar sorrir.

─ tenho certeza que vai ficar lindo ─ digo colocando-a cuidadosamente no chão ─ mas faremos isso amanhã. Já está escurecendo e a senhorita precisa descansar ─ informo, ajeitando a gola de sua jaqueta grossa cor-de-rosa, a fim de deixa-la quentinha.

─ mas eu já dormi muito, papai! ─ ela murmura, fazendo um biquinho fofo.

─ mesmo assim. Se ficarmos muito mais tempo aqui fora iremos pegar um resfriado e você não poderá brincar amanhã ─ vejo a pequena arregalar os olhinhos escuros.

─ o que estamos esperando para entrar? ─ pergunta correndo até a parte coberta da casa, onde se encontra a porta principal.

─ cuidado para não cair, filha! ─ rio de seu desespero, seguindo-a.

Pego a chave prata que estava em meu bolso e me aproximo da porta de madeira escura, notando que a mesma está entre-aberta.

Confuso, adentro o local cautelosamente enquanto seguro a mão de Jiwoo.

─ olá, tem alguém aqui? ─ pergunto por precaução enquanto olho ao redor, notando algumas luzes acesas.

Será que Sunoo contratou algum caseiro e não me avisou?

Ouço passos cautelosos se aproximando e, em seguida, escuto uma voz rouca que eu reconheceria em qualquer lugar soar.

─ Jake? ─ chama, me fazendo estremecer. Sinto meu coração acelerar e minhas pernas fraquejarem.

Ele não está realmente aqui, está? Eu devo estar ficando louco.

Giro meus calcanhares em direção a voz atrás de mim e ofego ao constatar que o homem de quem eu estive fugindo por cinco anos está parado bem em minha frente, carregando um olhar confuso e surpreso assim como o meu.

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after the storm | jakehoonOnde histórias criam vida. Descubra agora