Capítulo Dois

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Percebi que ele de repente pôs no viva a voz.

— Escuta ele é muito cuidadoso não cometa erros Akk! Ficará pior pra você.

— Não se preocupe tentarei me aproximar sutilmente. Farei o meu melhor.

Uma pena que não importa o quão bem você seja eu ainda estarei um passo a sua frente, pois eu sei o que você quer de mim. Penso enquanto abro um pouco da porta do  banheiro para ver o homem que quer me matar.

Eu sabia que  reconheceria a voz de qualquer modo pois sou muito perceptivo mas mesmo assim quis o olhar. Era um desperdício, ele era lindo e alto parado ali olhando frustrado para o telefone ele soava muito atraente. As roupas elegantes, terno preto. Seu cabelo liso estava caindo na frente de seus olhos e ele parecia resmungar sobre sua missão. Sorri para mim mesmo louco pro nosso encontro "acidental." Pulo a janela do banheiro enquanto ele parece distraído e saio da casa em silêncio.

Um matador tem que saber ser silencioso, mas assim que pulei o muro eu dei de cara com um homem alto. Ele parecia maníaco e tinha várias barras de cereal na mão.

Seus olhos estavam vermelhos e ele tinha  um binóculo pendurado no peito era menor que os que estava dentro da casa. Ele me olhou surpreso mas eu não pensei, sabia quem ele era. O stalker.

Quando ele se movimentou em minha direção surpreso eu o chutei no peito o fazendo cair no chão. Não pensei muito estava irritado com o comportamento idiota desse imbecil em relação ao meu vizinho.

— Você é o idiota que está ameaçando o Peter. — falo.

Ele me olha surpreso ao ouvir o nome, ele se levanta como se fosse me bater. Antes que ele se aproximasse o bastante saquei minha arma e atirei na perna dele. O cara caiu no chão imediatamente gritando de dor.

— Seu filho da puta! Se você dirigir a palavra ao Peter ou se eu ver você no mesmo espaço que ele,  juro que o próximo tiro vai ser no meio da sua cabeça. — falo nervoso.

— Não, não, não! Cara eu juro! Eu juro que nunca mais faço nada ao Peter. — ele diz enquanto põe a mão no ferimento.

Aceno com a cabeça como que concordando com ele e sorri. Quando viro de costas pra sair dali escuto o som dele amarrando algo no ferimento e então se levantando. Bom, ele vai se virar.

Na esquina, me olhando como se nunca tivesse estado dentro da casa estava ele. O tal do Akk, ele batia palmas enquanto vinha na minha direção.

— Você deu um show e tanto. — ele diz sorrindo.

É agora, tenho que fingir não o conhecer e deixar ele se aproximar e antes que ele me mate eu mesmo o matarei. Esse tolo vai morrer nas minhas mãos.

— Por favor, não chama a polícia esse idiota persegue meu vizinho. Ele já espancou ele algumas vezes também. — falo com falso tom de preocupação.

— Não, eu fiquei impressionado. Você protegeu seu amigo de uma forma que nunca vi antes.

— Ah, obrigado.

Ele sorri e se aproxima de mim estendendo a mão.

— Eu sou o Akk.

— Ayan, pode me chamar de Ayan. — ambos já sabíamos o nome um do outro mas era incrível como mantínhamos a naturalidade mentindo.

— Também tenho um ex abusivo se ele aparecer será que posso recorrer a você? Claro eu pagaria você por isso. — ele diz em tom agora muito suspeito.

— Como pagaria? — pergunto piscando para ele. A expressão dele ao sentir que eu estava insinuando algo era impagável ele estava surpreso.

— Hum... Quem oferece os serviços que deveria  dizer seu preço.

Merda! Ele é rápido para pensar, saímos dali acabei levando ele para uma lanchonete próxima da minha casa. Seu olhar em meus olhos era desconfortável algumas pessoas ficavam assim perto de mim.

Essa não é a minha opinião, mas já disseram que minha beleza intimida os outros. Ele parecia tímido e sem jeito nem combinava com o perfil de um mercenário.

— Você acha que seu ex é capaz de te fazer um mal significativo? — pergunto fingindo não saber seus interesses reais comigo.

— Não sei...só não quero descartar a hipótese. A idéia de alguém me defender me faz sentir seguro. — ele diz ainda sem me encarar.

— Entendo. Você é fofo, não deixe um brutamonte te machucar. — Falo.

Akk ficou vermelho, o que era engraçado me fez soltar um sorriso suave. Nossos pedidos chegaram e conversamos por um tempo sobre coisas aleatórias. Programas que gostamos de assistir, música e interesses. Parecia um encontro, nenhum de nós perguntou o emprego do outro.

Já sabíamos, mas não poderíamos seguir por essa direção se o outro ficasse sem palavras seria estranho. Eu não sei o que dizer se ele me perguntar isso, posso acabar dando a resposta verdadeira. Pois não tenho interesse em sustentar uma mentira que ele já sabe a resposta.

Quando saímos da lanchonete Akk me  surpreendeu. Ele usava roupas elegantes e um estilo de terno preto bonito, percebi que com esse estilo ele era um mercenário de luxo. (Trabalha pra pessoas extremamente ricas.)

Mesmo com as roupas e postura elegante ele tirou do bolso da calça um cigarro e naquele momento ele pareceu muito mais atraente para mim. Meu coração acelerou quando ele pôs o cigarro nos lábios e soltou calmamente como se fosse natural e fizesse parte dele.

O primeiro passo para morrer é me sentir atraído pelo meu assassino.

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