Capítulo Sete

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O jeito que eu dirigi o carro que roubamos no estacionamento até a casa do Raposa foi épico. Do meu lado, Akk se segurava com força como se fosse morrer.

Fiz uma curva em uma alta velocidade tão grande que imaginei como desenho animado as casas voando. Estacionei em frente da casa do meu "cliente". Assim que eu parei Akk fez uma cara de enjôo.

— Porra isso aqui não é Carga Explosiva! — ele diz nervoso.

— Calado! — falo e sorri.

Sai do carro para ser interceptado por três homens armados. Nem sequer me movi atrás de mim Akk atirou na cabeça de um deles tão rápido que não tiverem tempo de reagir minha arma foi naturalmente para a minha mão e sem a erguer muito aturei nós outros dois.

— Somos uma bela equipe! — sorri.

Mais uns seis caras vieram correndo mas acredito que meu amigo Raposa sabia que eu não cairia sem levar todos eles comigo. Ele veio lá atrás com uma ordem expressa para eles ficarem em silêncio.

— Ora, ora, ora o defunto veio até nós. — ele diz batendo papo.

— Poderia dizer o mesmo. — rebato.

— Você me surpreendeu, ainda está vivo...

— Só diz a razão pela qual o mandou matar John! — Akk fala alto.

— Quem é seu bichinho? Ele quem te ajudou a fazer esse estrago? — ela aponta os homens mortos no chão.

— A única coisa que impede suas tripas de estarem escorrendo nesse chão é uma pergunta. E se eu achar que não vou receber a resposta de você então... — Akk ergue a arma.

— Você parece com ele... — Raposa diz olhando Akk diretamente nos olhos.

Tem camadas na história conturbada da vida de Akk que ele simplesmente não revelou. Faz sentido, acabamos de nós conhecer.

— SE VOCÊ FALAR DELE... — o som de sua voz era forte e firme me fazendo encolher.

— Calma... calma é impossível que vocês sejam parecidos afinal não são irmãos de sangue não, é?

— DESGRAÇADO! — Akk ergueu a arma e apontou para Raposa em uma velocidade absurda.

Fui movido pelo instinto e segurei seu braço meu rosto focando nele. Tudo que envolvia Akk era um mistério mas eu não era nada diferente disso.

—  Precisamos saber...por favor, calma. — digo baixo.

Era eu quem vim aqui dirigindo derrubando toda a cidade e agora pedia calma. Ele me olhou seu olhar suavizando.

Caminhei até o Raposa, um sujeito baixo mas robusto com expressão de malandro. Parecia que ele poderia roubar algo de você só de olhar...e podia.

Na frente dele, sorri. Tudo isso era em vão, matar John resultaria na minha morte...a menos que eu pensasse melhor.

— Fala por favor, o que você está tramando.

— Pediu por favor?

— Ao longo dos anos sabe quantos eu matei em seu nome? Já salvei sua vida também, seja ao menos uma vez homem de verdade. Estou aqui na sua frente e quero saber pelo que eu abri mão da minha vida.

— Certo...— ele mudou a postura tirou o olhar zombeteiro do rosto e ficou sério. — Eu mexi com pessoas perigosas, não entendia a dimensão do quão perigosa elas eram até matarem minha família. Eles foram baixos e cruéis e eles pagaram pelos meus crimes achei justo que o Matador sentisse na pele o mesmo que eu.

— Mentiroso! — falo imediatamente. — Você não tem família. Acha que eu não investigaria a fundo meu contratante principal?

— Só esqueceu de checar seu alvo. — Ele diz sorrindo.

— Aposto que você perdeu uma disputa com um bandido pequeno como você... ambos querem mais poder.  Você foi escolhido para matar o alvo principal que desencadearia o caos. — falo e ele fecha o sorriso. Acertei em cheio.

— Seu plano está correndo muito bem a máfia toda se mobilizou para matar um homem. Com certeza você e seus homens junto com os desse outro cara vão atacar eles. Deve ser empolgante...— Akk diz após deduzir o resto.

— Só que... tem uma coisa que você não previu. — falo sorrindo.

— Do que você está falando?

— Que o inimigo do meu inimigo...

Antes que eu terminasse de falar três carros pretos da máfia pararam em frente a casa. Um deles carregava um envelope todos bem armados os homens do Raposa não tinham chance.

— Temos aqui um documento que mostra você contratando um homem para matar o filho do meu chefe! E temos o arquivo de áudio também... — O homem diz—  Todas as evidências foram enviadas por esse jovem.

O que vocês perderam? Quando dormiram? Vou dizer a vocês a parte da história que não sabem. Tudo aconteceu no motel quando eu estava descendo pela janela. Na verdade, minhas habilidades eram horríveis e quando me viram descendo fui arrastado para cima.

O homem que me pegou era Tar, braço direito do Matador o maior criminoso da Tailândia. Me olhou nos olhos e então disse :

— Você está morto! — as palavras eram fortes e ele tinha uma expressão que fez acreditar nisso.

— Não sou o culpado pela morte do John. — disse de uma vez. — Outra pessoa me mandou.

— Quem? — ele diz aproximando mais o rosto do meu.

— Se eu disser estarei mesmo morto.

— Tem minha palavra... — ele diz.

— Me dê uma forma de contato e eu mando a distância para ter certeza que sairei daqui vivo. — disse.

Em pouco tempo ele me desceu pela corda e eu achei estranho coloquei a mão no bolso do colete e encontrei um papel com um número de telefone. Deduzi ali que tínhamos um trato, para parecer real tínhamos que conseguir fugir então entramos na mata.

***

— Desculpa pelo carro. — disse ao me lembrar que roubei eles.

— Você sabe que sua vida está nas minhas mãos também não é? — ele me diz. — Mesmo tendo me ajudado não posso liberar você. Não quero ser cuzão mas, você matou o filho do meu chefe e ele nunca vai te perdoar.

As palavras de Tar eram verdadeiras, mas estávamos em uma situação complicada no meio de gangsters e mafiosos somos o alvo de todos eles. Foi então que um objeto rolou pelo chão segui seu movimento e ele explodiu uma fumaça densa. Bomba de fumaça.

Enquanto tentavam se recuperar e atiravam a esmo me joguei no chão e sai dali. Akk veio logo atrás de mim envolveu minha mão forte enquanto avançamos para longe.

Era incrível correr do perigo segurando a mão após avançarmos muito começou a chover. Era incrível a sensação de correr da morte segurando sua mão que fazia tudo parecer melhor. Foda-se? Tudo e todos!

Após um tempo, começou a chover as gotas de chuva que molhavam o chão suavemente, e tocavam meu corpo sem parar me fazia sentir mais vivo. Tomei consciência daquele momento quase em câmera lenta no tempo.

Akk olhou para mim com um sorriso e começamos a gargalhar. Não tínhamos medo da morte, só tínhamos que ser fortes o bastante juntos. Aquela mão que me segurava firme como se não pudesse suportar a ideia de soltar me fazia sentir invencível.

Quando paramos bem longe dali ficou claro que os dois grupos de bandidos lutaram entre si e nós escapamos da confusão. Seus olhos se fixaram no meu e ele caminhou em minha direção e me abraçou.

— Estamos vivos! — foi sua afirmação animada.

— Estamos juntos. — digo em tom sério ele me encara nos olhos.

— Nunca tive ninguém. — ele diz receoso.

— Agora você me tem.

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