Sonho

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Alguns postes deixavam as ruas da Bélgica mais claras. Era noite e o silêncio invadia o pequeno bairro da cidade. Josie andava apressada, era a quarta vez que precisou ir a escola à noite, sempre que o fazia, seus passos eram rápidos e longos, por mais que a criminalidade fosse baixa, ainda existia. Uber estava fora de questão para ela no momento, ainda tinha receio, por isso preferia arriscar, ser uma bruxa sifão tinha suas desvantagens. Na escola Salvatore era mais fácil, bastava tocar em uma parede e pronto, tinha a magia necessária para se defender e por mais que agora fosse por direito a líder do clã Gemini, não tinha feito a fusão, então não tinha magia própria.

Deixou aquelas questões de lado e apertou mais o passo. Seu coração foi até a garganta quando uma figura saiu da escuridão e ficou em frente a ela. Seu corpo congelou, ficando paralisado. O homem era alto e vestia uma boina marrom, era o diferencial dele. Parecia ter no máximo quarenta anos e possuía uma arma na mão. Seus traços eram finos, nariz pontudo e olhos azuis.

Josie viu algo nos olhos. Vestígios de insegurança, parecia até um pouco amedrontado e suas mãos, que seguravam a arma, tremiam.

Aquilo não era nada bom. Um ladrão desestabilizado poderia atirar nela sem nem perceber, aquilo só a deixou nervosa.

- Je suis désolé, mais j'essaie juste d'aider mon fils. S'il vous plaît, ne compliquez pas les choses. Donnez-moi tout ce que vous avez et rien ne doit arriver. (Sinto muito por isso, mas só estou tentando ajudar meu filho. Por favor, não torne as coisas difíceis. Me de tudo que tem e nada precisa acontecer.)- O homem falou, provavelmente em francês, o pior de tudo era o óbvio. Josie não entendeu absolutamente nada.

- Eu não falo francês. Eu falo inglês. - Tentou explicar, mas aparentemente o homem não a entendeu e começou a tremer ainda mais. Josie estava quase conseguindo ver o tiro sair da arma de tão nervoso que aquele homem estava.

- Que baixo, assustando garotinhas indefesas em ruas escuras. - Josie e o homem viraram em direção a voz.

Hope Mikaelson estava ali. Com sua jaqueta de couro, calças escuras e botas de salto alto.

O homem ficou confuso, ora apontava a arma para Josie e então para Hope, até que alternava entre as duas, tremendo.

- Fique longe dela ou eu o mato. - Em um piscar de olhos Hope estava em frente ao homem, o cano da arma tocando seu tórax, o homem estava assustado, pois a mulher, além de chegar inacreditavelmente rápido até ele, ela não parecia nada assustada.

- Ele não entende inglês. - Josie esclareceu e Hope podia sentir seu coração acelerado, ela sorriu de lado e virou para Josie.

- Não tenha medo. Não precisa mais ficar com medo, Jô. - Josie suspirou. Realmente, de fato, estava com uma tríbrida, uma arma não podia machucá-las. - Acho que peguei a doença do Alaric. Não posso te dar uma segunda chance. Segundas chances fazem pessoas desequilibradas machucarem pessoas boas. - Hope agarrou seu pescoço e o ergueu para cima, ele estava sufocando, agarrou seu pulso, tentando tirar a mão da mulher do seu pescoço, sem sucesso. A sensação que tinha era que a mão dela era como concreto em volta de seu pescoço e o pulso também, pelo que sentia entre suas mãos.

- Ele parecia tão nervoso, quase como se estivesse sendo obrigado a fazer isso. Não... Deixe ele, Hope. - Hope suspirou, não é como se tivesse prazer em matar, mas estava um tanto traumatizada. Tinha medo de deixá-lo viver e ele quisesse vingança. Seguindo os conselhos de Josie, o jogou no chão, o vendo correr imediatamente.

Hope virou para Josie, finalmente sorrindo. Josie lhe retribuiu o sorriso e correu, quase pulando nela, rodeando seus braços em seu pescoço e apertando, chocando seus corpos. Hope a segurou pela cintura, rodando um pouco as duas e a deixando em seguida.

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