Epílogo

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Harry chegou ao restaurante às seis da manhã, como fazia todos os dias.

As pessoas costumam dizer que o dono pouco trabalha, mas isso não se aplica ao ramo alimentício, e menos ainda ao próprio Harry.

O lugar era embaixo do seu apartamento, onde ele conseguia pagar um aluguel razoável pelo estabelecimento e ter a vantagem de morar tão perto, e estava funcionando há cinco anos.

No começo era bem simples, a porta de ferragem que rolava para cima, as paredes de piso branco e na cozinha o espaço era dizimado pelas antigas prateleiras do mercado que ocupava o lugar.

Agora, desde dois anos atrás, os negócios foram bem o suficiente para uma reforma. As portas eram de vidro e as paredes pintadas de cor creme com quadros que retratavam Londres e outras paisagens inglesas; todas as mesas eram de uma madeira clara e também, o preferido de Harry, uma longa bancada de frente para as janelas em uma das extremidades.

Mesmo que tudo estivesse indo bem, Harry não abria mão de ter o maior lucro possível para sustentar o giro de dinheiro em épocas de baixa clientela. Eles serviam café da manhã, almoço e janta ali.

Ele abasteceu a máquina de gelo dos sucos, passou pano nas mesas, e varreu o chão antes de abrir as portas. Os primeiros a chegar foram os funcionários. Ou melhor, o funcionário da manhã.

Naquele horário apenas algumas pessoas do bairro passavam para pegar um café e um salgado antes de correr para o trabalho.

Satisfeito com o movimento comum da manhã, Harry começou os preparativos para o almoço e a troca de turno, aproveitando para comer um pouco, quando recebeu uma ligação.

Era Remus, pois seu padrinho iria visitá-lo hoje. Ele esperava que fosse chegar apenas a noite, mas parece que houve uma mudança de planos.

- Eu disse que chegaria no período da tarde. - Remus estava dizendo pelo celular - Você nunca presta atenção no que eu te digo.

No tempo logo após a rebeldia de Harry em continuar no país, as coisas pioraram significativamente entre ele e seus padrinhos. Aconteceram longas ligações, muitas lágrimas, valores altos em empréstimos e finalmente, uma visita.

Um verão quente e de qualidade como só o Rio de Janeiro consegue entregar, amoleceu e convenceu Sirius e Remus de uma vez por todas. Acabaram as indiretas nos Natais e Dia de Ação de Graças.

Fazia alguns anos que seus padrinhos passavam ao menos algumas semanas com Harry no Brasil, e dessa vez, devido à um trabalho excepcional de Remus como editor de um livro que fez sucesso, adiantaram essa visita.

- Desculpa Moony. - Harry riu, tentando deixar o padrinho mais tranquilo. - Você vai chamar um táxi ou prefere que eu te busque no aeroporto ?

- Prefiro ser abandonado em um país estrangeiro, obrigado.

- Já estou indo, estava brincando - Harry levantou da bancada onde fazia sua pausa e saiu do restaurante esperando que o funcionário da tarde desse conta de tudo sozinho.

Ele desligou a chamada e meia hora depois ainda estava longe de chegar ao seu destino. O transito no verão era impossível; um caminho de uma hora não se fazia em menos de três nessa época do ano, os turistas inundavam a cidade como um tsunami de sotaque e lentidão.

Remus o esperava alguns metros de distância da saída do aeroporto, mas ainda longe o suficiente para que os táxis não ficassem parando e oferecendo uma corrida. Ele pareceu aliviado quando o carro vermelho de Harry estacionou a sua frente.

O Verão tem fim - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora