A Lista de Beijos

22_ Cunhada?

Fui pega de surpresa quando entrei na casa do Aaron, encontrando algo diferente do que estou acostumada. A casa dele era bem menor que a minha, mais humilde, com pouca decoração chique e isso não me deixou frustrada.

Aaron me puxou para dentro, fechando a porta atrás dele, enquanto eu olhava tudo e percebia a decoração do lugar. A sala tinha apenas um sofá, que parecia caber apenas duas pessoas, uma entrada que parecia ser a cozinha e uma escada pequena indo pro andar de cima.

ㅡ Você mora com seus pais?

ㅡ Não, só com meu irmão. ㅡ Respondeu, saindo de perto de mim e tirando a jaqueta. ㅡ Sinta-se a vontade. Não é nada comparada a sua mansão, mas é a minha casa.

Encolhi meus ombros, caminhando em passos lentos na direção dele, querendo que ele entendesse que aquilo não me importava. Pela primeira vez, eu não estava ligando para manter aquela máscara de soberba que eu sempre tentava manter.

Eu estava vulnerável. Eu estava fraca.

Eu estava perdida.

ㅡ Isso é bem estranho, sabia? Ter você na minha casa. ㅡ Comentou, soltando uma risada baixa. Ergui meu queixo na direção dele, observando seu rosto. ㅡ Estar nessa parte de Miami não é algo que a Stacy Sparks faria.

ㅡ A Stacy Sparks está perdida ㅡ Afirmei, deixando toda aquela tentativa ridícula de me manter em pé ir embora. ㅡ Eu saí de casa sem rumo algum. Nem sei como cheguei aqui sem me acidentar, ou matar alguém.

Aaron soltou uma risada baixa de novo, mas logo olhou para mim confuso querendo entender o que eu estava querendo dizer com aquelas expressões e palavras desconexas.

ㅡ Você quer alguma coisa?

Um abraço. Um abraço seria o suficiente para me deixar melhor, para me acalmar. Ou talvez palavras de conforto, para me iludir dizendo que tudo no final ficaria bem.

Embora eu tenha certeza que, bem lá no fundo, nada iria ficar bem.

Só que eu nunca teria coragem para pedir isso ao Aaron, não tendo intimidade o suficiente para demonstrar meu lado vulnerável para ele. Ganhar a confiança do Aaron era meu objetivo, porque assim teria como beijá-lo sem levar alguma ofensa verbal, mas naquele momento eu não estava pensando em nada disso.

ㅡ Stacy... Você tá me assustando.

Dei um passo para trás encolhendo meus olhos, sentindo minhas bochechas esquentarem quando eu percebi que estava olhando demais para ele.

ㅡ Desculpa. Eu não... Eu não tô pensando muito. ㅡ Engoli em seco, balançando minha cabeça para espantar aqueles pensamentos.

Ele riu, gesticulando para que eu deixasse pra lá.

ㅡ Quer um soju?

ㅡ Soju? ㅡ Indaguei, juntando minhas sobrancelhas quando não soube distinguir o que era. ㅡ O que é isso?

ㅡ Uma bebida coreana.

ㅡ Achei que você era japonês. ㅡ Comentei, observando ele passar por mim e ir em direção a cozinha.

ㅡ Qual é! Já viu um japonês sair do Japão para vir para o Estados Unidos? ㅡ Questionou com desdém, parecendo mexer em algo ma cozinha. ㅡ O Japão deve ter uma guerra interna com os Estados Unidos ainda.

ㅡ Você acha isso? ㅡ Me aproximei da cozinha, me encostando na ombreira da porta.

ㅡ Tenho certeza.

Notei ele abrir a geladeira, tirando duas garrafas de vidro dali, se aproximando. A embalagem dela estava em coreano, o que não me permitiu em entender.