CAPÍTULO 5

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- Tom? - pergunto alto inocentemente, em minha mente isso não iria ressoar.

- Senhorita Madelaine? - devolve surpreso, um ligeiro sorriso se forma em seus lábios. O homem que discutia a pouco se vira para me encarar, sua carranca piora. - Você não estaria me seguindo não é?

- Ousado da sua parte me acusar de ser stalker, com a tecnologia que temos hoje não me arriscaria te seguindo presencialmente. Se, eu fosse uma é claro. - ele se diverte, o que emburra mais o pequeno homem.

- Mas isso não pode ser real, não faz nem 10 minutos que estava se atracando com a minha irmã e agora está aí, dando em cima dessa... - seu sotaque italiano torna sua ameaça bem mais engraçada do que deveria. Tom o interrompe.

- Por favor, não diga estas coisas. É grosseiro e a moça não tem nenhum envolvimento com a nossa conversa, que inclusive, está encerrada. Mande abraços pra sua irmã por mim. - se afasta do homem e me alcança em meu caminhar. - Me desculpa por aquilo.

- Por seu amigo me xingar de vadia em pensamento? - diminuo meu tom de voz ao notar que atrai olhares a nós. - Acho que não tem como controlar quem seus amigos irão xingar. - ele acha graça.

- Estou surpreso que não foi embora. - espero que ele prossiga seu pensamento. - Não pensou o pior diante as coisas que meu amigo disse?

- Não te conheço, você não me deve explicações. - ele se cala. - mas se quiser falar, meu lado curioso vai adorar saber.

- Eu dormi com a irmã do meu amigo. - fala na lata.

- E?

- Só.

- Eu não diria só, mas pensei que seria mais emocionante. Você foi tão direto, homens dificilmente são sinceros, ainda mais... esquece. - me silêncio quando percebo que falarei besteira.

- Eu acho que você me deve um jantar.

- Não, estou te devendo um café da tarde.

- E qual a diferença? Estamos em frente aos melhores restaurantes da Europa, vai mesmo negar isso?

- Mas os lugares são tão cheios...

- Comemos na praça.

- Tá frio.

- Comemos na praça e eu te dou o meu casaco, já fiz isso outra vez, não vejo problemas em fazer de novo.

- Não vai ter lugar pra apoiar nossos pratos.

- Comemos na minha casa. - me preparo para refuta-lo novamente mas me dou vencida que isso irá demorar e meu estômago esta ameaçando de roncar.

- Eu escolho o restaurante. - Cedo seu pedido, mas ainda no controle.

- A vontade. - ele sorri me abrindo o caminho de maneira exageradamente cordial. - Madame. - Dou risada, antes de andar na sua frente.

.....

- Como você descobriu esse lugar? - Tom estaciona seu copo de água tônica, assumindo uma postura mais dura. - Eu acho que já tenho uma resposta, veio atrás de alguma garota perdidinha por você. - ele não ri. O que é um aviso, ele derrepente ficou estranho.

- A minha irmã tem um restaurante aqui. - me surpreendo com a sua resposta.

- Sua irmã é cozinheira?

- Exato. - Tom poupa suas palavras para falar de sua irmã ou de sua família, então não insisto neste assunto para não constrange-lo.

- Neste caso não romanticamente, mas sempre há uma garota. - argumento despretenciosamente. - Tom, estou começando achar que você é um galinha! - zombo, voltando arrancar risos dele.

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