O pior jeito de se começar o dia é quando alguém te acorda. Pior, quando esse alguém é sua mãe e ela te acorda de uma maneira não tão delicada.

-SARAH ACORDA

Ela me chacoalha de um lado para o outro e arranca a coberta de mim.

Meus olhos se abrem com cuidado bela claridade que passa pelo vidro da janela mesmo com ela fechada.

-Que horas são pra você estar acordando desse jeito?

Eu resmungo pra ela.

-Pra senhorita é "mãe" não "você"

Ela fala com um sorrisinho. Pelo visto infernizar a filha é o antidepressivo dela.

-Isso que você disse nem faz sentido.

Ela caminha até a janela e abre o trinco para abri-la. Meus olhos se arregalam ao lembrar que estou basicamente seminua.

-MÃE! NÃO!!

Ela abre a janela e eu me jogo da cama, caindo no chão para me esconder. Eu bato a cabeça na mesinhinha que fica ao lado da cama e gemo de dor.

-Garota você endoidou?!

Ela corre até minha direção preocupada.

-Fecha a janela!

-Você tá bem??

-A janela, Mãe!!

Ela corre até a janela e a fecha. Eu subo de volta na cama, me sentando com a mão na cabeça que estava doendo.

-Sarah que droga foi essa?

-Eu não queria que o vizinho me visse.

-Que?

-A casa do lado mãe. Algumas janelas tem vista pra cá.

-Desculpa filha, eu tinha esquecido.

Ela passa a mão onde está doendo.

-Tudo bem...

Ela olha para mim um pouco pensativa. Então ela levanta e fica na minha frente.

-Espera, você disse "vizinhO"? Mas quem mora ao lado é a Constance.

-Eu sei, mas ela tem um filho.

Minha mãe parece interessada. Qualquer tentativa de ter uma conversa sobre garotos comigo é super importante para ela.

-E vocês já se viram?

Eu suspiro e deito na cama.

-Sim...

Ela deita de lado com a cabeça apoiada sobre o cotovelo.

-E ele é gatinho?

Meu Deus, não! Eu sei que é normal mães terem essas conversas com as filhas mas por que é tão vergonhoso ao mesmo tempo?

-Mãe, não!

-"Não", ele não é gatinho ou "não", não vamos ter essa conversa sua chatona.

Que ódio, ela me fez rir. O que é raro considerando que são sete horas da manhã.

-A segunda opção.

Ela levanta na minha frente com aquele sorriso de "te peguei".

-Então ele é gatinho.

Eu jogo o travesseiro e começo a rir. Eu não pensei por esse lado.

-Sai daqui!

Ela me puxa pelos pés para que eu saia da cama. Eu começo a me debater na cama e a tentar agarrar os lençóis. Nós duas rimos.

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