Tate estende a mão para me ajudar a levantar. Apenas encaro sua mão e então me levanto sem sua ajuda.

Que merda esse garoto tem na cabeça??

-Que merda você tem na cabeça!?

Vai que ele me responde né.

Tate tira uma folha seca presa em um dos cachos e a joga no chão.

-Eu quero conversar.

Diz ele calmamente, mas ainda sim com sua expressão apática.

-Não poderia simplesmente me chamar ao invés de parecer um sequestrador?

-Se eu simplesmente chamasse seu nome você pararia e conversaria comigo? Ou iria simplesmente embora?

Fico em silêncio. É verdade o que ele disse mas eu tenho motivos pra não querer falar com ele, motivos bem plausíveis.

-Foi o que eu pensei.

Ele diz com um tom pretensioso.

Ele retorna a falar.

-Olha, eu só preciso falar um pouco com você.

-E porque não esperou pra falar comigo na sala de aula?

Ele estrala os dedos como se estivesse ansioso e até mesmo um pouco desconfortável.

-Não é assunto pra se tratar em sala de aula.

Olho para a rua e reparo que está começando a surgir alunos a caminho da escola. O que significa que a escola vai abrir os portões em alguns minutos.

-Então fala logo, temos pouco tempo.

-Não... Aqui não.

A falta de comunicação dele está me irritando. Por que ele não pode simplesmente ser mais direto!?

-Depois da aula então?

-Que se dane a aula Sarah! Vamos matar aula.

Ele tá falando sério!? Eu conheço o faz menos de uma semana e ele acha mesmo que vou matar aula pra ir pra um lugar desconhecido!?

-O que!? Claro que não! Você acha mesmo que-

Tate me interrompe.

-Eu sei o que você viu na minha casa.

Eu encaro seus olhos sem conseguir falar. As perguntas que vem me perturbando vão ser respondidas.

Se for preciso matar aula para tirar esse estorvo eu vou. Mesmo que seja com o garoto que tem sido responsável de tantos sentimentos confusos dentro de mim.

-Tá... Tudo bem.

Ele tenta disfarçar mas consigo observar que ele sorri antes de se virar de costas. Um sorriso estranhamente fofo. Posso ter muita raiva dele mas não posso negar que seu sorriso é adorável apesar da cara de psicopata.

-Me siga... Eu sei de um lugar onde a gente pode conversar.

Eu dou umas batidinhas na minha roupa com o objetivo de tirar qualquer sujeira possível de quando caí.

Nós caminhamos em silêncio até que escuto um barulho familiar. O som relaxante das ondas do mar.

Vejo que o sorriso de Tate aumenta quando vê o mar. É quase como se eu não estivesse aqui, é como se fosse só ele e essa bela vista.

Nós caminhamos até lá. A praia está vazia. É segunda de manhã então todos estão muito ocupados indo pro trabalho, escola, academia ou então dormindo.

Tate se Senna areia e olha para mim. Não faço nada. É como se esse momento não existisse. É tudo tão estranho e... Perfeito.

Não sei o motivo mas apesar de tudo é como se aqui é aonde eu deveria estar.

-Não vou insistir para que se sente.

Só após Tate falar isso que tomo o controle de meu corpo novamente.

Me sento na areia perto dele e coloco minha mochila ao meu lado.

-Por que mudou de ideia?

Nós dois evitamos contato visual. Aproveitamos a paisagem e encaramos as ondas que se formam no mar.

-Ade me implorou.

Deixo uma curta risada de desdém escapar. Claro que o único motivo para Tate ter uma atitude madura seria por pura pressão.

-E a empregada ajudou?

Ele olha pra mim intrigado.

-Quem? Moira? Ela está morta.

Meu brilho some na hora. De que porra ele tá falando!? Achei que a gente fosse ter uma conversa séria!

-Para de graça!

Ele revira os olhos. E vira o corpo na minha direção. Ele me olha de uma maneira tão intensa! É mais um daqueles momentos que não sei se ele quer me beijar ou matar.

Se ele quiser ir além de beijos eu tô disponível. Foi mal. São os hormônios.

Eu realmente não o suporto mas é impossível não acha-lo atraente pra caralho. Não precisa gostar dele para desejar que me agarre e me beije aqui e agora. Né?

-Não estou brincando.

Ele respira fundo e volta a falar.

-Escuta Sarah... Eu não estou pedindo para acreditar em mim, só estou aqui para contar a verdade. Nada além disso. Se você vai acreditar ou não no que vou contar, o problema é todo seu.

Ele parece sério... Talvez seja melhor eu só calar a boca e escuta-lo.

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