Constance parece se sentir constrangida com o que Tate disse. Ela tenta mudar de assunto então segura minhas mãos. Eu me sinto um pouco incomodada com seu toque repentino mas não recuo. Ela olha para Tate e fala:
-Tate, essa é a-
Tate a interrompe e completa a frase.
-Sarah.
Ele olha para mim e continua a falar:
-Eu sei quem é ela...
Constance abre um sorriso. Olho para ela e parece um pouco confusa mas gosta da ideia de que Tate me conheça. Pelo que pude ver até agora ele não é uma pessoa de muitos amigos.
-Bom, nesse caso... Por que não sobe com ela até seu quarto?
Ela pergunta para Tate com um tom doce. Tate lança um olhar frio em resposta.
-Na verdade eu n-
Constance interrompe o filho. Ela o conhece e já sabe a resposta
-Agora Tate.
Ela ordena a Tate de maneira firme.
Tate olha para mim com um olhar mórbido. Pelo visto ele gosta de ficar sozinho. Não posso julga-lo por isso já que também prefiro a minha própria companhia.
Ele caminha para fora da sala de jantar.
Mary passa a mão no meu ombro para que eu me levante e acompanhe Tate.
-Vai lá minha filha...
Eu suspiro tomando coragem e me levanto. Vejo que Tate já está subindo uma escada então sigo o mesmo caminho.
Eu sigo o mesmo caminho que ele. Chegando no final da escada algo me chama a atenção, uma risada de criança... Uma não, duas. Olho na direção de onde vem o barulho e vejo dois garotos gêmeos com blusas listradas, a de um é verde e a do outro vermelho. Eles estão rindo muito, como se tivessem aprontado algo.
Eu dou um passo e fico direcionada pra eles. Eles estão longe e certamente não estão olhando pra mim, estão olhando para o que tem atrás de mim.
Eu viro meu tronco lentamente para trás e tem uma garota, uma... Enfermeira!? Olho para as roupas dela e nunca vi tanta sangue na vida.
Eu não sei porque mas não reajo, apenas fico ali paralisada e trêmula. Tento falar mas não consigo. As mãos da mulher pingam sangue manchando o chão de madeira.
As mãos da mulher se erguem na minha direção, meus olhos lacrimejam.
Calafrio.
Pavor.
Apatia.
Angústia.Nunca me senti assim antes mas certamente não descreveria como algo bom.
Os dedos ensanguentados da enfermeira tocam meu ombro. Um arrepio inexplicável e terrível se expande por todo meu corpo.
Tento reagir e a única coisa que faço é dar um passo para trás. O pior passo que já dei em toda minha vida, é como se eu tivesse esquecido como anda.
Eu caio para trás e encosto em algo, não tinha nenhuma parede atrás de mim. Uma mão me agarra por trás, me segurando ou me puxando, eu não sei, só sei que toda reação que não consegui ter antes veio antes como um pico de energia. Eu grito como nunca tinha gritado em toda minha vida mas em um instante minha boca é tampada e eu escuto algo.
-Shh... Cala a boca!
É a voz de Tate sussurrando no meu ouvido.
Eu pisco e a mulher na minha frente simplesmente desaparece e a o rastro de sangue que ela deixava no chão também.
Eu e Tate escutamos o som da cadeira da sala de jantar se arrastar e minha mãe correr até a nossa direção. Ela para de correr antes de chegar na escada quando vê o carismático e nada preocupado rosto de Tate no andar de cima, bem a frente da escada.
-O que aconteceu!? Por que a Sarah gritou!?
Dava pra reparar no tom de voz da minha mãe que ela tava preocupada de verdade. Também, com o grito que eu dei é bem provável que o FBI esteja a caminho agora mesmo.
-Ela só viu um rato. Aí a porta atrás dela bateu e ela se assustou.
Explica Tate com muita calma. Ou melhor. Mente Tate com muita calma.
-Nossa mas esse grito por causa de um rato?
-Na verdade acho que era uma ratazana.
Retruca Tate na maior naturalidade. Porra que garoto fingido!!
Se bem que não faria muito sentido contar a verdade. Eu provavelmente seria internada.
Eu estou encostada na parede tentando respirar direito mas pra tranquilizar o coraçãozinho preocupado da minha mãe eu apareço atrás de Tate.
-Relaxa mãe... Eu tô bem, só era uma ratazana bem feia.
Duvido que ela tenha acreditado.
-Sarah, você tá tremendo.
Eu tento encontrar outra desculpa para dar a minha mãe mas Constance aparece atrás dela.
-Ah vamos querida, sua filha já disse que está bem. Vamos deixe os dois conversarem, o chá já vai esfriar.
Minha mãe balança a cabeça e as duas retornam a mesa.
Só um pensamento domina a minha mente nesse momento, "QUE PORRA FOI ESSA!?".
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Amor Para Fracos
Hayran KurguAmor não é para fracos mas talvez a maneira em que os fracos se amam seja diferente... Talvez seja mais intensa. Há uma beleza na fraqueza e há uma beleza em amar um fraco. (Não se preocupem, não terminei de escrever porém pretendo que a fanfic não...