"-claro que falhei no teste. Simplesmente não consegui me concentrar, não sei por quê." Jason terminou seu discurso sobre o quão terrível foi seu dia na escola para Damian quando eles saíram pelos portões da escola.
"Isso parece difícil. Estou ficando constrangido só de ouvir aquela história de educação física." Damian cantarolou em simpatia.
"Sim, bem, tente ser quem vive isso em primeira mão." Jason bufou. "Não foi divertido. Zero em dez, não recomendo."
Damian riu e os dois irmãos caíram em um silêncio confortável enquanto manobravam pelas ruas de Gotham. Jason manteve uma mão protetora no ombro de Damian para não perdê-lo na multidão e para que as pessoas soubessem que não deveriam mexer com eles.
O telefone de Jason começou a tocar quando eles chegaram a uma calçada. Damian olhou-o incisivamente. "Você não vai responder isso?"
"Eu sei que é um número bloqueado."
Damian sentiu um arrepio percorrer sua espinha. "Jay, provavelmente-"
"Mãe, eu sei. Mas toda vez que atendo, ela desliga imediatamente. E como você disse, preciso parar de ser seu 'cachorro de colo leal'. Além disso, ela está trancada na prisão, qual é a pior coisa que ela pode fazer a partir daí? eu ignorando seus trotes?" O sorriso malicioso de Jason pretendia transmitir um ar de confiança, mas Damian podia ver a leve oscilação e ansiedade através dele.
Ignorar Talia o estava estressando.
Damian suspirou. “Jay, atenda o telefone. A mãe tem recursos, quem sabe o que ela pode fazer?
Os olhos de Jason brilharam com algo irreconhecível. Ele acenou com a cabeça sem palavras, puxando o telefone e pressionando o botão aceitar na ligação. "Olá?"
“...”
"Olá?"
“...”
"Mãe, é você?"
"...tente me ignorar novamente e haverá consequências."
Jason sentiu seu sangue gelar. "Do que você está falando?"
"Ouça seu irmão, Jason. Eu tenho recursos."
A linha ficou muda.
Damian olhou para Jason com olhos arregalados e ansiosos, pois a ligação estava no viva-voz. "O que nós vamos fazer?"
Jason ficou quieto por um momento antes de passar o braço em volta do ombro de Damian. "Nós, meu querido Dami, vamos encontrar para você o gatinho mais fofo do abrigo. Um tão adorável que Selina não tem escolha a não ser dizer sim e deixar você ficar com ele."
Damian franziu a testa. "Não foi isso que eu-"
"Isso é o que vamos fazer." Jason sorriu tensamente para seu irmão mais novo, puxando-o na direção do abrigo de animais.
Continuaram a viagem, desta vez num silêncio tenso. Felizmente para os dois, o abrigo de animais não ficava muito longe.
A campainha acima da porta tocou assim que abriram a porta, anunciando sua chegada. Um atendente levantou-se de trás do balcão e sorriu para os dois irmãos. "Bem, olá! Em que posso ajudar vocês hoje?"
"Gostaríamos de ver sua seleção de gatos, por favor." Jason deu um sorriso encantador para a mulher mais velha, fazendo com que a senhora de meia idade gaguejasse nas próximas palavras.
"B-bem, se você me seguir por aqui, terei prazer em lhe mostrar nossos gatos."
"Ótimo! Obrigado!"
Os dois irmãos seguiram o funcionário do abrigo na seleção de cães e outros animais variados antes de chegarem à seção dedicada aos gatos. O trabalhador virou-se para Damian e Jason, apontando para os caixotes que cobriam as paredes. "Aqui estamos! Sinta-se à vontade para dar uma olhada e se tiver alguma dúvida, você sabe onde me encontrar."
"Vai servir, obrigado." Jason voltou-se para Damian, gesticulando para que ele começasse a olhar e brincar com os gatos. "Você tem rédea solta, Dami. Vá e encontre seu animal de estimação perfeito."
Damian tentou conter sua excitação enquanto olhava para os felinos, a vertigem borbulhando dentro dele. "E-eu não sei por onde começar."
"Aqui, que tal eu começar em uma extremidade de uma parede e você começar na outra, parece bom?" Damian assentiu e os dois irmãos começaram a trabalhar.
Eles ficaram lá por uma hora e meia quando Damian soltou um suspiro suave. "Jay, encontrei o gato perfeito. Venha dar uma olhada nele." Jason se aproximou e sentou-se ao lado de Damian, vendo o pequeno gato preto e branco embalado no colo de seu irmão mais novo. Damian olhou para cima com olhos arregalados e animados. "É ele. Este é o que eu quero - não, o que eu preciso."
Jason soltou uma risada suave. "Tudo bem, vou avisar o atendente para deixar esse gatinho em espera até voltarmos com o papai e a Selina."
Vinte minutos depois, os irmãos estavam a caminho de casa, decidindo caminhar e tomar um pouco de ar fresco, apesar da longa distância. Depois de algum tempo de caminhada, desistiram da ideia e chamaram um táxi.
"Mansão Wayne, por favor." Jason instruiu o motorista, acomodando-se no banco de trás com Damian.
Depois de cerca de quinze minutos, eles estavam parando em frente aos portões da mansão Wayne. Jason entregou o dinheiro para a corrida de táxi e agradeceu ao motorista antes de ele e Damian começarem a caminhada pela longa entrada.
No instante em que entraram na mansão, eles sabiam que algo estava errado. A primeira pista foi que estava tudo quieto. A mansão nunca ficava quieta, mesmo no meio da noite, sempre havia alguém andando por aí.
A próxima pista foi que Alfred não os cumprimentou, o que era alarmante depois de todo o tempo que passaram ali.
E a pista final foi um pedaço de papel preso na parede ao lado do cabide com os nomes deles. Jason pegou-o e leu, sua confusão só aumentava. "Selina quer que encontremos a família na biblioteca? Eu me pergunto para quê."
Damian encolheu os ombros. "É melhor descobrirmos. Mas esta é a oportunidade perfeita para falar do gato Alfred."
Jason bufou. "Foi assim que você decidiu nomear o gatinho?"
Damian assentiu. "Ele me lembra Pennyworth."
Jason balançou a cabeça com ternura, liderando o caminho em direção à biblioteca. Eles pararam do lado de fora, sem saber se deveriam anunciar sua presença antes de entrar. "Ei pessoal, estamos aqui."
"Entre." Helena chamou de volta, sua voz soando tensa.
Damian e Jason trocaram um olhar. "Talvez eles estejam jogando aquele jogo acrobático estranho, tornado, não é?"
"Torcido."
"Ah sim."
Eles entraram na biblioteca e caminharam em direção à pequena área de reunião onde ficava a lareira. Eles viram toda a família sentada ali rigidamente, olhando para o fogo com os olhos arregalados. Todos, exceto um.
"Onde está o pai?"
"Bem aqui."
Damian e Jason se viraram, empalidecendo com a visão diante deles. Bruce ficou lá com um corte na sobrancelha e um olho roxo. Mas o pior de tudo: ao lado dele, com a mão no bíceps e uma arma apontada para a cabeça, estava a pessoa que menos esperavam, mas que provavelmente deveria ter suspeitado mais.
"Mãe."
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Hey Brother
Teen Fiction❝𝘏𝘦𝘺 𝘉𝘳𝘰𝘵𝘩𝘦𝘳 ──────── Damian e Jason al Ghul cresceram isolados, longe do resto do mundo, a única companhia que tinham era um ao outro e, ocasionalmente, sua mãe, Talia. Eles acreditavam que o pai estava morto, a...