Hey Brother

44

Passaram-se três dias após a morte e o renascimento de Jason antes que algo acontecesse.

Tudo começou com um movimento de um olho, depois um dedo.

Damian, naturalmente, visto que observava Jason como um falcão, foi o primeiro a notar.

"Gente, gente! Acho que ele está acordando!" Ele chamou sua família, o olhar nunca deixando o rosto de seu irmão mais velho. "Vamos, Jay, volte para nós."

"Nngh..." Jason gemeu, seu rosto se contorcendo de dor.

"Uh, ele deveria estar assim?" Dick perguntou.

"Como devemos saber?"

Antes que alguém pudesse responder a Stephanie, os olhos de Jason se abriram, lentamente. Seu olhar estava desfocado no início, antes de se concentrar em Damian. Ele deu um sorriso fraco. "Ei, irmão, por que... o que há com esse rosto?"

Damian, cujo rosto estava contorcido em um olhar entre felicidade e raiva, soltou uma risada de descrença. "Você morre e pergunta o que há com a minha cara?! Idiota."

"Ei, agora... xingar é minha praia." Jason tossiu, estremecendo quando isso irritou seu ferimento cicatrizado. "Eu realmente... morri?"

"Sim cara, por mais de um minuto." Tim forneceu uma resposta.

"Droga... não posso acreditar que perdi isso."

"Jay, eu juro-" Jason soltou uma risada que se transformou em outro ataque de tosse. Damian suspirou. "Jay, vá com calma. Você acabou de acordar do coma e enganou a morte. Você precisa descansar."

"Estou bem. Na verdade preciso falar com você..." Ele olhou para o resto da família. "Em, uh, em particular."

O resto da família assentiu, saindo da sala. Damian olhou para Jason. "Só para você saber, Roy também está aqui. Ele já passou daquela cortina."

Os olhos de Jason se arregalaram. "O quê? O que ele está... fazendo aqui?"

"Ivy testou a cura nele. Ele deve receber alta a qualquer momento." Damian encolheu os ombros. "De qualquer forma, sobre o que você queria falar comigo?"

Jason se mexeu um pouco para ficar mais confortável, com uma expressão de incerteza no rosto. Ele não tinha certeza se deveria contar a Damian, mas prometeu que seria sincero de agora em diante, e isso também significa sobre o passado. "Dami...sabe aquela carta que você encontrou no incêndio? Aquela que eu disse que era um exercício de terapia? Bem, na verdade era-"

"Uma nota de suicídio?" Damian terminou com uma sobrancelha levantada. Jason olhou para ele em estado de choque. "Sim, eu sei. Assim como sei que seu terapeuta estava trabalhando para Ra's, o que presumo que você também sabia."

Eles ficaram em silêncio por um instante. "Não fazia parte do plano, espero que você saiba. Isso. Eu não... eu não queria morrer. Pelo menos não quero mais."

Damian sorriu para Jason. "Fico feliz em ouvir isso. Então, Ra's cortar você não fazia parte do seu plano?"

"Não... ele me pegou desprevenido. Eu estava fraco demais para sair do caminho. Sinto muito."

Damian se levantou e envolveu Jason em um abraço. "Você não tem nada pelo que se desculpar, Jay. Você morreu por mim, por nossa família, literalmente. Quer dizer, se quiser, pode pagar minha terapia com sua mesada, mas não acho que isso seja necessário."

"Acho que vou tentar."

"O quê? Pagando pela minha terapia?"

"Não... terapia. Acho que estou pronto." Damian olhou para Jason com lágrimas nos olhos. "O que?"

"Nada, só estou muito orgulhoso de você. Eu te amo, Jason."

"Eu também te amo, Dami. Agora, você pode me dar um minuto com Roy? Há algumas coisas que preciso discutir com ele também."

Damian ficou tenso. "Tem certeza?"

"Sim."

"Ok... estarei lá fora se precisar de mim."

Jason enxotou Damian depois que Damian afastou a cortina para que Jason e Roy ficassem de frente um para o outro. "Espero que você não esteja ouvindo essa conversa."

Roy não respondeu, balançando a cabeça. Jason estreitou os olhos, percebendo que estava com fones de ouvido. Ele pegou o controle remoto da televisão e jogou em Roy, atingindo-o no peito.

"Ai! Jason, que diabos?"

"Estou falando com você, tire seus fones de ouvido." Roy obedeceu, olhando para Jason com expectativa. "Precisamos conversar sobre onde estamos."

"OK..."

“A confiança está muito quebrada para que possamos estar em um relacionamento como estamos agora ou em qualquer momento no futuro próximo. No entanto, já que você arriscou sua vida por mim, e se você estiver disposto, eu realmente poderiamos ser amigos... ."

Roy olhou para Jason e suspirou. "Eu posso aceitar isso. Amigos funciona para mim."

"Damian provavelmente vai perder o controle e ficar no seu pé o tempo todo."

"Tudo bem, eu mereço."

"Com certeza."

Como se estivesse ouvindo atrás da porta, o que não estava, Damian irrompeu na sala. "O quê?! Você vai ser amigo dele?! Depois de tudo que ele fez?"

"Sim, Dami, tem algum problema com isso?"

"Ora, sim, eu quero, e francamente, você também deveria. Por um lado-"

"Damian, isso é o suficiente. Deixe Jason tomar suas próprias decisões." Stephanie defendeu, entrando na sala com o resto da família.

"Desculpe, Jason, ficamos entediados esperando lá fora." Tim disse, sem remorso.

Jason sorriu. "Tudo bem, já terminei de conversar com Damian e Roy de qualquer maneira."

"Do que você estava falando, afinal?"

"É um conversa privada por um motivo, Stephanie."

Enquanto seus filhos começavam a brigar, Selina e Bruce foram para o corredor para conversar.

"Devemos contar a eles agora ou esperar?" Selina perguntou.

Bruce suspirou. "Eu não sei, acabamos de trazer Jason de volta. Não quero fazer nada que possa prejudicar isso."

"Bruce, eles merecem saber."

"Eu sei, Selina, eu sei disso. Só quero contar a eles na hora certa."

"Contar o quê?" Helena perguntou, colocando a cabeça para o corredor. "Sabe, se você quiser uma conversa particular, talvez não a tenha no corredor com a porta aberta?"

Selina e Bruce trocaram um olhar antes de entrar na sala. Todos os olhos estavam voltados para eles. "Crianças, temos algo para contar a vocês. Agora pode não ser o melhor momento, mas não há melhor momento como o presente, então aqui vai. Nós-"

"Você está grávida." Stephanie engasgou dramaticamente.

"Como você sabia?" Selina perguntou, genuinamente chocada. "Estou com dois meses."

Ficou em silêncio por um longo momento antes que todas as crianças Wayne gritassem em uníssono. "Que merda-"