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"O que diabos foi isso no almoço?" Damian gritou com Jason assim que a família entrou no carro depois da escola.

Jason olhou fixamente para Damian. "Cuidado com a língua. Você não deveria estar xingando, você só tem doze anos."

Damian revirou os olhos. "Tanto faz. Responda minha pergunta."

'Te odeio!'

Jason cerrou a mandíbula. "Sem nome e os amigos dele queriam mexer com a gente, então eu retruquei. Simples assim."

"O que você sussurrou para ele?"

"Não é da sua maldita conta."

"Jay-"

"Damian, recue." Jason rosnou, olhando para seu irmão mais novo. "Foi uma conversa privada."

Os olhos de Damian brilharam de mágoa e raiva antes de ele desviar o olhar de Jason, iniciando uma conversa frívola com Dick.

Jason ficou carrancudo durante todo o trajeto para casa e foi o primeiro a sair do carro, sem se preocupar em esperar que Alfred abrisse a porta para ele. Ele entrou furioso e foi direto para seu quarto, ignorando Selina e Bruce enquanto chamavam seu nome.

Jason bateu a porta, trancando-a atrás de si. Ele respirou fundo três vezes antes de ir até o computador e abrir seu e-mail. O cursor pairou sobre uma mensagem específica, que ele recebeu enquanto ainda estava no hospital.

Ele pensou em abri-la, sabendo da lata de vermes que isso desencadearia se o fizesse. Mas, novamente, se ele abrisse, ele poderia finalmente pôr fim a tudo isso... a tudo.

Jason estava prestes a deletar o e-mail quando uma batida soou em sua porta. Ele fez uma pausa, ouvindo Selina falar através da floresta. "Jason, Damian nos contou o que aconteceu no almoço hoje. Seu pai e eu decidimos que a terapia é a melhor opção. Marcamos uma consulta para a próxima quinta-feira às quatro, aqui na mansão. Isso é inegociável."

Jason não respondeu, em vez disso abriu o e-mail e seguiu por um caminho sem volta.

Enquanto Jason estava se isolando em seu quarto, Damian reclamava com qualquer um de seus irmãos que quisesse ouvir.

"-não entendo o que deu nele!" Damian bufou, cruzando os braços sobre o peito enquanto se jogava para trás na poltrona do quarto de Bárbara.

"Damian, ele passou por muita coisa nos últimos meses. Vocês dois passaram. Ele está apenas... tentando processar tudo." Helena tentou responder da melhor maneira que pôde enquanto vasculhava o armário da irmã mais velha.

"Sim, mas por que ele não fala comigo?" Damian praticamente choramingou. "Sempre costumávamos conversar sobre tudo..."

"Isso foi quando você estava trancado longe da sociedade e eram apenas vocês dois e sua mãe biológica psicótica. As coisas mudam, Damian, as pessoas mudam. A vida é assim." Bárbara encolheu os ombros. "Além disso, Jason é superprotetor com você, ele provavelmente está te deixando de fora em alguma tentativa de protegê-lo."

"Eu não preciso de nenhuma proteção."

"E Jason sabe disso, inconscientemente, apenas deixa sua mente mais tranquila para proteger você."

Damian fez uma pausa, refletindo sobre as palavras de Helena. “De qualquer maneira, do que ele estaria me protegendo? A mã-Talia está morta.”

As meninas trocaram um olhar. "Quem sabe? Provavelmente nada além de suas ansiedades."

Damian suspirou. "Você está certa. Tenho sido muito duro com ele, tentando forçá-lo a ser o mesmo de sempre, antes de Talia retornar para nossas vidas. Eu deveria pedir desculpas."

Damian se levantou e saiu da sala, indo em direção ao quarto de Jason. Ele estava prestes a bater quando ouviu uma conversa abafada do outro lado da porta. Ele imaginou que Jason estava conversando com Roy, ele tinha ouvido falar que eles tiveram uma briga outro dia, então decidiu dar-lhe um pouco de privacidade e se afastou de seu irmão.

O jantar daquela noite foi tenso, para dizer o mínimo. Todos se sentiam como se estivessem pisando em ovos perto de Jason, sem saber se diriam alguma coisa ou se isso iria irritá-lo.

Todos, exceto Damian, é claro. Ele sentou-se ao lado de Jason e olhou para ele até que Jason olhasse para ele. "Ei."

"Oi?"

"Eu só queria me desculpar por mais cedo. Eu estava pressionando você e você estava claramente desconfortável. Eu estava errado. Sinto muito."

Jason assentiu. "Eu também sinto muito. Eu não deveria ter gritado com você."

"Você tem estado sob muito estresse ultimamente, é compreensível que você ataque de vez em quando. Não se preocupe com isso, Jay." Damian sorriu. "Você é meu irmão e eu sempre amarei você, não importa o que aconteça."

Jason escondeu seu estremecimento, reprimindo o sentimento torturante de culpa que crescia em seu estômago. "Eu também te amo, Dami."

"Está tudo muito bem, mas podemos guardar a doçura para a sobremesa, por favor?" Stephanie falou lentamente.

"Você só está chateada porque recebemos um pedido de desculpas saudável e você nunca nos pediu desculpas por ser uma vadia quando chegamos aqui." Jason brincou.

"Ei, em minha defesa... não tenho nenhuma. Sinto muito, passei dos limites. Não me lembro do que disse, mas se isso ficou com você por tantos meses, deve ter sido horrível." Stephanie estremeceu.

Jason e Damian bufaram. “Esse foi o pior pedido de desculpas de todos os tempos, mas nós aceitamos.”

"...podemos começar o jantar agora? Estou morrendo de fome." Tim resmungou.

A família começou o jantar, completamente alheia à agitação de um dos seus. Eles conversaram sem pensar sobre o que quer que tenha aparecido, ninguém prestando atenção aos sorrisos falsos ou risadas forçadas vindos de Jason.

Jason sentiu vontade de rastejar em um buraco e se esconder para sempre. Ele não merecia esta família. Ele era uma piada, uma zombaria de filho e irmão. Ele deveria ter colocado a arma na cabeça depois de matar Talia, mas ele não queria deixar uma cicatriz em Damian e sua família daquele jeito. A única razão pela qual ele não fez isso é que ele tem pontas soltas para resolver.

E se ele conseguir o que quer, no final do mês ele terá seus negócios em ordem e todas as pontas soltas resolvidas.

Ele só espera que Damian possa perdoá-lo pelo que ele teve que fazer.

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