memórias empoeiradas e fofocas fresquinhas

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Querido Diário,

Hoje o dia foi bem comum, mas alguns acontecimentos merecem destaque:

1- Alagoas teve uma pendência para resolver, logo, hoje era dia de faxina
2- O Sampa apareceu aqui
3- A Rondônia contou TODAS as fofocas da festa

Pra começar, a Alagoas teve um probleminha, e a coitada teve que ir pra Brasília resolver. Ela falou exatamente o que era, mas suspeito que tenha alguma coisa a ver com algum documento, então fiquei mais despreocupado (ou talvez seja uma desculpa pra visitar a Lia, não julgo porque faria o mesmo)

Então eu resolvi aproveitar o dia pra uma super faxina no quarto, incluindo armários e gavetas, porque há uma grande diferença entre a faxina comum, onde não precisa limpar armário, gaveta, estrado da cama e uma super faxina, onde tudo (sem exceção) precisa ser devidamente higienizado

Eu comecei os trabalhos às 8h30, e teria começado bem mais tarde se eu não tivesse sido acordado às 7h por um certo alguém (adivinha?), então isso afetou um pouco a qualidade da limpeza, mas nada tão significativo, já que eu tenho uma certa paranóia com limpeza, e jamais deixaria algo mal feito.

Comecei recolhendo toda a roupa suja do quarto e botando no cesto, depois limpei o ar condicionado e puta que pariu, como um negócio tão bonzinho que deixa o quarto todo geladinho acumula tanta poeira?

Depois eu parti pra tarefa a qual tanto renunciei: a zona a qual chamo de armário

Assim que eu abri eu automaticamente já me arrependi porque todas as roupas que eu joguei lá com preguiça de dobrar ou de botar pra lavar não se dobraram sozinhas (Aiai porque será né), então, eu joguei toda essa roupa no chão (eu sou burro pra caralho viu), e com elas veio uma caixa de sapato, mas não era qualquer caixa, era a caixa que eu guardo todas as minhas fotos. Mas permita-me explicar: minha mãe sempre teve o costume de todo mês ir revelar as fotos que a gente tirava (como faziam os astecas), aí eu meio que criei esse hábito de sempre revelar minhas fotos, mas só até 2016, já que eu resolvi só armazenar tudo no celular mesmo (apenas as fotos mais significativas pra mim que eu ainda revelo e guardo)

Assim que eu abri, a primeira foto que me apareceu foi do meu aniversário de 8 anos do pokémon, e ao meu lado esquerdo estava a Rondônia e o Tocantins e do lado direito a Roraima.

Eu tenho lembranças muito boas desse meu aniversário, lembro que foi em um sítio de uma amiga da minha e tinha um riozinho correndo por perto, aí a gente passou o dia todo tomando banho de rio e brincando de sereias, tanto que até meu pai tentou fazer eu e o Tô irmos brincar de qualquer outra coisa que fosse mais "masculina", mas obviamente não funcionou (aí depois vem falar que nunca desconfiou que eu era LGBT)

Mas a parte ruim dessa festa foi que o meu pai deu show porque eu dei o primeiro pedaço do meu bolo pro Tocantins (coisa que eu jamais faria hoje em dia) e não pra alguém da minha família (vulgo ele), aí no caminho pra casa eu tive que ouvir o mesmo papo de sempre sobre como se eu passasse por um aperto meus amigos iriam me abandonar na primeira oportunidade e que só a porra da minha família iria me ajudar. O que é uma grande mentira, porque no momento mais difícil da minha vida eu não vi um parente sequer aparecer pra me ajudar, muito pelo contrário, quem me ajudou muito mesmo foram os amigos que meu pai tanto desprezava

A relação que eu tenho (ou tinha) com o meu pai sempre foi meio confusa, tipo, não é que ele tenha sido um pai merda, mas ele também não foi um bom pai, tipo, ele meio que fazia muita merda mas tentava compensar com presentes (assim como em uma relação abusiva) e por muito tempo eu acreditei nisso, de que ele iria mudar e tudo ia ficar bem, e eu só ia me torturando aos poucos, mudando meu jeito, minha fala, até mudei o jeito que me vestia só pra tentar me encaixar no padrãozinho ridículo dele, mas parece que quanto mais eu tentava mudar mais ele piorava.

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