Bebê chorona.

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Eu saio de casa de forma ligeira, a única que sabia que eu iria sair era Daniela, eu a pedi para me cobrir caso acontecesse alguma coisa ou alguém perguntasse de mim e ela como sempre disse que eu poderia ir tranquilamente que ela me acobertaria.

No caminho pra vila, eu já começo a sentir um frio na barriga, uma certa ansiedade eu diria.

Talvez eu pudesse encontrar Rose, Mia ou até mesmo Ethan, mas eu não estava lá pra ver eles ou me preocupar com eles, eu estava lá para desvendar meus sonhos.

Quando chego na vila, eu fico alguns segundos paradas, encarando o lugar que eu mais odiei minha adolescência inteira.

E estava diferente, muito diferente.

Eu nunca mais coloquei meus pés na vila depois de tudo que aconteceu, se eu precisasse de algo que vinha da vila, eu pedia alguma empregada ou Miranda para trazer até mim.

Eu ainda explorava florestas, lagos, cachoeiras, eu apenas não quis mais voltar naquele lugar que me fez tão mal.

E tudo estava completamente diferente.

A vila não era mais a mesma, ela estava fria... Como se toda a cor dela fosse desbotando conforme os anos.

O tempo voa...

Eu nunca pensei que algum dia eu teria que dizer adeus, mas eu disse adeus para este lugar a muitos anos atrás.

Porém meu passado continua me trazendo aqui, o que me assusta as vezes, porém eu não posso deixar de pensar que também e uma coisa que me deixa intrigada.

Como eu poderia estar tão ligada a tudo aquilo, mas ao mesmo tempo eu não sabia de nada.

Eu não sabia com o que eu lidava, o porque e muito menos o propósito.

Mas eu estava ligada, desde o começo.

Eu sinto minha ansiedade aumentar quando começo a caminhar nas estradas de chão, que um dia, já tiveram cor e saturação.

Minha ansiedade aumenta mais.

E é claro que eu sabia que qualquer um que me visse não me reconheceria, até por que o cadou me mudou completamente.

Eu precisava me concentrar, primeiro preciso ir até a igreja, preciso saber oque aconteceu com aquela mulher.

Chegando na igreja, eu sinto um nó gigantesco na minha garganta.

Havia florees dentro e fora da igreja, um caixão e um tapete vermelho.

Eu fico parada em frente a porta da igreja, observando as pessoas que estavam lá.

Algumas choravam, algumas tentavam acalmar as outras, e bem lá na frente, um porta retrato bem grande, com a foto da mulher que me trouxe aqui.

Então ela realmente morreu.

Eu me aproximo lentamente do caixão, o rosto dela estava coberto com um pano branco.

Eu aperto a mão dela que estava gelada, que um dia foi um corpo com vida, alma e desejos.

Eu fico ali por alguns segundos, apenas parada, apertando a mão dela e sentindo lágrimas brotarem.

Um padre se aproxima, encostando no meu ombro me fazendo dar um pulo de susto.

"Moça? Está tudo bem?"

"S-Sim, eu só.."-Eu limpo as lágrimas-"Me perdoe por ser tão direta, mas o que aconteceu com ela...?"

"Tudo bem."-O padre também limpa as lágrimas dele.-"Me desculpe, e que apenas e difícil para mim falar sobre o que aconteceu."

O diabo em forma de mulher. Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora