Pequenas férias.

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Depois de conversar um pouco com Daniela, me afasto, indo até o laboratório de Miranda, em todos os lugares tinham o laboratório para realizar experimentos, porém o laboratório que ficava no castelo dela era o principal que deu origem a todos os outros.

Chegando lá eu me sento, indignada, pensando no que fazer.

Eu queria fazer tantas coisas, queria proteger minhas meninas, queria cuidar de Rose mesmo ela nem sabendo da minha existência.

Eu continuo lá, parada, quase que em crise.
Precisava fazer algo, eu sabia disso porém não sabia bem por onde comecar e muito menos como agir.

Olho em volta do laboratório, vendo vários tipos de mofo em conserva, o  cadou, o megamiceto e várias outras coisas que deram origem a uma nova geração de monstros.

Me aproximo da escrivaninha, aonde tinham todos os experimentos anotados, Miranda não gostava que eu ficasse em seu laboratório por ser considerado "perigoso" mas ela não estava lá de toda forma.

Eu começo a ler as anotações sobre diversos experimentos, lendo as anotações, acabei achando quatro livros que estavam bem escondidos, observo o símbolo na capa, representando cada um dos quatro lordes.

Esse livro definitivamente era o mais extenso de todos, eu o abro e começo a ler cuidadosamente as anotações.

Eu não iria conseguir ler todas então vi um pouco de cada.

E de novo aquela mesma dúvida volta a me perseguir enquanto eu lia.

O casou mudou eles por completo em questão de pouco tempo, por que o casou não me deu nenhum efeito colateral anormal?

Deixo os livros de lado, me lembrando da última vez que vi Ethan, quando ele enlouqueceu dizendo que Miranda estava me usando como experimento.

Ele estava maluco, eu pensei rindo comigo mesma enquanto ajeitava todos os papéis que eu havia tirado do lugar.

Eu nunca nem vi Miranda com os outros lordes mas aposto que ela deve ser muito carinhosa e tratar eles como filhos dela,não e como se ela pensasse que eles eram apenas experimentos.

Saio do laboratório, indo até a biblioteca, assim que cheguei, Daniela me encarou com olhos vazios enquanto eu entrava na biblioteca.

Eu não deixei ela falar uma palavra, não era necessário, eu via o medo e incerteza em seus olhos, me aproximei e a abracei.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, apenas se encolhendo em meus braços enquanto tentava falar alguma coisa.

"E se acontecer alguma coisa com você... Minhas irmãs não vão acreditar em mim..."

"Daniela! Não diga essas coisas, não vai acontecer nada comigo e mesmo se acontecesse elas acreditariam em você. Eu criei vocês três da mesma forma, eu confio na educação que dei a vocês."

"É aí que você se engana... Você acha que criou, mas você sabe disso... Sabe que no fundo elas sempre vão escutar a Alcina e a Miranda.”

"Meu amor se acalme, a gente nem tem certeza sobre alguma coisa..."

Daniela aperta meu braço, tensa.

"Mas você sabe disso, sabe que no fundo tem alguma coisa que tá errada e isso te incomoda, eu sei por que eu também me sinto assim."

Eu tento disfarçar meu medo, respirando fundo, olho nos olhos de Daniela, aqueles olhos que na maior parte do tempo eram cheios de alegria pela primeira vez estavam vazios.

E alguma coisa dentro de mim grita, quase como se implorasse para eu simplesmente levantar e sair de lá o mais rápido, pegar apenas Daniela e ir pra um lugar afastado de qualquer mal que ela pudesse sofrer ou ver.

O diabo em forma de mulher. Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora