– DEIXE ELES EM PAZ SEU MONSTRO! – uma mulher ruiva grita com hematomas roxos espalhados por todo o seu corpo.– CALA A BOCA, PORRA! – o homem mais velho responde – QUEM É VOCÊ PARA QUESTIONAR COMO EU CRIO MEUS FILHOS?
– SÃO MEUS FILHOS TAMBÉM, EVAN! – minha mãe grita indo em direção a ele. – Deixe-os em paz, são apenas crianças, que culpa eles têm? – falou em um tom mais baixo tentando acalmar meu pai.
– TER NASCIDO! ESSA É A CULPA DELES! – meu pai fala usando sua voz de alfa, me fazendo estremecer automaticamente.
A única coisa que eu sabia fazer era chorar nos braços de minha irmã, Mabel. Eu ainda era uma criança, assim como Mabel, e minha mãe estava grávida de sete meses de Oliver. Eu tinha apenas quatro anos e Mabel nove.
Meu pai, ou melhor, Evan, veio em nossa direção com uma expressão de ódio e pronto para bater em alguém.
– ESTÁ CHORANDO PORQUE, SEU ÔMEGA DE MERDA?! – disse pegando o meu braço de uma forma bruta e colocando muita força.
– DEIXA ELE PAPAI. – Mabel se pronuncia tentando fazer Evan parar.
– QUER APANHAR TAMBÉM CARALHO? – olhou para Mabel com um olhar assustador e ela rapidamente se calou
– Deixe ele, por favor, Evan. – minha mãe fala com as mãos acariciando sua barriga. Sua expressão é de dor, raiva e tristeza.
– Eu vou embora desse lugar. – ele então me solta e eu caio automaticamente no chão.
Minha mãe vem na minha direção e me abraça, Mabel também vem junto com ela. Ouvi Evan batendo a porta de casa indicando que ele já havia saído.
– Meus bebês, já podem ficar tranquilos, ele saiu. – ela fala com sua voz tranquila tentando nos acalmar.
– Ele vai voltar, mamãe? – perguntei.
– Eu não sei. – me responde.
– Tomara que não. – Mabel diz.
Falávamos aquilo mas sabíamos que ele voltaria, ele sempre voltava, e pior do que saiu.
– Não se preocupem, mamãe sempre vai estar aqui para proteger vocês. – a ruiva mais velha se pronuncia com um sorriso tranquilo em seus lábios.
– Te amo, mamãe. – eu e Mabel falamos sincronizados.
– Também amo vocês, filhotinhos.
Eu acordo, com os olhos lacrimejando, suado e ofegante. Odeio sonhar com ele, mas amo sonhar com ela.
Me levanto e vejo o horário, está cedo, é apenas 6:13, e mesmo sendo a minha folga não consigo voltar a dormir, então faço as minhas higienes, me visto e vou para a cozinha fazer o café da manhã.
Já na cozinha me deparo com Mabel, ela estava ainda de pijama, com um coque em seus cabelos ruivos e comendo uma maçã.
– Bom dia – digo e ela abre um sorriso.
– Bom dia! – ela me respondeu – Porque você acordou tão cedo? Não era sua folga?
– Tive um pesadelo e não consegui dormir mais. – solto um leve suspiro.
– Foi com ele, não é? – ela me perguntou mesmo já sabendo a resposta.
– Sim… – respondi cabisbaixo.
– Também sonhei com ele hoje, nem nos nossos sonhos temos paz! – ela falou com leve tom de raiva.
– Ainda bem que ele foi embora e nunca mais voltou. – digo já adentrando na cozinha e pegando as coisas para fazer o café da manhã.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aroma Viciante
RomanceKaleb Wood é um jovem de 19 anos. Ele e seus irmãos viveram em um lar muito tóxico, por conta de seu pai. Diariamente sua mãe sofria por abusos domésticos, fazendo com que ela adoecesse. Seu pai vendo que ela já "não servia mais para fazer nada"...