Humano mais azarado

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Era o dia antes da luta.

No terceiro céu em um quarto pequeno sentava um homem de cabelos ondulados e longos, usava óculos redondos e vestia uma camisa de algodão bege desgastada pelo tempo, calças largas de tecido resistente e botas de couro surrado. Uma bandoleira cruzava seu peito, carregando munição de rifle. Ele usava em sua cabeça o clássico chapéu de cangaceiro, decorado com medalhas de ouro, indicando sua alta posição no bando. Ele observava o terceiro céu da janela, além do castelo no terceiro céu, não tinha mais nada alí, apenas uma planície infinita de nuvens em que podia se andar. No quarto entrava Miguel, vestido de mordomo e carregando um copo de conhaque que planejava entregar para o homem, seus passos eram leves e comportados.

- Por que foi que me escolheram? - O homem dizia inconformado, sem olhar para a cara de Miguel. - Por que não algum rei, soldado ou herói?

- Também não sei, Virgulino. - Miguel andava até o cangaceiro, dava a volta na cama e sentava ao seu lado, ainda segurava o copo de conhaque. - Mas não questiono meu chefe.

- Que nada! Seu patrão é besta! - Virgulino olhava para Miguel, seu rosto mostrava o quão incrédulo estava com a situação em que encontrava. - Só de pensar que a vida toda rezei para esse sujeito... Me deixa danado de raiva!

- Entendo sua raiva, Virgulino. - Ele entrega o conhaque nas mãos do rapaz. - Mas para ser sincero, fico feliz em ver você sofrer.

- Sei oque aprontei. - Ele tomava um gole do conhaque. - Não me arrependo, cada um faz oque precisa para se virar na vida.

- Você não "aprontou", você matou e torturou. - Miguel se levanta e da outra volta na cama, ele abre a porta e se prepara para sair. - Merece tudo que está acontecendo com você, Lampião. - Ele saia do quarto, batia a porta.

- To ligado, to ligado... - Lampião bebia todo seu conhaque, abria a janela e para descontar a raiva jogava o copo pela janela. Pra azar dele Hélios estava passeando com sua carruagem voadora naquele momento, Lampião o acertava na cabeça e se escondia em baixo da janela para ele não vê-lo. - Merda!

*
1 dia antes, sala de Jesus.

Lampião estava algemado, teria sido carregado do inferno até ali por Miguel. A sua frente estavam Jesus e Prometeu. Jesus o encarava, com uma expressão acolhedora, ja Prometeu evitava contato visual, com cara de nojo, desprezo, ódio contra o cangaceiro. Jesus sentava em sua cadeira que havia sido posicionada a frente de Lampião.

- Tenho uma proposta. - Disse Jesus. - Se concordar com ela, prometo que seu bando e todos que ama sairão do inferno e irão para o paraíso.

- E como posso botar fé em tu? - Retrucou Lampião, desconfiado.

- Eu sou literalmente Jesus Cristo.

- . . . - Lampião olhou pro chão, pensou por alguns minutos. - Beleza, eu topo. - Assim que dizia isso suas algemas sumiam, viravam pó.

- Não vai nem perguntar oque é? - Questiona Jesus.

- Não preciso.

- Você vai lutar com um deus. - Cristo ignora o comentário de Lampião.

- Fechado. Desde que traga Maria com antecedência! - Lampião já não ligava para oque aconteceria, so queria ver denovo aqueles que amava.

- Combinado. - Jesus sorri, tudo seguia seus planos. Lampião saia do quarto, era acompanhado por Miguel que mostraria onde o lutador dormirá.

Ainda no quarto, Prometeu saia de trás de Jesus, se sentando em uma cadeira em frente ao filho de deus. Ele berra, aborrecido.

- Jesus! Você sabe que eu confio em você e tudo mais... Mas tem que me contar esse seu plano!

Armaggedon - Ragnarok AlternativoOnde histórias criam vida. Descubra agora