➳ Prólogo

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Era um almoço de família, onde meus avós estavam presentes, minha mãe nunca foi próxima da minha avó, mas eu a amava.

— Aproveitando o almoço em família eu queria dizer uma coisa... — sorri orgulhosa do meu desempenho.

— Por favor filha não me diga que seu ex namorado maluco te ameaçou de novo! — papai disse e eu sorri de canto, típico mas eu neguei.

— Não, papai.

Bem, eu tinha um ex namorado maluco, mas isso é história para outra hora.
Por que eu iria falar meu discurso planejado milimétricamente por 1 semana.

— Pode falar, meu amor. — minha mãe olhou para mim.

Leila Garcia nunca foi a favor de eu fazer arquitetura, para ela, eu deveria seguir a linhagem da família e cursar medicina.
Meu pai – Francisco Menezes – muito menos, ele adorava a idéia de ter uma filha cirurgiã geral.

Vivemos de uma vida farta, onde dinheiro nunca foi problema, mas eu precisava tentar dar menos gastos o possível.

— Eu entrei pra Columbia. — falei rápida e minha mãe soltou os talheres no prato.

— Columbia...em Nova York? — meu pai perguntou incrédulo.

— Sim... eu sei o que vão falar, "você tem que ser médica", mas eu estudei muito para entrar nessa faculdade e vocês sabem que é meu sonho morar fora! Além disso, o Barack Obama estudou lá, e a Columbia é considerada uma das melhores faculdades do mundo. — expliquei.

— Você ainda fez o vestibular pra arquitetura?! Meu Deus. — Minha mãe passou as mãos nos cabelos, atordoada.

— Tecnicamente não foi um vestibular, foi bem mais complexo e... — fui interrompida.

— Isso é fora de cogitação, não vou deixar você cursar arquitetura e muito menos morar nos Estados Unidos! — minha mãe bateu as mãos na mesa enfurecida.

— Não vamos pagar a faculdade e financiar um apartamento, Isis. — meu pai disse com uma carranca.

— Eu consegui uma bolsa por ter notas máximas desde o sexto ano...eu só preciso do apartamento. Por favor! Eu sempre fui muito estudiosa e vocês sabem que a Columbia seria uma ótima oportunidade para mim.

— Não adianta Isis! Já estamos decididos, você não vai para a Columbia! — minha mãe falou, eu engoli em seco.

— Sabem que é o meu futuro, não é? — Cerrei os dentes, apertando as mãos tão forte que meus dedos ficaram brancos.

— Mas você mora sob o nosso teto, e é bancada pelo nosso dinheiro! — papai bateu na mesa tão forte que sua taça fina de cristal caiu, e se estilhaçou na mesa.

— Olha isso, Isis! Isso desestabilizou toda a família! — dona Leila (minha mãe) prendeu seu cabelo em um coque mal preso.

— Isso é sufocante... — falei entre dentes, eles não sabiam o esforço que eu tive.

— Vai me dizer que vocês não tem dinheiro para comprar uma taça? — meu avô bebeu o vinho de sua taça.

— Temos, mas a notícia nos abalou, vão me dizer que não querem mais uma médica pra família? — meu pai perguntou encarando os sogros.

— Bobagem! Deixem a menina viver! Isis, pode ficar tranquila que eu e seu avô lhe daremos esse apartamento de presente, já que daqui um tempinho vai fazer 18 anos! — vovó sorriu e eu arregalei os olhos sorrindo de orelha à orelha.

— Quem fez sua carta de recomendação, querida? — meu avô perguntou dando uma garfada no bacalhau.

— A professora Daiana de matemática, ela me deu aula por todo o ensino médio, enviei por email depois de todas as etapas para ser aceita.

Entrar na Columbia não foi nada fácil, peguei todo meu histórico – notas, prêmios, horas em leitura por semana, cursos extras curriculares e etc – nove meses antes fiz um teste de admissão, atestado de proficiência em inglês, uma carta essay, dizendo o porquê de eu querer entrar na universidade e todo o background dos meus estudos e por fim uma carta de recomendação.

— Bom...fique tranquila que finaciaremos um apartamento e seus pais pagarão o resto que você não conseguiu da bolsa, não é, Leila? — vovó lançou um olhar sob minha mãe.

— Já que minha opinião não importa mesmo...

— Obrigada! Muito obrigada! Serei eternamente grata por vocês!

Estamos em março, pelo visto em agosto eu viveria uma nova aventura.

O Amor Está Em Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora