Capitulo 6

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Eu estava consolando Bernardo, as lágrimas não paravam de descer dos seus olhos. Ele me abraçava com muita força.
Meu melhor amigo tinha morrido com apenas 11 anos. Os médicos disseram que ele havia sofrido um corte profundo em sua garganta. Depois dessa segunda morte, a NLF decidiu cancelar as aulas no segundo horário, me dando mais tempo para uma investigação.
Quando cheguei em minha casa, eu liguei para a Heloysa para lhe contar o que aconteceu.

- Helô?

- Oi? O que aconteceu? Você parece triste. - Diz ela preocupada.

- Heloysa, mataram um integrante... - Respondo meio chorosa.

- Como assim? Quem? - Pergunta ela chocada.

Eu engulo o choro e respiro tentando me acalmar.

- Foi o Guilherme.. - Eu dei uma breve pausa enquanto ela solta uma exclamação silenciosa. - Os médicos que fizeram a autópsia disseram que ele havia sofrido um corte profundo em sua garganta.

- Meu Deus... Eu não sei nem oque falar - Diz ela horrorizada

Nós ficamos em silêncio por um tempo, ela não
sabia oque me dizer e nem eu sabia oque dizer a ela. Ali se criava uma atmosfera melancólica. Eu queria chorar, mas as lágrimas não caiam.
Agora eu tinha certeza de que precisava achar o culpado.

...

Alguns minutos após minha ligação com a Heloysa eu mandei mensagem para Jasmin, eu não consigo esperar para poder entender tudo isso.

- Jasmin, você já está sabendo, né? - Nicoleeee

- Da morte de Guilherme? Sim fiquei sabendo. - Jasmin:)

- Você vai estar ocupada hoje? - Nicoleeee

- Bom, não. Quer dizer, hoje ainda tem aula. - Jasmin :)

- Você faltaria a aula hoje comigo para dar uma investigada melhor nessa situação toda? - Nicoleeee

- Ok, eu aceito. Mas você não vai querer ir na homenagem ao seu melhor amigo? - Jasmin :)

- Não. Nenhuma daquelas pessoas se importavam com ele de verdade a não ser Bernardo. - Nicoleeee

- Se é assim que você quer... - Jasmin :)

- Oque você acha da gente se encontrar na Praça da Matriz? Lá tem uma casa que foi abandonada. Eu vou lá várias vezes, ela está limpinha. Nós poderíamos investigar tudo isso lá. - Jasmin :)

- Pode ser. Nos encontramos duas da tarde lá? - Nicoleeee

- Sim, duas da tarde de hoje te espero lá. Não me deixe esperando hein. - Jasmin :)

Logo após mandar essa mensagem ela fica off-line. Eu olho o relógio do meu celular, "12:30". Preciso me arrumar, a Praça da Matriz é longe da minha casa.
Eu prendo meu cabelo, visto minha calça cargo um tanto quanto apertada e coloco uma das minhas camisas largas, coloco as mochilas nas costas , e vou em direção a porta.

- Filha, você vai sem se quer comer? - pergunta minha mãe preocupada

- Estou sem fome mãe... - Respondo sinceramente

- Tudo bem, mas leva esse biscoitinho aqui. Você sabe que você desmaia quando não come meu anjo - Fala minha mãe carinhosamente

- Eu sei mãe... Te amo. - Digo enquanto a abraço pela cintura e dou um beijo na testa

- Tchau filha, se cuida. - Se despede ela

Eu enfio o biscoito de qualquer jeito na minha mochila e vou em bora.

...

Na Praça da Matriz estava um calor insuportável, o suor escorria pela minha testa e caia nos meus olhos.
Quando enfim já estava quase desistindo de esperar, vi Jasmin chegar, ela estava com um short um pouco parecido com um pijama, uma camisa amarela e algumas pulseiras no pulso. Parecia ter vestido qualquer coisa que viu na frente, o que não demorou para se provar verdade.

- Oi, te deixei esperando muito? Desculpa, acabei dormindo e perdi a hora. - Se desculpa ela educadamente

- Oi, não esperei muito não, cheguei agora pouco. Vamos, aonde é? - Pergunto ansiosa

- Aqui, me segue. - Ela faz um gesto com a mão para eu seguir ela

Nós andamos uns 400 metros até chegar na tal casa outrora abandonada. Assim que chegamos na frente dela Jasmin fez um sinal com a mão sinalizando que era ali.
Era uma casinha engraçada, do lado de fora faltavam muitas telhas no telhado, a tinta cinza era bastante desbotada, mas a grama era bem cuidada. Ela claramente ia ali frequentemente.
Ela pegou um molho de chaves em seu bolso, ficou procurando a chave da porta até que ela pegou a menor chave do molho, e o inseriu na porta, a porta abriu com facilidade.
A casa era bem vazia, mas era limpinha e confortável, havia um tapete no chão, uma mesa pequena com duas cadeiras e um frigobar. Apenas isso, o resto estava vazio. Eu ia me dirigir a cadeira quando ela disse que preferia sentar no tapete por que era mais confortável. Então eu me sentei no tapete.
Ela pega alguns papéis e documentos e joga em cima do tapete. Eu pego um deles e observo.
Era uma anotação.

• Nome - Guilherme
• pessoa que teve último contato - Mãe
• Causa da morte - corte na garganta
• Data da morte - 27/07/23
• Suspeitos - ???

Eu analiso cada informação em silêncio, logo após me surge uma duvida:

- Jasmin, você fez uma anotação dessa sobre Iran?

Ela me olha curiosa, mas responde.

- Tenho, deve estar aí em algum lugar.

Eu procuro entre os papéis as anotações sobre Iran, e depois de um tempo enfim eu acho. Jasmin se senta ao meu lado.

• Nome - Iran
• Última pessoa que teve contato - Felipe
• Causa da morte - Vivo, porém desaparecido
• Data da morte - 21/07/23 (data do desaparecimento)
• Suspeitos - ???

Eu olho aquele papel um tanto quanto perplexa. "Última pessoa que teve contato - Felipe" porque Felipe nunca me contou isso? Afinal de conta nós somos irmãos.

- Felipe foi o último contato dele... - digo pensativa

- Sim, você não sabia..? - diz ela surpresa - tipo você e eles são irmão de consideração, eu imaginei que ele pelo menos te contaria uma coisa dessas...

- ele não me contou... - Falo baixo

- Pelo oque seu irmão Samuel me disse, ele também não contou para ele... - ela fica um tanto pensativa. - Bom, talvez temos um suspeito.

Logo após dizer isso ela apaga as interrogações e substituem por um nome; " Felipe"

Perdidos em mentiras Onde histórias criam vida. Descubra agora