Capitulo 9

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Quando eu e Felipe chegamos no núcleo eu procuro por alguns dos meus amigos.
Nenhum deles foi.
Eu desço a ladeira do núcleo e me sento em um dos bancos de madeira que algum dia já foram uma árvore.
Eu penso em tudo que anda acontecendo, minha mente roda e eu sinto minha perna balançar cada vez mais forte. Eu observo uma pessoa estranha descendo a ladeira do núcleo, eu logo vou atrás dele.

- Oi, quem é você? - Pergunto me colocando na frente da pessoa

Era um homem, ele me olha de cima abaixo e então pergunta:

- Você conhece uma tal de Nicole por aqui? - Pergunta o homem desconhecido.

Meu coração salta.

- Sou... sou eu. - Digo curiosa mas com um certo receio.

- Me mandaram te entregar isso.

O homem estica a mão e me entrega uma chave e um pequeno papel e então vai em bora.
Eu olho para a pequena chave e para o papel.

"Aonde tudo começou."

Era a única coisa que tinha escrito no papel. Eu guardo isso no bolso com um olhar curioso.
Eu ouço uma voz me gritando ao fundo, era Bernardo, ele me abraça com força, os olhos ainda vermelho e a roupa toda preta.

- Irmãozinho você está... -ele me interrompe

- Podemos não falar sobre isso...?

-Claro que sim.. - Digo olhando para ele com certa pena, e beijo-o na testa.

Nós descemos até a casa roxa de mãos dadas em silêncio, ambos estávamos sofrendo, cada um do seu jeito.

...

Após a aula eu me despeço de Bernardo e de Felipe e peço para Felipe agradecer a mãe e ao padrasto dele pela hospitalidade.
Eu enrolo alguns minutos na rua esperando os integrantes irem para suas casa e então caminho apressadamente até o rio, aonde tudo começou.
Quando eu chego lá, não encontro nada. Eu grito perguntando por alguém mas ninguém me responde.
Eu começo a vasculhar o lugar com um olhar atento, já havia escurecido e estava um certo frescor devido a brisa suave, mas o clima ali no rio estava tenso. Eu procuro algo dentro do rio, do outro lado dele, em cima das árvores e entre os arbustos, mas eu não acho nada. Então quando eu já me sentia cansada resolvi desistir, e comecei a andar de forma derrotada e desiludida para longe do rio, até que eu tropeço em algo. Eu olho para o chão tentando ver em que eu havia tropeçado.
Era uma pequena caixa de madeira, parecia ter sido colocada ali a pouco tempo apesar de estar bastante desgastada. Eu me abaixo e pego a pequena caixa.
Nela havia um cadeado pequenino, eu lembro da chave em meu bolso e pego ela e insiro no cadeado e giro a chave, o cadeado se abre com facilidade.
Dentro da caixa havia uma pequena pulseira trançada que eu rapidamente reconheci, eu sempre faço esse tipo de pulseira para meus amigos, também havia um bilhete pequenino. Nele estava escrito:

"Ph hqfrwuh qd shtqxhqd fdvd dwudv d txlqkhqwrv phwurv gr odjr."

Eu olho para o papel confusa, eu esfrego os olhos para entender se era isso mesmo que estava escrito, mas foi inútil.
Eu fiquei alguns minutos parada olhando intrigada para o papel com letras aparentemente embaralhadas, mas então eu percebo que as letras não estavam embaralhadas, elas estavam codificadas. Uma pontada de curiosidade e adrenalina toma conta do meu corpo, e eu guardo o papel apressadamente em meu bolso e vou rapidamente pra casa.
Quando eu cheguei em casa ela estava vazia, eu vou direto para o meu quarto, tranco a porta e sento na minha cama com o celular na mão.
Eu passo horas e horas pesquisando por algo que me diga que tipo de codificação era aquela.
Eu acabo pegando no sono antes de terminar menos da metade dos possíveis códigos.

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