Para a felicidade de Elisa, Malik adorava fofocar. Ou pelo menos, gostou de expor tudo o que aconteceu no Templo de Salomão em detalhes. Então ele era um desses caras que idolatrava Altair, entretanto depois de perder o irmão e o braço por causa de sua infantilidade, qualquer um perderia todo o respeito pelo noivo de Elisa.
- Sinto muito – foi o que ela conseguiu dizer – deve ter sido difícil.
- Acho que esse é um risco ocupacional – ele disse enquanto a guiava pelo mercado. Eles iriam sair da cidade. Aparentemente, o trabalho de Altair era recolher informações, matar pessoas importantes e depois sair correndo como a criança que tocou a campainha do vizinho. Então, Elisa iria ter que esperar do lado de fora da cidade pelo seu infantilíssimo noivo.
- Mande saudações para Soraia – disse por fim.
Foi exatamente como Malik avisou. Altair passou pela saída caminhando, camuflado no meio de algumas pessoas, então quando sumiu da vista dos guardas correu até o cavalo em que Elisa estava montada e subiu atrás dela. Ela preferia que ele ficasse na frente.
- Vamos, para Masyaf – ele ordenou para ela. Elisa lhe deu as rédeas. Olhava para ele diferente agora. Não como assassino, mas o enxergava como um grande arrotador.
- Eu não sei cavalgar – avisou.
- Não sabe ler, cozinhar, cavalgar. Tem algo que você sabe? – ele perguntou.
- Então, se é tão importante que eu saiba dessas coisas, por que não me ensina? – Elisa provocou. Ele iria a diminuir de qualquer maneira para tentar se sentir superior de qualquer maneira.
Altair segurou as rédeas por cimas das mãos de Elisa.
- Puxe para esse lado – ele instruiu – temos muito chão até Masyaf, talvez dê para você aprender algo.
***
Altair levara a sério a provocação de Elisa. Foi como se ele tivesse finalmente começado a prestar atenção no que ela dizia. Realmente a ensinou a cavalgar, e, quando chegaram em Masyaf, ensinou-a a ler em árabe. A realidade em que ela vivia começou parecer mais familiar para ela. Ou ela apenas estava se acostumando.
- Então, você estava realmente ajudando aquele médico estranho? – ele perguntou enquanto voltavam da quarta viagem juntos. O quinto alvo de Altair foi pego.
- Estava – ela admitiu – quer dizer, andei lendo os livros dele e ele estava bastante certo sobre as psicoses. Quer dizer, nem tanto. Mas ele teve um bom palpite por onde começar.
- Como assim? As pessoas estavam drogadas nas camas. Não tem nada de certo nisso.
- Porque ele usou doses demais – ela explicou – de onde venho, as drogas são usadas como remédios. Mas há uma grande diferença entre a quantidade medicinal e uma overdose. No futuro, provavelmente os estudos dele serão usados como base para salvar vidas. Tanto de doenças que são notáveis quanto de psicoses.
- Você acredita mesmo nisso? – ele perguntou.
- Acredito – e não teria como não acreditar. Elisa presenciou hospitais quando pequena porque tinha uma mãe assustada demais com qualquer tosse que dava. Além de que a expectativa de vida era muito maior no futuro por causa desses remédios. Embora, ela entendesse que as vezes a origem das coisas seja arrepiante como foi com os experimentos de Naplouse – Também – ela continuou – não acho certo você sair matando um monte de pessoas. De onde venho, temos a diplomacia, que é um acordo entre as partes. Evita muito derramamento de sangue.
- Alguém tem que parar homens malvados – Altair retrucou – você viu como eles são horríveis. Temos que manter a ordem.
- Ordem? Qual é o crime deles?
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Assassins parte 1 - O Imperioso
AcciónSangue. Muito sangue. Os olhos ficaram vidrados. De Naplouse caiu, segurado por Altair, por os olhos escuros como se tivessem sido engolidos por algo muito ruim. - O que...? - foi o que conseguiu dizer. Um grito agudo foi o chamariz para os guardas...