Malik estava certo, mas agora Elisa não achava isso algo bom. A cidade estava deserta, completamente, não tinham sentinelas, não tinham guardas, não tinha civis. Tudo vazio. Como um apocalipse zumbi.
Mais assassinos que estavam fora da cidade-sede foram chamados para ajudar. Agora eles eram um grupo de, o quê? Sete assassinos e uma desastrada. Poderia dar tudo mais errado ainda. Ao enviar os assassinos em rondas escondidas, descobriu-se que todas as pessoas estavam sendo mantidas em estado de transe dentro do quartel-general. Isso era o mais perto que Elisa já vira de um zumbi de verdade.
- O que está acontecendo aqui? – dissera Altair assim que os encontrou dias mais tarde. Elisa contou com dois dias e meio.
- Estão todos agindo estranho – explicou Malik, e pela primeira vez, Elisa não estava vendo os dois homens brigando – as pessoas parecem estar dopadas, mas não atacam ninguém.
- E o Mestre? Onde ele está? – Altair perguntou.
- Provavelmente na torre – disse um assassino que acabara de voltar da ronda – tem algumas movimentações na janela do Mestre, mas não achamos boa ideia entrar lá sem ter mais informações.
- Eu tenho mais informações – Altair abriu caminho em direção ao quartel, e Malik segurou seu braço.
- Soraia está no quartel...
- Nada vai acontecer a ela – Altair o segurou pelo ombro que não tinha braço. O braço que fora perdido por causa do erro de seu noivo – Eu juro que nada vai acontecer a Soraia.
Malik assentiu e o largou. Altair só parou mais uma vez quando passava por Elisa. Tocando seus lábios no ouvido dela.
- Eu também juro que nada vai acontecer a você – ele sussurrou – fica aqui com Malik, ele vai cuidar de você quando eu não puder.
Ele ia se afastar quando Elisa segurou seu rosto com as duas mãos, forçando-o a olhá-la nos olhos, bem pertinho.
- Se você quer dizer que está esperando não voltar para mim, então não... – a voz falhou no final. Alguém teria que resolver esse transe zumbi. E Altair era o único que poderia saber algo, pelo menos é o que disse.
- Eu vou voltar, e você vai ficar segura aqui com Malik – Altair não deixou que respondesse, selou a promessa com um selinho e a deixou ali. Elisa nem se importou com os olhares do pequeno grupo de assassinos, só saiu dali quando Malik a guiou com seu único braço para dentro da casa de Soraia que ele cuidava para deixar impecável até o retorno dela.
***
Vinte minutos deveriam ter se passado, e Elisa não aguentava mais andar de um lado para o outro da sala de Soraia.
- Vou ajudar ele. – ela disse. Malik não conseguiu dizer nada que pudesse a impedir, mas conseguiu com que todos fossem juntos.
- Você é tão teimosa quanto seu noivo – ele sussurrou enquanto abriam caminho entre os zumbis até a sala de Al Mualim. Mas não era lá, era naquele jardim que era no fundo do quartel e que Elisa sempre teve repugnância de entrar lá. Mas agora era preciso.
- Esse assunto é só meu e do meu aprendiz! – Al Mualim bradou e apontou uma bola brilhante em direção a eles. Os assassinos em volta de Elisa se contorceram e caíram no chão, desmaiados – Você é especial, realmente, criança. Poucos não são afetados pelo poder do Tesouro.
Elisa o encarou, depois seus olhos focaram em Altair ao fundo, que lutava contra outros nove Al Mualins. O mestre agitou o orbe metálico nas mãos e dali saíram mais nove cópias dele.
Hologramas. Nove hologramas. Por isso Altair está tentando atacá-los a tanto tempo. Não são objetos para se atacar. Elisa tentou atravessá-los, e descobriu que não eram só hologramas, tinham massa e ocupavam lugar no espaço. Ótimo. Elisa foi obrigada a correr para longe para ganhar algum tempo até poder sacar a pistola e apontar exatamente para a décima cópia de Al Mualim que não estava a atacando. O Verdadeiro.
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Assassins parte 1 - O Imperioso
AcciónSangue. Muito sangue. Os olhos ficaram vidrados. De Naplouse caiu, segurado por Altair, por os olhos escuros como se tivessem sido engolidos por algo muito ruim. - O que...? - foi o que conseguiu dizer. Um grito agudo foi o chamariz para os guardas...