viii. Vislumbre esse Mundo

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nessa guerra, alguém irá perder

w a r   o f   h e a r t s

Vislumbre esse mundo, garota

Vai demorar até que meia noite chegue, então aproveite garota.

Você já viu essas pessoas, você as conhece e esse lugar não lhe é estranho, porque há em ti um sentimento de pertencimento.

Fale com eles, ande por essas ruas, coma à vontade e por fim, grave bem o céu dessa cidade.

Solte a mão da Grã-senhora, você já chegou, está segura e inteira. De um passo para longe, circule a sala, não desperdice o momento, viva seu sonho enquanto os pesadelos não veem.

X

A passagem foi rápida, não mais que uma batida de coração. Quando as duas apareceram no meio da sala da casa de Feyre, Alina demorou a soltar a mão da Grã-senhora. Ao contrário do que a parceira de Rhys temia acontecer, Ali não sofreu nenhum efeito colateral. O estomago da mortal não deu sinal de agitação e a jovem podia se equilibrar facilmente.

Quebrando o silêncio, Alina Petrov fez um elogio — É tão lindo —. A harmonia das cores e o conforto que aquele lugar parecia ter a fez suspirar. Havia pouca simetria na organização dos móveis: um quadro meio torto ali, uma almofada a mais no sofá e um tapete com a ponta dobrada, mas o que faltava de régua tinha de conforto. A iluminação não agredia aos olhos, na dose certa as lâmpadas se dispunham.

A lareira estava acessa e a madeira era consumida rapidamente, ninguém aparecia com mais lenha porque a magia era encarregada disso. O crepitar soava alto, era um som relaxante. Passando a mão pelos braços, Alina percebeu que nem precisava ter trago o casaquinho, a temperatura da sala era muito agradável.

Uma das paredes estava cheia de quadros, sem quase deixar espaço, as telas preenchiam o espaço. Embora cada pintura fosse muito específica, o conjunto era uma visão encantadora, cada obra parecia conversar, as tonalidades convergiam e divergiam entre si. As inúmeras paletas de cores ganhavam vez, a onde era possível, a tinta chegava. No acidente, as combinações eram feitas, algumas fórmulas se perdiam em meio a tanto pigmento.

A cada mistura de tinta, se fazia necessário um nome. Mãe e filho nunca se cansavam disso, todo o processo para eles contava.

Feyre e Nyx pintavam juntos e separados: na mesma tela ou em quadros diferentes. Às vezes eles escondiam sua pintura um do outro. Quando mãe e filho estavam na galeria, havia um lugar reservado para os dois.

Dois cavaletes, duas cadeiras, duas cestas de pincel e um estoque de tinta.

Em alguns momentos, quando Feyre pintava acompanhada de seu filho, a esposa do Rhys levantava o olhar, guardava o pincel e passava a observar o seu garotinho que já era um jovem crescido. Os pais de Nyx já sabiam do rosto do primogênito, as semelhanças já explícitas muito antes. Mesmo assim, a primeira vez que segurou seu filho, ao olhar o rostinho do seu bebê, a irmã mais nova das Archeron se emocionou.

Eu já te conhecia meu amor, há muito tempo. Antes de eu me casar, antes de voltar para casa definitivamente, antes sequer de vencermos a guerra. Você só me encontrou agora, mas eu sempre soube de você. Te esperei por mais tempo que nove meses, eu vivia por você antes mesmo de sentir o primeiro chute. Me mostraram sua imagem meu, bebê, você já era mais velho, quase um adolescente, os traços de seu pai apareciam muito mais que os meus, mas não foi difícil dizer que você era o meu. Agora eu o tenho nos meus braços, tão pequeno, seus olhos ainda não abriram, mas eu lhe prometo meu filho, que tudo que vir, será bom. Obrigada por te me feito sua mãe.

Uma Corte de Estrelas CadentesOnde histórias criam vida. Descubra agora