CAPÍTULO 3 - LUNA

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O sol despontava timidamente no horizonte, pintando o céu com tons suaves de rosa e laranja, anunciando o início de um novo dia na vida de Luna. O campus universitário despertava aos poucos, com estudantes ansiosos e sonolentos se dirigindo para as aulas.

Luna acordou com a luz suave filtrando pela cortina de seu quarto no dormitório. Apesar de não ter bebido nada, ela sentia a ressaca da animada festa da fraternidade, mas o entusiasmo pelo primeiro dia de aula era palpável. Ela se levantou da cama, espreguiçando enquanto o nervosismo e a curiosidade se misturavam em seu peito.

O quarto estava silencioso, e Luna podia ouvir os sons distantes da movimentação lá fora. Suas colegas de quarto ainda estavam dormindo — ela ainda não havia sido apresentada formalmente para elas. Só sabiam que se chamavam Yuri e Tracy e que buscavam a mesma especialização que ela.

A ruiva — que ela ainda não sabia quem era quem — dormia tão profundamente que não parecia que iria acordar. Já a outra, com seus lindos cabelos preto, demonstrava inquietação em seu sono, com toda a roupa e material meticulosamente organizados ao lado para enfrentar o novo dia.

Luna não teve a oportunidade de se deparar com nenhuma das duas no dia anterior ao chegar ao dormitório. Era evidente que Yuri e Tracy haviam chegado após o momento em que Luna sucumbira ao sono profundo, deixando apenas sua ansiedade como agente despertador para a primeira aula que definirá o resto de sua vida.

Procurou em suas malas ainda não desfeitas uma roupa que tivesse uma mistura de empolgação e indecisão, escolhendo aquela que refletisse seu estado de espírito descontraído, mas ao mesmo tempo, uma impressão confiante para o primeiro dia de aula. Deixou as duas para trás dormindo, tentando sair sem acordá-las.

Ao descer para o refeitório, o aroma de café recém-feito flutuava pelo ar, envolvendo-a em um abraço reconfortante. As mesas estavam preenchidas com grupos de estudantes, e Luna se encontrava perdida no mar de universitários.

Luna, em busca de algum rosto familiar, avistou Blake em uma mesa, comendo distraído enquanto olhava para a janela. Ela se aproximou, cumprimentando-o com um sorriso.

— Bom dia! Pronto para o primeiro dia de aula? — perguntou ela, tentando esconder a ansiedade que sentia.

Blake olhou em sua direção, exibindo um sorriso descontraído.

— Claro, Luna! Animado para conhecer os corredores acadêmicos e mergulhar nos estudos?

A xícara de porcelana repousava sobre a mesa, revelando uma infusão escura e reconfortante. O líquido escuro e encorpado refletia a luz, denunciando a energia concentrada que esperava ser desencadeada a cada gole.

Ao saborear, Luna percebeu a dança complexa de sabores: uma fusão equilibrada de notas amargas e toques sutis de doçura. Cada gole era uma jornada, um despertar gradual dos sentidos, como se o café pudesse contar histórias através do seu sabor encorpado. As nuances intensas e aveludadas se entrelaçavam, criando uma experiência que transcendia além de uma simples bebida matinal, tornando-se um ritual diário de prazer e reflexão.

Blake a observava com um sorriso que iluminava todo o seu rosto.

— Eu sabia que você iria gostar — comentou Blake, seu tom repleto de orgulho. — Quando eu provei, a única coisa que pensei foi "esse é o melhor café que eu já passeou pela minha boca". E eu só estava esperando para ver a sua reação.

Luna, saboreando cada gole, retribuiu o sorriso.

— Você me conhece muito bem. Mas você está equivocado em uma coisa. — Blake arqueou uma sobrancelha curioso. — Este é, sem dúvida, um dos melhores cafés que já experimentei. No entanto, o da mamãe ainda ocupa o topo da lista.

STELLAOnde histórias criam vida. Descubra agora