CAPÍTULO 4 - CALLUM

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Callum ainda remoía seu modo de agir na noite anterior, lamentando como poderia ter agido melhor com sua banda — afinal, eles eram melhores amigos desde a infância. E a noite era para eles aproveitarem, promoverem a banda, mas, como sempre, ele tinha arrumado um jeito de estragar. Dessa vez, seu passado que atrapalhou tudo.

Eles não mereciam isso. Por isso, Callum estava determinado em dar o seu máximo hoje. Eles iriam conseguir aquele contrato, custe o que custar. Cada toque do celular ecoava como um beco sem saída, fazendo-o desejar gritar para as paredes.

— Que merda! Alguém atende, pelo amor de Deus — desabafou no celular na exato momento em que ouviu do outro lado:

— Geffen Records, em que posso ajudar? — A voz da mulher enviou calafrios pela espinha de Callum.

— Bom dia! Eu sou Callum e eu faço parte de uma banda chamada High Voltage, e queríamos saber se seria possível vocês ouvirem a nossa demo.

— Quantos membros na banda?

— Somos quatro. Quatro caras — disse ele.

— Já temos muitas bandas desse tipo por aí. O que seria o diferencial da sua? Tem algum elemento especial?

— Vamos, cara. O que estão dizendo? — interveio Hunter, impaciente.

— Cale a boca. Deixe ele conversar. Ele sabe o que está fazendo — disse Dylan, totalmente sério. — Ou assim eu espero.

Callum fez um sinal com a mão para que os dois parassem de discutir, pois não conseguia ouvir direito.

— Sim, nós temos! — respondeu confiante.

— E qual seria?

— Nos dê uma chance e nos deixe mostrar pessoalmente. Garanto que sua mente vai explodir.

O silêncio na chamada foi ensurdecedor para Callum; ele não sabia o que estava acontecendo, se era bom ou ruim. Aquilo nunca havia acontecido antes.

Hunter o encarava com uma expressão interrogativa. Callum pôde sentir o olhar de Zack nas suas costas, repreendendo-o pela sua resposta ousada. Que se foda, eu vou conseguir isso, não importa como, pensou.

Dylan estava inquieto à sua frente, andando de um lado para o outro, se segurando para não lhe encher de perguntas.

— Está bem — veio a voz do outro lado da linha.

— Está bem? Como assim, está bem? — perguntou Callum incrédulo. — Nós conseguimos?

— Daremos uma chance à sua banda. Mas esse elemento especial tem que fazer nossas mentes explodir — confirmou a mulher. — Caso contrário, garanto a vocês que nunca mais conseguirão falar com uma gravadora novamente.

— Pode ter certeza, vai explodir! — Callum tentava controlar suas emoções como podia. — Quando?

— Em três dias. Vamos fazer um mini evento no píer de Santa Mônica, e vocês vão ter que estar lá. Serão uma das atrações.

— Santa Mônica, como na porra de Los Angeles? — Callum se alterou um pouco por conta da felicidade. Ele já tinha dado tantas voltas no quarto, suas mãos estavam suando que ele nem se importou com o olhar que Zack lhe deu.

— Exato. Às 16 horas, no píer de Santa Mônica — afirmou ela. — Como é o nome da banda mesmo?

High Voltage. Nunca mais vai esquecer esse nome, está escrito nas estrelas.

Callum beijou o celular de tanta felicidade. Os meninos estavam encarando-o, esperando a informação. Ele esqueceu que eles não estavam ouvindo a conversa.

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