11: abandonados

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Após alguns minutos, os soldados voltaram com alguma coisa em uma maleta.

- Missão finalizada. Iniciem o resgate - o homem de mais cedo disse.

Todo mundo estava muito feliz e aliviado. Na-yeon, Ji-min e Hyo-ryeong ficaram extremamente emocionadas, até derramaram algumas lágrimas.

— Quem vai primeiro? — o soldado perguntou.

— Deixem a Na-yeon ir, depois a Ji-min, a Hyo-ryeong e assim segue. — Gyeong-su disse.

Ninguém discordou, então subiram ela.

No meio da corda, Han-seok escutou algo e me contou. Nam-ra pareceu escutar também.

— Eles não vão nos resgatar. Estão falando de uma mutação, acho que é o que eu e a Nam-ra temos. — ele sussurrou.

Não, como assim? Ele deve ter escutado errado.
Pelo menos era o que eu queria que fosse.

Logo em seguida, o soldado mandou descerem a Na-yeon, dizendo que o resgate estava cancelado.

— Não, caralho! O que vocês tão fazendo?! É pra resgatar a gente! Somos sobreviventes! Não somos zumbis, porra! — Na-yeon gritou.

Cheong-san e Su-hyeok tentaram falar com os soldados, mas acabaram ganhando o cano da arma na cabeça.

— Pra trás! Se não, eu atiro! — o homem disse.

— Senhor, por favor — Cheong-san disse trêmulo — não dá pra levar alguns de nós? Não precisa ser todo mundo! Só os mais necessitados!

O soldado olhou para nós. Atrás do capacete, eu vi olhos com pena e culpa.

— Eu sinto muito. — ele disse, indo para trás e agarrando a corda.

— Por favor, senhor! — me aproximei dele.

Ele atirou para cima. Tiros para assustar? Eles não vão mesmo nos salvar?

— Me desculpem. Estão por conta própria. — ele disse e subiu.

O helicóptero se afastou do prédio, indo para longe.

Não... Eles não podem ter nos abandonado assim!

— Que merda! Porra! — dei um soco na porta pela qual entramos.

Cheong-san chutou o sinal de S.O.S e a fogueira, por conta da raiva.

— Agora estamos sozinhos. Esses merdas nos abandonaram! — ele gritou.

(...)

Alguns minutos passaram desde o helicóptero sair.

Notei meu punho sangrando, por conta do soco que eu dei na porta.

— Merda... — resmunguei baixinho.

Tirei meu casaco de uniforme e enrolei ao redor do meu antebraço e punho.

— Cê tá bem? — Tae-hyun veio até mim, observando meu curativo improvisado.

— Tô legal. A Wan-ji tá bem? Ela pareceu meio abalada.

— Ela... — olhou pra mesma — tá tentando. Isso é complicado, os soldados que deveriam nos salvar, simplesmente nos abandonaram. Agora temos que achar uma forma de sair daqui.

Ele me cobriu com o casaco dele, mas eu devolvi.

— Não se preocupa, eu tô bem. Eu sei aguentar o frio melhor que você — olhei pra ele.

O cara tá se tremendo, e nem tenta esconder.

— Fica com isso, idiota. Cê não consegue nem esconder que tá com frio. — coloquei o casaco nas costas dele.

ALL OF US ARE DEAD • Moon Ki-haOnde histórias criam vida. Descubra agora