03: calmaria antes do apocalipse

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Cheguei ao portão.

Não têm nenhum soldado, isso vai ser fácil.

E de repente, tudo ficou escuro.

— Ei! O que tá acontecendo?! Me solta! — gritei.

— Cala a boca, garota! Vai atrair os zumbis! Nós somos soldados e estamos levando você pra ala segura mais próxima, não reclama! — uma voz masculina disse.

— Se fossem mesmo me levar pra uma das alas seguras, não colocariam um saco de lixo na minha cabeça, porra! Me solta, filho da puta! — gritei enquanto me debatia.

Andamos por algum tempo, ouvi gritos e passos nesse meio tempo.

(...)

Retiraram o saco de lixo da minha cabeça.

Finalmente tô enxergando.

Haviam dois soldados e alguns civis próximos de mim.

— Solta ela, eu ligo o motor. — o outro homem disse.

Os dois estavam sem capacete e com sangue respingado no colete.

Fui desamarrada e o cara me fez subir na parte de traz do carro de resgate.

— Onde estão levando a gente?! — uma garota de cabelo curto perguntou.

Ela não me é estranha. Parece a Wan-ji, mas ao mesmo tempo não...

— Cala a boca, caralho! A gente tá saindo daqui e ainda fizemos o favor de levar vocês! — o homem disse enquanto ligava o motor.

O carro deu partida.

Talvez isso seja bom, eu posso fugir no caminho... Mas tenho que assumir o controle do carro.

Tirei a arma do casaco discretamente.

Um cara de óculos, a menina do meu lado e as duas crianças que estavam ali viram, mas não importa.

Me levantei e fui até a janela que separa a parte do motorista com a gente.

Apontei a arma pra cabeça do homem rude.

— Cala a boca e faz o que eu vou mandar. — falei enquanto olhava pro cara dirigindo.

O homem rude se virou para mim, com um sorriso irônico.

— E você sabe usar isso, garotinha? — perguntou.

Atirei na janela dele em resposta.

— O próximo vai ser em você, filho da puta. Ai — olhei pro motorista — me deixa nos destroços do colégio Hyosan e eu deixo vocês irem, ninguém se machuca.

Percebi o cara tentando puxar a glock do bolso, e atirei ao lado da mão do mesmo.

— Último aviso, caralho! Anda logo! — gritei.

— Tá esperando o que, Jung Sae-jin?! Anda logo, faz o que ela manda, porra! — o homem pro qual eu tava apontando a arma gritou.

O carro mudou a direção.

(...)

Faltando alguns quilômetros para chegar no colégio, uma das crianças começou a chorar.

— Continua dirigindo. — olhei para a menina de cabelo preto — se importa em pegar as gomas de ursinho no bolso esquerdo da minha calça?

Ela, tremendo um pouco, assentiu e veio até mim.

Pegou o pacote de gomas.

— E-e o que eu faço com i-isso? — perguntou.

ALL OF US ARE DEAD • Moon Ki-haOnde histórias criam vida. Descubra agora