OITAVA LEMBRANÇA

49 15 96
                                    

08/O8/2016, segunda-feira, Bahia, Munícipio de Alboçar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

08/O8/2016, segunda-feira, Bahia, Munícipio de Alboçar

Havia passado dois meses desde toda a lambança que Lucas fez em nossas vidas. Conseguiu que nossos pais descobrissem o pior lado de Felipe, forçou que eu revelasse meu lado manipulador, e que eu fizesse um pouco de esforço para demostrar minhas verdadeiras emoções de Felipe. Faltou brechas para eu escapar disso. Ele estava escalando, muito, muito rápido. Mal pude reagir.

Apesar de toda tranquilidade, eu ainda tinha alguns ataques de ansiedade. Os sinais estavam muito evidentes para as pessoas que me cercavam. Por causa da sua falta de espaço ele conseguia ver vislumbres dos meus olhos vermelhos. Do nariz escorrendo.

Eu os fiz acreditar que eu estava bem, porém, eu não havia percebido que eu me prensado na minha própria armadilha. Acreditei fielmente que eu estava ótima, mas longe disso. Minha saúde mental estava mais instável que o campo magnético do triângulo das bermudas.

Permaneci chorando. Permiti que o arrependimento e a incapacidade rastejassem rapidamente por cada pedaço da minha cabeça. As memórias transformavam meu peito em uma tempestade.

Era inevitável abri os olhos e sentir a obstrução do meu ar. Lutava para o ar invadir meus pulmões. Com meus batimentos cardíacos machucando meus músculos, e minha cabeça rodando em confusão. Fui ingênua ao pensar que os sintomas de ansiedade sumissem da noite para o dia. O diário amenizou que minha mente ferrasse comigo por mais tempo, no entanto, não bastava.

Na realidade, nada mais era o bastante para minha mente cinza.

No primeiro dia do mês de agosto, despertei com lágrimas abundantes, com meus ouvidos zumbindo, simulando um estado de emergência, não sentindo o ar fluindo. Como uma tortura interminável, me estrangulando. Segundos depois, puxei o ar com força, me sentindo zonza em seguida.

Quando começava, se tornava um vício. Merda, muito difícil de largar. Alguma parte obscura da massa cinzenta gostava de torturar meu corpo. Repetia até que eu me sentisse exaurida ou buscasse uma distração decente. Eu não tinha nenhuma na época. Sair me deixava enjoada e tonta, principalmente por causa dos acúmulos de pessoas. Não poderia contar com meu irmão e meus pais porque eles tinham mais coisas para fazer do que cuidar de mim.

A mesma coisa acontecia me afligia naquela segunda-feira.

Levei minha mão direita ao meu peito, afastando-a e batendo com mais força contra minha caixa torácica, demostrando toda minha raiva em relação àquela situação. Uma. Duas. Três vezes. E ainda não era suficiente para eu descontar toda minha insatisfação.

Odiei tantas vezes a mim mesma. Tão fraca. Tão inútil.

Na quarta, ouvi vagamente o ruído da porta se abrindo, e braços reconfortantes me envolvendo, compartilhando seu calor, e sua incrível facilidade de inspirar e expirar.

ANTES QUE SE PERCAM...[CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora