4 - Areia e fogo

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O rapaz acordou com o som da chaleira no fogo, sua mãe que acordara mais cedo como de costume estava preparando o café. Se lançou da cama para lavar o rosto e se adiantar com os animais do celeiro.

Descendo as escadas que ligavam o mezanino que era seu quarto até cozinha, viu sua mãe já terminando de preparar o café, então disse.

- Bom dia mãe! Já estou indo buscar leite, tá bem?

- Bom dia Than! Está bem. - sorriu ela.

Ao sair pela porta apressado, Nthanda já pôde ver o brilho do Sol iluminando por cima dos muros do arco central da cidade, tinha o privilégio de morar na beirada das zonas periféricas, mais perto dos campos. Peutan podia ser situado no meio do deserto, mas era um gigante oásis com vastos pomares a oeste da cidade. Naquela hora já conseguia ver alguns lavradores trabalhando na aurora.

Correu até o celeiro, tirou o leite da vaca e buscou os ovos na granja. Voltou apressado para casa com o balde e o cesto de ovos.
Entrou em casa e preparou seu café.

Enquanto estava tomando seu desjejum, pensou em como poderia trabalhar para o Sr.Turner e cuidar dos deveres da fazenda ao mesmo tempo, não podia deixar de se preocupar em como iria ajudar sua mãe neste período. Mesmo sendo uma mulher forte, já estava com uma certa idade e não aguentaria o serviço pesado que o filho prestava.

- O que te aborrece, Than?

- Nada não, mãe. - disse ele com um sorriso amarelo.

- O que foi falar com o Senhor Turner, hein? - Perguntou sem rodeios.

- Como? - falou com a cara mais inocente que conseguiu. Em choque por ela ter descoberto.

- Meu filho. A barraca de vendas da sua tia é bem em frente ao edifício do Senhor Turner, eu sei que foi lá ontem.

- Não foi nada demais mãe... - disse ele com o sorriso dócil.

- Não foi pedir dinheiro para ele, foi?

- Claro que não mãe!

- Se ficar devendo para aquele homem, vai se ver comigo viu... - disse ela, manejando o garfo como se fosse uma espada.

- Sim mãe. - sorriu ele, baixando a cabeça. - Eu já vou, tá bem?

- Está bem meu filho, vai em paz.

O jovem se despediu de sua mãe com um beijo na testa e saiu rapidamente de casa.

Colocou suas luvas de trabalho, a camisa de mangas cumpridas, e sua boina de palha, para proteger sua calva cabeça. Imaginando para que tipo de serviço ele precisaria treinar, nos Rochedos ainda por cima.

Pegou a estrada que ligava a zona oeste ao arco central da cidade em direção a feira. A estrada de ligação circundava toda a cidade, seguindo por essa estrada ele chegaria na ponta leste em menos de dez minutos tomando carona em uma carroça de mercadorias.

Logo estava na passagem leste, um grandes portal de pedra entalhado direto na superfície branca da muralha externa. As grandes folhas do portão já se encontravam abertas desde cedo. andando pela areia fofa até a parte onde todos chamavam de berço-do-golem, que era um local onde a areia dava lugar a um chão de calcário, e fazia uma trilha descendo, como uma rampa, no final da precipitação, uma alta parede de rochas sedimentares. Como o nome do lugar já dizia, foi ali onde surgiu o golem que protegia a cidade. A Eclosão que mudou a história de Peutan.

Bilyn.

Gostava de brincar ali quando era criança.

Apesar de curioso, não entrou na rampa, pois estava indo para os Rochedos como combinado, que eram mais adiante. Os Rochedos nada mais eram do que grandes estruturas abandonadas de calcário que saiam diretamente da areia mais fofa.

o Lutador de PeutanOnde histórias criam vida. Descubra agora