Capítulo 42

13 3 12
                                    

Os dias passam - parte 1

Dia 01 (13 de maio)

Lua acordou com o barulho da cela sendo aberta. Meio atordoada ela procurou o irmão, o vendo dormir tranquilamente. Ela olhou para o portão do cômodo, vendo Rebeca com uma bandeja com alimentos, o que deixou a loba intrigada.

Mesmo com o corpo totalmente dolorido ela se levantou e foi até a cama do irmão, se pondo na frente do mesmo de forma protetora. Rebeca entrou no local e sorriu para ela.

-- Eu sei que já trouxe comida para vocês, mas os dois dormiram por quase quatro horas desde lá. Então, trouxe o almoço -- a loira murmurou -- E pode ficar tranquila, não tem veneno. Não ganhamos nada envenenando vocês, não quando está tão longe da lua pura.

-- Por que nos alimenta? Não seria mais fácil nos deixar com fome? -- Lua a questionou.

-- Porque precisamos dos dois fortes para poder pegar a magia. E também não consigo deixá-los com fome, então me agradeça, porque se depender do meu pai vocês não comem, nem bebem água até a lua pura.

-- Que bondosa você -- a voz irônica de Apolo atrai a atenção das duas para si.

O mais novo olhava a loira com o rosto franzindo, e Lua podia reparar que ele soltava feromônios em cima de si, mesmo que a bruxa não possa sentir, era algo que seu alfa interno fazia inconscientemente, uma forma de deixar pessoas não desejadas longe de sua irmã.

-- Bom... é melhor os dois almoçarem, vou deixar a bandeja aqui, quando terminarem avisem a bruxa que está de guarda na porta da cela -- a bruxa os analisou, parando seu olhar nos machucados dos dois -- Nos vemos depois, hoje vocês tem o dia de descanso.

Rebeca saiu da cela, deixando os dois sozinhos novamente. Lua olhou o irmão, que tentava se sentar na cama.

-- Não consigo mexer minha perna... dói -- Apolo sussurrou para ela.

-- Consegue mexer o resto do corpo? -- Lua o perguntou, recebendo um aceno positivo -- Vire de lado para que eu possa ver o ferimento.

Apolo fez o que a irmã pediu e virou o corpo da maneira que pode. Lua avaliou o ferimento, vendo a pele avermelhada e com leves secreções.

-- Está infeccionado.. precisamos limpar urgentemente. Coma primeiro, vou dar um jeito de conseguir algo para limpar.

Apolo voltou a ficar deitado e Lua o ajudou a se sentar na cama.

-- O que ela trouxe para comermos?

-- Arroz, feijão e carne. Tem suco aqui e maçãs -- Lua respondeu ao irmão -- Considerando que estamos aqui como reféns, estamos bem até.

-- Não consigo entender porque ela nos trata assim... -- ele murmurou pegando o prato que a irmã o ofereceu -- Parece que ela quer conquistar nossa confiança.

-- Não parece, Apolo, ela quer conquistar nossa confiança! Para no fim ela conseguir nos manipular e pegar o que quer, os medalhões e a magia.

O garoto não respondeu, apenas acenou e encaminhou sua atenção a comida no seu prato. Aos poucos Apolo conseguiu comer o que tinha ali, sua garganta doía e ele também tinha machucado a mandíbula no ataque à alcatéia, o que dificultou um pouco sua mastigação.

Quando o irmão acabou a refeição, Lua juntou os pratos, levou à entrada da cela e chamou pela bruxa que estava ali de guarda.

-- Já terminaram? -- a mulher perguntou ao ver a loba se aproximar.

-- Sim -- Lua respondeu forçando um sorriso, mesmo ao notar o tom arrogante da bruxa -- Pode arrumar com seus superiores ou sei lá o que, soro fisiológico e gases?

Alcatéia Lúpus: Maldição dos Gêmeos Onde histórias criam vida. Descubra agora