7 - A Missão.

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Aziraphale acordou no meio da tarde com uma baita dor de cabeça. Ao se sentar na beirada da cama, sentiu um enjoou, seu estômago, estava revirado. Ele respirou fundo tentando amenizar o mal estar. Não se lembrava direito do que aconteceu na noite anterior, pois estava tudo nebuloso. Subitamente algo parecia fazer sentido... Mas não, não podia ser verdade, teria sido algum tipo de um sonho? Então tocou a ponta dos dedos em seus próprios lábios, quando se lembrou do que parecia lhe ser um beijo. Se aquelas lembranças fossem verdadeiras, como reagiria ao ver Crowley? Ele se joga na cama ficando de barriga pra cima, olhando pensativo para o teto, até ouvir um barulho na porta.

_ Aziraphale?

Ele se senta rapidamente.

_ Pode entrar.

_ Eu trouxe uma aspirina e um copo de água para você.

Crowley senta ao seu lado e entrega as coisas que trouxe.

_ Obrigado. – responde, sem graça –

 _ Eu estou fazendo algo para você comer. Fiz um suco e estou terminando a salada.

_ Tudo bem então, posso te encontrar daqui a pouco?

Crowley acenou com a cabeça e saiu.

O padre demorou mais tempo do que o de costume para trocar de roupa, pois estava tentando processar as coisas que aconteceram, para depois tomar coragem e ir até a cozinha.

_ Estou com medo de perguntar... Mas, o que aconteceu ontem?

Pergunta enquanto se senta à mesa.

Crowley mediu bem as palavras, não sabia até que ponto o padre se lembrava, então decidiu omitir a maior parte.

_ Eu estava voltando de uma caçada e achei você dormindo no sofá. A garrafa de vinho estava vazia em cima da mesinha, então presumi que você bebeu demais e adormeceu.

_Mas... Eu não estava usando essas roupas ontem... E não lembro de trocá-las.

Essa era a parte embaraçosa que Crowley queria evitar, além das outras coisas.

_ Bom... Ah... Como eu vou te explicar sem parecer estranho...

_ Eu passei mal, não foi?

Falou Aziraphale pressionando rapidamente os olhos enquanto os fecha. Não era a primeira vez que algo como aquilo acontecia, era raro, mas as vezes, quando se sentia muito sozinho, bebia até dormir no sofá e de manhã sempre acabava com mal estar.

_ Pode-se dizer que sim... E eu tive que, bom...

_ Que?

_ Você vomitou em si mesmo e eu achei melhor te dar um banho... Para você não dormir... Bom, naquele estado.

Aziraphale abaixa a cabeça e sente o rosto queimar.

_ Oh Deus... Você não precisa dizer mais nada. Que vergonha! Eu sinto muito pelo meu comportamento inapropriado!

_ Está tudo bem!

Responde Crowley estendendo o braço para o outro lado da mesa, colocando a sua mão sobre a de Aziraphale.

_Não, não está!

Responde o padre desvencilhando-se do toque. O fez porque sentia vergonha e não porque não desejava aquele toque.

Crowley se levantou chateado, se perguntado se havia feito algo de errado.

_ Estou terminando seu almoço, já coloco na mesa.

Aziraphale agora se lembrava com clareza. Parece que ver o rosto de seu convidado fez tudo ficar mais nítido. Ele o beijara, um beijo ardente e cheio de desejo. E foi ele que deu a iniciativa, o que tornava tudo ainda mais embaraçoso. Gostaria de dizer que o que aconteceu foi um grande erro, mas não era verdade.

Holy Sin (Pecado Santo)Onde histórias criam vida. Descubra agora