Capitulo 9

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Hinata

As batidas insistentes na porta acordaram Hinata de um sono profundo. Ela se sentou lentamente, tentando se orientar. O choque das novidades sobre Jonah deve tê-la nocauteado. Embora não se lembra-se de ter adormecido, estava deitada no centro da cama em posição fetal. Olhou o relógio: três e vinte e cinco.
Levantando-se, ouviu o som de mais batidas e caminhou pela porta aberta do quarto. Havia uma nota na mesa de jantar:
Você estava dormindo. Fomos pescar. Volto às quatro.
Ela respirou fundo e foi até a porta.
Puxando a cortina de lado, olhou pela janela e viu Quint parado na varanda. Quando ele levantou a mão em um olá, ela soltou a cortina. Ele provavelmente estava ali para receber as apostas que
Toneri e Shawn fizeram na noite passada.
Ele conhece Naruto. 
Ele sabe onde posso encontrar o Naruto.
Ela mordeu o lábio inferior, prendendo-o entre os dentes. Com Toneri, Shawn e Tina fora, estava sozinha na cabana. Não sabia nada sobre esse cara, exceto que havia demonstrado um interesse
assustador por ela na noite passada. Ele era um pervertido? Poderia machucá-la? Mas a preocupação com sua segurança foi rapidamente eclipsada pelo fato de Hinata saber quanta dor ela podia tolerar. Valeria a pena suportar qualquer mal que Quint fizesse a ela em troca da chance de encontrar Naruto.
Ainda assim, seria cautelosa.
Ela puxou a cortina para o lado.
— O que você quer? — ela perguntou através do vidro.
— Preciso falar com você.
Ela arregalou os olhos.
— Comigo?
— Com você, Hinata.
O nome dela. Seu nome completo que não era pronunciado desde aquele terrível dia no Shenandoah. Ela ofegou baixinho,
destrancando a porta.
— Como você me encontrou?
— Seu namorado. Me disse ontem à noite onde vocês estavam hospedados.
Ela assentiu uma vez, mal conseguindo respirar, esperando que ele continuasse.
— Quer que eu entre, ou prefere sair e falar comigo? — ele perguntou, dando um passo para trás quando a porta se abriu.
— Entre — ela sussurrou, embora nenhum deles tenha se movido. — Como você sabe meu nome?
Diga, ela pensou, desesperadamente. Deus, por favor, diga o nome dele para mim e terei certeza de que é ele.
— Seth — ele disse apenas.
Lágrimas correram por suas bochechas enquanto assentia com a cabeça. Era verdade. Oh, Deus, era verdade. Era Naruto no ringue na noite passada. Naruto, que se chamava Seth agora. Naruto, que havia retornado a West Virginia. Naruto, que estava enorme e
parecia ter trinta anos. Naruto, que lutava com outros homens por esporte.
— Naruto — ela sussurrou.
— Como é?
Com olhos vidrados, ela olhou para Quint.
— Onde ele está?
— Posso levá-la até ele.
Hinata assentiu, saindo pela porta e seguindo Quint até sua caminhonete sem pensar duas vezes, sem nem mesmo fechar a porta ou voltar para pegar sua bolsa.
Dirigiram em silêncio por alguns minutos até Quint começar a falar.
— Descobri de onde conhecia você.
— Uhm?
— Você me lembrou alguém, mas eu não sabia quem. Percebi isso ontem à noite quando o levamos para a clínica. Ele tem uma tatuagem com o seu rosto. No braço dele.
— Hmm.
— Sim. E embaixo está escrito ‘N+H’. Me disse hoje que o H era de Hinata.
Lágrimas brotaram e queimaram seus olhos, e ela assentiu, virando a cabeça para olhar pela janela.
— Uma vez, Sasuke falou mal dessa tatuagem. Algumas horas depois, ele apareceu com um dente a menos.
Os lábios dela tremeram, contraindo-se um pouco.
— Seth é um lutador feroz. Faz quatro ou cinco anos que o conhecemos. Ele não fala muito, mas sempre me perguntei o que aconteceu para ele ser desse jeito.
Hinata engoliu em seco, cerrando os lábios novamente.
— Ele trabalha com meu filho, Sasuke, na fábrica de vidros.
Ela não respondeu. Não confiava em sua voz.
— Sim. Você é quietinha. Entendi. Não sou de tagarelar, mas estou muito nervoso. Seth não deveria ter saído do hospital assim. E você está aqui, e ele tem seu rosto no braço, e eu apenas... Droga,
não sei o que está acontecendo.
Vários minutos se passaram em silêncio antes que ela tivesse coragem para falar. Sua voz saiu baixinha e um pouco abalada.
— Não o vejo há muito tempo.
— Quanto tempo? — perguntou Quint.
Ela engoliu o nó na garganta, balançando a cabeça. Não conseguia dizer mais nada. Encostou a cabeça na janela e fechou os
olhos quando se lembrou da última vez que o viu.

Nunca deixado para trás - NaruHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora