c a p í t u l o 3 - B i g (pai)

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Everest

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Everest

14 de julho em Seattle..

Ainda estava aérea quando desembarquei

Precisei parar e respirar fundo, ficar calma e não deixar transparecer que fiquei mais de cinco horas ao lado de alguém tão perigoso.

Soprei uma risada nervosa. Aquele tipo de situação estranha parecia só acontecer comigo, porque olha, sinceramente...

Quem fugiu do sanatório? Babaca!

— Você não pode deixar ele te intimidar, Eve, por favor né. — Falei comigo mesmo. — nem mesmo conhece o cara.

Um miserável. Era o que ele era.

Viu que eu estava sozinha e se aproveitou, típico. Além de me amendrontar ainda zombou do meu... Como alguém zomba do sorriso de outra pessoa? Grandíssimo filho de uma puta. Quem ele pensava que era? Quem diabos fala do sorriso de alguém sem nem mesmo conhecer?

Tentei respirar com calma.

Sim, fiquei chateada com aquela parte. Que fosse para o inferno! Sem contar como seus olhos estavam estranhos, como se ele estivesse fora de si. Inalei uma lufada de ar, deixando alguns segundos nos pulmões antes de soltar.

Estendi a mão aberta em frente ao corpo. Meus dedos tremelicavam. Estava nervosa, meu peito doendo com algumas pontadas de tão densa que minha respiração se encontrava.

Fechei os olhos na vã tentativa de ficar calma.

De qualquer maneira, o descontrole só durou até ver uma placa enorme adiante, escrita com letras maiúsculas e chamativas que dizia: EVEREST, ARRASTE SUA BUNDA ATÉ DENALI, AGORA!

Fechei os olhos, não acreditando que ela fez aquilo.

Reabrindo-os, confirmei. Deixei uma risada alta e sincera escapar. As pessoas encaravam-na como se não entendessem a piada. Balançei a cabeça.

Passei por entre o amontoado de gente; a maioria irradiando felicidade, talvez por reencontrar a família ou amigos em muito tempo, era suposto.

A ansiedade me dominou à medida que minhas passadas se tornaram cada vez mais largas. Já tinha um tempo que não nos víamos. Pouco menos de um ano. E mais de dois em que eu pus os pés em Seattle. Bom, isso era muito tempo.

A primeira coisa que vi foi sua roupa rosa chamativa. Ultimamente, ela estava adotando o estilo dos anos dois mil. Um óculos rosa no topo da cabeça chamava atenção para o seu rosto bonito e grande. Minha irmã era linda. Os lábios grossos brilharam de longe pintados com gloss; puxaram do meu pai.

A pele caramelo era uma mistura de sua mãe com ele.

Tinhamos à mesma altura no entanto. Mas visualmente, éramos bem diferentes; eu herdei tudo da minha mãe e nada do Big. Meus cabelos claros e cacheados combinavam com minha pele branca, um tanto bronzeada entretanto, devido ao clima em São Petersburgo. Já meus lábios eram finos, comparado aos seus.

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