Everest
15 de julho em Seattle
Do banco do carro, observei Kaito descendo os poucos degraus da entrada do Hospital e encontrando Denali no caminho, que por sua vez, transmitia uma tranquilidade que diferia do seu comportamento no carro no caminho até ali, ela estava muito puta.
Tentei ignorar que me encontrava presa e proibida de por o maldito pé para fora, enquanto eles estivessem lá dentro.
As palavras de Denali, quando saiu do meu quarto e voltou dois segundos depois mandando eu me vestir, foi que ela preferiria manter os olhos em mim ou, como estava sendo naquele momento; ter alguns dos capachos de Big me mantendo presa (segura, na palavra deles) no banco de trás do carro, ao invés de em casa sozinha e propensa a perigo.
É, eu me senti maximamente insultada e mordi a língua na intenção de não deixar escapar que ela sim vivia no meio da merda do perigo, eu estava ali apenas por amá-la.
Eles dois entraram e eu só desviei o olhar quando sumiram de vista.
Apoiei a cabeça no encosto, usando todo o meu autocontrole para não olhar além do painel fosco que me separava do capanga, cujo nome era Marco. Ele se mantinha quieto. Mesmo que a visão não fosse clara, dava para ver que estava concentrado na rua adiante, fazendo seu papel de me "proteger". O SUV era blindado, então não tinha muito com que se preocupar.
Conferi a hora no celular e mandei uma mensagem para minha mãe e outra pra Charlie, minha amiga de Miami, informando que estava bem e depois ligava quando desempacotasse tudo.
A verdade é que eu não queria deixar transparecer que eu tinha cometido um erro, não queria que elas notassem que eu não estava nada bem e perguntassem o motivo. Eu não queria preocupá-las com o que aconteceu no hotel, pela madrugada.
Elevei os olhos para a entrada do Hospital de Seattle outra vez e o que vi, fez meu corpo estremecer.
Porque ele estava ali?
Eu não entendi aquela reação quando visualizei um Henry totalmente cambaleante descendo as escadas. Entendi menos ainda porque meus dedos estavam na maçaneta instantes depois, prontos para abri a porta do carro.
Ele não parecia bem, constatei. - Estalei a língua. Mas não era um problema meu.
- Não é da minha conta. - cantarolei quando ele segurou as paredes para não ir ao chão.
Ele não tinha ninguém de sua família que pudesse ajudar? Porque Denali tinha que estar ali?
Meus olhos não se desviaram um segundo da figura á menos de duzentos metros de onde eu estava; eu vi quando ele parou de andar só para firmar o corpo. Quando ele apoiou-se na parede e inclinou a cabeça, olhando para o céu.
Respirei fundo.
Forcei goela abaixo. Ele. Não. Era. Da. Minha. Conta.
Frisei aquilo na minha cabeça teimosa, que insistia em manter meus olhos nele.
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EFEITO DO CAOS
Romansa+18 DARK ROMANCE DE VROMANCEPLUS. S i n o p s e Everest Thomas volta para Seattle depois de anos morando com a mãe. Após passar parte de sua vida num colégio, decide cursar serviços sociais na Universidade de Seattle e morar com a irmã após anos dis...