O Domínio dos Híbridos

Capítulo 1, Piloto;

Esta é Nova Berk. Uma ilha distante localizada no centro-oeste de um enorme oceano azul. Com campos magníficos, dezenas de cachoeiras, montanhas, florestas e pequenas praias lindas, é o lar de um povo conhecido por sua valentia e quedinha por capacetes com chifres.

Sim, esses são os vikings.

Mas mais do que sua tendência de moda, o povo desta ilha paraíso já foi famoso por fazerem amizade com... Dragões!

Ou pelo menos era assim, antes dos dragões partirem para o Mundo Escondido, verdadeiro lugar destas criaturas aladas.

Hoje, em Nova Berk, aproximadamente 10 anos após a partida dos dragões, convidados chegam em pequenas comitivas para uma reunião anual de líderes de ilhas próximas e aliadas.

A entrada na vila é tanto difícil. É necessário subir um alto nível de escadas ou se arriscar no elevador construído por Bocão, o forjador-chefe.

- Arh! - Ele arfou cansado, alongando os músculos dos braços velhos, porém, encorpados.

Tinha acabado de empurrar a enorme engrenagem que subia o elevador de madeira com alguns dos convidados em cima.

O outro homem que "o ajudou" a mover a engrenagem acabou caindo no chão de exaustão, mas Bocão não pareceu se importar. Provável que o coitado havia feito a maior parte do trabalho.

—  Tem que haver uma maneira mais fácil de fazer isso... - Resmungou Bocão. —  Oh, Dagur! - Exclamou, somente agora percebendo quem estava no elevador. —  Ou devo dizer, "Rei Dagur"? - Encenou uma reverência amigável, mas logo fez uma expressão contrariada. —  Ah, eu nunca irei me acostumar com isso.

— Dagur? - Questinou o homem caído de cabelo castanho, abrindo repentinamente os olhos azuis.

—  Preguento, que bom revê-lo! - Saudou Dagur, pulando da plataforma e conseguindo facilmente erguer o conhecido em um abraço.

—  "Melequento"...! E você sabe disso! - Brandiu o menor, com o pouco ar que lhe restava.

—  Sério? Ah, tanto faz! Ainda sim combina contigo.

Dagur deu ombros, ainda apertando Melequento como se o coagisse. O menor riu sem graça em concordância, sentindo de repente o sentimento de nostalgia.

Foi quando desceu a segunda pessoa do elevador. Uma mulher loira de postura elegante, trajando uma vestimenta preta com detalhes dourados, cobrindo a maior parte de seu corpo.

— Mala. - Cumprimentou Bocão. - Linda como sempre.

Mala assentiu com um sorriso, porém, este não chegou ao olhos. Seu rosto demonstrava uma sutil mistura de desconforto com preocupação.

Ninguém poderia saber. Ninguém além de Dagur. Mas sua cabeça pairava, desde que estava em alto mar, na segurança de sua ilha. A Ilha das Chamas, de onde sentia que não deveria ter saído.

Bocão estava prestes a oferecer um aperto de mão para Mala, quando foi atropelado por Melequento, que havia conseguido se desvencilhar do aperto onde Dagur o pressionava e pego a mão de Mala no lugar de Bocão, para um beijo exageradamente demorado.

A loira se afastou com receio da demonstração de afeto. Não porque achava que Dagur iria matar Melequento por ciúmes, mas porque realmente gostava de sua mão higienizada.

— Olá, Melequento. Vejo que Soluço não está aqui. Apesar da insistência dele em chamar ambos os líderes dos Defensores...

— Sabe como é Soluço. Sempre emocionado com alguma coisa... - Disse ele revirando os olhos.

— Quis dizer "preocupado"?

— É, isso também. Devo escoltá-la até o grande salão, vossa majestade?

—  Calma aí, Melequento. - InterrompeuBocão. — Acho que está faltando gente nessa comitiva.

—  Ah! O resto do pessoal está subindo pela escadas! - Explicou Dagur. — Eles estão muito molengas ultimamente. Mandei baterem perna. - Ele ria, imaginando o cansaço dos subordinados.

— Acho que ele está falando da nossa filha, querido.

— Oh, sim! A Scarlett? Ah, ela deve está por aí, fazendo o que todo jovem Berserk faz nessa idade... - Ele escurece o rosto com um sorriso malicioso. — Caçando.