Elara suspira, finalmente conseguindo respirar de verdade depois de tudo.
Trafalgar D. Law ligou para falar sobre sua chegada nas redondezas da ilha, avisando que atacaria em menos de dez minutos.
Agora na costa, Elara sente novamente o cheio da água salgada, não mais estando em alguma situação alarmante ou desesperadora em alto mar. A areia cheia de pedras sob seus pés de certa forma a acalma enquanto observa a lataria amarela se aproximar e aos poucos atracar bem em frente a posição que ela se encontrava na praia.
— Oe, raposa-ya.
A atmosfera ao redor fica azul, e uma pequena pedrinha voa em direção ao centro dos olhos da garota, imediatamente trocando de lugar com o cirurgião antes de atingir sua testa.
— Acho que não entendeu a parte do "mais rápido possível" — Elara sorri movimentando os pés em inquietação, levando Law a direcionar o olhar até os ferimentos redondos em cicatrização em sua perna.
— Tive alguns imprevistos — ele responde simplista — Não deveria pôr seu peso em cima de feridas tão graves.
— Dá pra levar.
Um silêncio se instaura brevemente conforme ambos analisam o rosto um do outro, em um notável toque de desconfiança e certa curiosidade.
— De toda forma, não vai ser pelas minhas feridas que gastarei meu favor — escapa uma pequena risada ao agachar em frente ao cirurgião, recolhendo suas próprias sandálias que estavam na areia.
Em um aceno, após cumprimentar os demais tripulantes, chama o homem para que a siga, e se retiram da praia. Elara os guia por um caminho discreto entre a mata e o caminho das colinas até em casa, em um silêncio que era quebrado apenas pelos estalos de folhas e pedras em seus pés.
Se aproximando da casa onde estavam estadiados, ela nota a presença de Marco empoleirado sobre o telhado. A ave levanta vôo, as chamas azuis crepitam em suas asas conforme plana sobre as cabeças dos ali presentes.
— Marco, a Fênix...o quê....?
Law a observa espantado, olhando em direção a casa, aperta a espada contra seu ombro, tensionando imediatamente.
— Dentro da casa, é o que penso?
— Ainda não tenho um poder de legilimencia para saber o que você pensa, mas...creio que seja um palpite correto.
Elara estende a mão para abrir a porta de madeira da casa, quando sente dedos firmes e gelados agarrarem seu antebraço.
— Levo a alcunha de cirurgião da morte, mas eu não posso levantar os mortos.
— Não será esse seu papel aqui.
Marco pousa ao outro lado da porta, voltando a sua forma humana, sua expressão ameaçadora faz com que Law solte Elara de seu aperto. A garota abre a porta, sendo a primeira a entrar na sala escura, seguida pelos dois médicos que fecham a porta ao passarem.
— Portgas...?
Ela chama em um tom hesitante, tentando identificar a presença do garoto na sala, este que prontamente se levanta, resmungando.
O moreno se põe de pé, seus olhos se mantém fechados e são necessários poucos segundos até que desmaie novamente. A ruiva consegue se desfazer em névoa rapidamente, conseguindo chegar até o rapaz antes que sofra todo o impacto da queda no chão.
— Como diabos...?!
Trafalgar exclama ao ver a cena a sua frente, deixando a espada encostada na parede, ele se direciona até a garota que em pouco esforço consegue colocar o corpo de Ace de volta no sofá.
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Neblina - Portgas D. Ace
FanfictionFilha de um figurão de alto escalão e membra ativa do Exército Revolucionário, ela se encontra presa em uma cela fria em Impel Down. Sua execução é marcada em segredo, revelada quando é levada ao cadafalso juntamente a seu companheiro de cela: Portg...