A febre havia aumentado. Ace suava por todos os lugares de seu corpo, molhando os lençóis. Elara pegara um balde d'água com gelo e ocasionalmente mergulhava um pano ali e o colocava sobre sua cabeça.
Marco havia saído a algumas horas, disse que iria explorar vilas próximas e que talvez só voltasse em poucos dias.
"Péssima hora ein, Marco", ela pensou.
Depois de uma hora trocando os panos da testa de Ace, Elara finalmente percebeu alguma melhora em sua febre. O garoto em chamas dormia no sofá, tremendo ocasionalmente.
Não tinha muito o que comer em casa, pois graças a fome incontrolável do garoto, o estoque acabava rápido. Com a melhora, Elara decide pegar seu saquinho de moedas e ir até a vila fazer compras rápidas. Foram apenas alguns minutos para chegar a feira mais próxima. Depois de comprar alguns legumes e carne, passou em uma farmácia para comprar novamente gazes limpas, soro, antisséptico e alguns medicamentos coringas.
Enquanto voltava, passou em um mercadinho de ervas e produtos naturais, onde encontrou vários docinhos diferentes para vender, e já estava pronta para levar um de cada. De repente, uma senhorinha esbarra em suas sacolas, e Elara vira para ver.
— Oh, desculpe, querida. Não foi minha intenção.
— Ah, não. Tudo bem — A garota sorri, colocando mais alguns doces em sua cesta de compras.
— Alguém doente em sua casa, querida? — a senhora pergunta, olhando sua sacola da farmácia.
— Hm, sim, um...er, amigo está com febre.
— Algum ferimento?
— Pode-se dizer que sim...
A senhorinha assente, corre para dentro da loja e volta com um punhado de folhas na mão de diferentes formatos e cheiros, e um tubinho de algo que parecia azeite.
— Coloque esses dentro da sopa — Ela coloca o frasco e duas ervas na mão direita da garota — Essas você esmaga e dá pro seu amigo comer — Na esquerda, mais um punhado de folhas — Deve baixar a febre, não garanto que cure se a infecção estiver muito espalhada.
— Muito obrigada! — sorri e agradece a senhora que assente e se retira para os fundos da loja.
Após pagar pelas ervas e doces, Elara anda rápido em direção à casa. Chegando, ainda encontra Ace dormindo, sua febre parece ter aumentado novamente, e ela suspira de frustração.
Após pôr o jantar no fogo, usando as coisas que havia comprado, a ruiva se dirige à cama de Ace, sacudindo um pouco para que acorde de seu sono.
— Uh, o que foi? — A voz do garoto treme, e ele mal abre os olhos para falar.
— Não fale nada, só mastigue.
A ruiva empurra as folhas na boca do garoto, que as mastiga sem perguntar muito, engolindo com dificuldade.
— Eca! Tá querendo terminar de me matar, ruiva?
— Se eu quisesse te matar era só deixar você queimando aí.
O garoto resmunga antes de, com muito esforço, sentar no sofá.
— O que é que você tá fazendo ali?
— Sopa, com macarrão e carne de frango. Ou o senhorito queria outra coisa?
— Só sinto falta de uma carne assada...
— Gordura não é bom para feridas em cicatrização.
Ace resmunga novamente, agradecendo por ela ter feito comida de novo.

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Neblina - Portgas D. Ace
FanfictionFilha de um figurão de alto escalão e membra ativa do Exército Revolucionário, ela se encontra presa em uma cela fria em Impel Down. Sua execução é marcada em segredo, revelada quando é levada ao cadafalso juntamente a seu companheiro de cela: Portg...